Centro-Oeste obtém o melhor índice por conta do crescimento do agronegócio

O Índice Nacional de Confiança (INC) de julho da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) foi de 69 para 73 pontos o que demonstra que o brasileiro já consegue enxergar um futuro melhor para a economia. Este foi o melhor resultado desde março quando foi registrado 76 pontos. No entanto, o consumidor ainda permanece cauteloso. É que o INC ainda está no campo pessimista (abaixo de 100).

De acordo com análise feita por economistas da ACSP, a retomada aos poucos da confiança do consumidor está sendo levemente impulsionada pelo aumento de renda proporcionada pela volta do auxílio emergencial – mesmo que de menor montante e de alcance mais limitado à população -, pela maior geração de empregos, disponibilidade de crédito e, sobretudo, pelo avanço da vacinação contra a covid-19.

O Sul do País é a única região em que o índice ficou estagnado em 66 pontos em relação a junho. Todas as outras partes do Brasil registraram aumento da confiança. O destaque positivo fica para o Centro-Oeste que saltou de 83 para 91 pontos. Neste caso, justifica-se esse melhor número do País pela ascensão do agronegócio que, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cresceu 25% em junho deste ano comparado com o mesmo período de 2020, por conta das exportações dos produtos.

No geral, também diminuiu a percepção negativa das famílias em relação à situação financeira e de emprego atuais, enquanto melhoraram as expectativas futuras sobre essas variáveis, principalmente em torno da segurança no trabalho.

Hoje, 50% dos entrevistados acreditam que nos próximos seis meses o bolso de cada uma das pessoas ouvidas vai ficar mais cheio. Além disso, na projeção que fizeram, o percentual de quem acredita que pessoas próximas ou conhecidas venham a perder o emprego nos próximos seis meses, em decorrência da economia, caiu de 42% para 37% em julho.

Também aumentou a disposição do consumidor em comprar itens de maior valor, como carro e casa e bens duráveis tais quais geladeira e fogão.

“Com o maior controle da pandemia, cresceu a mobilidade da população de forma geral e, consequentemente, a segurança para fazer compras e planejar a aquisição de bens”, disse Marcel Solimeo, economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo.

A pesquisa INC vai de 0 a 200 e mede a visão e a segurança da população em relação ao País, às finanças do brasileiro e prevê o comportamento destas pessoas na hora da compra. Os dados foram coletados com 1.670 entrevistados pertencentes a todas as classes sociais nas cinco regiões do Brasil.

Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP)

Recorte estadual do INC, o Índice de Confiança do Consumidor Paulista (ICCP) de julho obteve índices semelhantes ao da pesquisa nacional. O indicador em São Paulo foi de 65 em junho para 69 pontos neste mês, o que representa aumento de 6,2% em relação aos últimos 30 dias.

Foram entrevistadas 892 pessoas na capital, região metropolitana, litoral e interior. A taxa de referência e a metodologia para mensurar a confiança do paulista seguem o mesmo critério do estudo nacional. Isso significa que o ICCP também vai de 0 a 200 e que foi aplicado o mesmo questionário do INC para os entrevistados no Estado de São Paulo.