Alta no preços dos alimentos durante segundo semestre impacta no cálculo do salário mínimo.

Na tarde de ontem (15), o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional o ofício que prevê o valor de R$ 1.088 para o salário mínimo em 2021.

O piso salarial hoje é de R$ 1.045 e, em abril, o governo estimava que o valor do salário mínimo seria de R$ 1.079 No entanto, a revisão deste valor se deu por conta do aumento da inflação nos últimos meses, um dos fatores que motivou a proposta de alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Para que o reajuste do salário mínimo seja feito, o governo leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), métrica do IBGE que mede os preços comerciais para famílias em áreas urbanas com renda de até cinco salários mínimos.

Em meados de agosto, a equipe econômica do governo federal projetava que o INPC seria de 2,09% ao final de 2020. No entanto, após a alta nos preços dos alimentos no segundo semestre do ano, a previsão saltou para 4,1%.

De 2007 a 2019, a legislação garantia que o salário mínimo tivesse um aumento real, acima da inflação, sempre que houvesse crescimento econômico no país. Para isso, considerava-se a inflação do ano anterior mais o resultado do PIB de dois anos antes. A partir de 2019, o cálculo passou a ser feito considerando-se o IPCA como inflação oficial, que considera a variação do custo de vida médio em famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos.

“O aumento do salário mínimo refletindo a inflação é importante para preservar o poder de compra da população”, comenta Thomas Carlsen, COO e co-fundador da mywork, startup especializada em controle de ponto online e gestão de departamento pessoal. “Após um ano em que muitas famílias foram afetadas pela crise econômica e pelo desemprego, medidas que conservem o valor do salário mínimo em relação à inflação são importantes para a população”, avalia.

O valor do salário mínimo para 2021 ainda pode sofrer alterações e só deve ser confirmado, de fato, em janeiro do próximo ano, quando o governo já terá os dados da inflação de 2020 consolidados.