Torturado e morto injustamente! Aonde leva o fanatismo religioso? A cegueira religiosa não presta o direito à defesa, nem a uma contestação e muito menos à investigação. Voltaire, avesso a qualquer tipo de injustiça, escreveu a obra Tratado Sobre a Tolerância, em memória de uma vítima de um estado religioso.

Em tempos de intolerância religiosa, a Edipro relança a obra de Voltaire para que seja possível o entendimento dos problemas sociais que a falta de respeito com a fé do próximo pode causar.

Em outubro de 1761, Marc-Antoine, filho de Jean Calas, foi encontrado morto. Sem sinais de violência, todos os indícios apontavam para o suicídio por enforcamento. Entretanto, Calas era um protestante em uma França oficialmente católica e foi culpado.

A intolerância religiosa levou a um julgamento precipitado, à prisão, banimento de sua família, e à tortura e morte de Jean Calas. Vítima da intolerância por sua religião, o pai injustiçado motivou uma das maiores revoltas contra o sistema jurídico da história da França e uma das mais inspiradas e importantes obras de Voltaire.

Levantando-se contra essa barbárie e em defesa da justiça à memória de Calas e de sua viúva, Voltaire publicou este incrível tratado sobre tolerância. Em uma época ainda marcada pela guerra das religiões francesas, o filósofo ataca o fanatismo religioso e prega a aceitação e respeito ao próximo.

Tratado Sobre a Tolerância é uma peça de filosofia e ao mesmo tempo uma defesa jurídica de Voltaire em favor da família de Jean Calas. Registro de um dos processos jurídicos mais famosos da história, transformada em uma das mais brilhantes obras. É um texto que, infelizmente, continua necessário nos dias de hoje.