O Brasil ocupa o penúltimo lugar no ranking de competitividade entre 18 países com economias semelhantes há dez anos, segundo relatório da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Na classificação geral, o País está na frente apenas da Argentina, ocupando a 17ª posição. De acordo com o estudo, os países mais competitivos são Coréia do Sul, Canadá e Austrália.

Para obtenção dos resultados, o relatório “Competitividade Brasil 2019-2020” analisou nove fatores como educação, ambiente macroeconômico, ambiente de negócios, escala e concorrência, estrutura produtiva, trabalho e tributação, infraestrutura e logística, financiamento, e tecnologia e inovação.

Segundo Paulo Castelo Branco, economista e presidente executivo da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores e Máquinas e Equipamentos Industriais), apesar da redução de algumas burocracias nos últimos dez anos, alguns entraves ainda impedem o País a ficar no patamar de igualdade em relação às demais economias. “Apesar de termos melhorias em relação a questões trabalhistas e medidas que ajudaram no crescimento da economia como as reduções das alíquotas de importação, as altas taxas de tributação ainda impedem uma melhora no desenvolvimento econômico e competitividade das empresas”, comenta.

O relatório destacou que uma das barreiras que impedem o Brasil de subir no ranking estão relacionadas a financiamento e tributação. O País apresentou em 2018 o maior spread da taxa de juros (32,2%) e a maior taxa de juros real de curto prazo (8,8%).  Já em relação a tributação, em 2017 a carga tributária brasileira foi equivalente a quase um terço do PIB (32,3%).

Precisamos reduzir a nossa carga tributária para que possamos aumentar a nossa competitividade. Além disso, o Brasil precisa investir ainda mais em inovação e tecnologia para o fortalecimento e crescimento da nossa indústria”, comenta Paulo Castelo Branco.