Manifestantes protestam contra entrada de PMs armados em escola de SP

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Entidades da área de educação, alunos, pais e educadores protestaram nesta terça-feira (25) contra o caso de policiais armados que invadiram a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Antônio Bento, em São Paulo.

No dia 12 de novembro, policiais militares, portando armas, entraram na escola após o pai de uma estudante ter acionado a corporação, porque a filha fez um desenho de um orixá. O homem também é policial.

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Percorrendo ruas em uma caminhada que partiu da unidade escolar, o grupo ergueu cartazes pedindo o fim da violência no ambiente escolar e fez coro a mensagens como “Onde houver intolerância, que haja mais educação”, “Mais amor e mais livros, menos violência” e “Escola não é lugar de polícia”.

Entre as organizações articuladoras estavam o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem) e o Sindicato dos Trabalhadores nas Unidades de Educação Infantil (Sedin). 

O ato também teve discursos pela ampliação das redes de resistência antirracistas no país e pela eliminação do machismo dentro das escolas.


São Paulo (SP), 25/11/2025 - Ato em defesa da EMEI Antônio Bento, da escola pública, da educação antiracista e contra a intolerância religiosa, a violência policial e o abusod e poder. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo (SP), 25/11/2025 - Ato em defesa da EMEI Antônio Bento, da escola pública, da educação antiracista e contra a intolerância religiosa, a violência policial e o abusod e poder. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo (SP), 25/11/2025 – Ato contra entrada de PMs armados em escola. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Em entrevista à Agência Brasil, Gisele Nery, mãe de uma das estudantes da Emei Antônio Bento, acompanhou todo o desdobramento do caso.

Integrante do conselho da escola e representante das famílias da sala, ela confirmou que, na véspera da chegada dos policiais, o homem rasgou o desenho de Iansã feito pela filha em uma atividade com a turma. “Só que antes ele tirou a filha dele de perto, para ela não ver”, acrescentou.

A conselheira disse que o gesto agressivo gerou desconforto e surpresa para as outras crianças, como sua filha. “Ela chegou em casa e perguntou: não entendi, mamãe, por que ele rasgou e ainda gritou com a nossa professora?”

Segundo Gisele Nery, os pais e os profissionais da instituição de ensino tentaram estabelecer um diálogo com o pai e o convidaram a participar da atividade, para compreender mais sobre a temática, mas ele ignorou as mensagens encaminhadas.

A conselheira relatou ainda que os policiais ameaçaram dar voz de prisão à diretora, que é negra. Naquele instante, os conselheiros, que estavam em uma reunião, escutaram a discussão e saíram em defesa da diretora.

“A polícia foi dar voz de prisão a ela. Mas aí todo mundo já tinha visto a cena, as crianças viram.”

A universitária Milena Leite, do curso de Pedagogia, classifica o acontecimento como uma investida “brutal” e inaceitável. “Não só dentro da educação escolar. Isso está bem presente fora da escola, mas adentra a escola”, diz.

“Eles chegam com muita brutalidade quando se fala de deuses africanos. Se fossem deuses nórdicos, gregos, Jesus Cristo, não teria tanto esse problema.”

De acordo com o Ministério da Igualdade Racial,  a atividade de apresentação de orixás está em consonância com as leis nº 10.639, de 2003, e n º11.645, de 2008, que determinam o ensino da história e cultura africana, afrobrasileira e indígena nas escolas.

Entenda o caso

Quatro policiais militares entraram, portando armas, na Emei Antônio Bento (Butantã), depois de terem recebido a ligação do pai. O caso ocorreu na tarde da última quarta-feira (12). O pai teria dito que a filha estaria sendo obrigada a ter aula de religião africana. 

No dia anterior, terça-feira (11), o pai da criança já havia ido à escola demonstrar sua insatisfação em relação à aula e teria retirado do mural o desenho de Iansã que a filha havia feito. 

Os policiais permaneceram na escola por mais de uma hora e foram embora por volta das 17h10 junto com o pai da aluna.

Em nota, a diretora Aline Aparecida Nogueira informou que a escola “não trabalha com doutrina religiosa” e que o “trabalho centrado a partir do currículo antirracista”. Ela disse ainda ter sido “coagida e interpelada pela equipe por aproximadamente 20 minutos”.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a “Polícia Militar instaurou apuração sobre a conduta da equipe que atendeu à ocorrência, inclusive com a análise das imagens das câmeras corporais”. Segundo o órgão, a professora da unidade de ensino registrou boletim de ocorrência contra o pai da estudante “por ameaça”.

A Secretaria Municipal de Educação também se manifestou sobre o caso e escreveu que “o pai recebeu esclarecimento que o trabalho apresentado por sua filha integra uma produção coletiva do grupo” e que a atividade “faz parte de propostas pedagógicas da escola, que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena dentro do Currículo da Cidade de São Paulo”.

Reportagem da Agência Brasil – Read More

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