Ao menos 200 mil palestinos deixaram suas casas e comunidades tentando escapar das consequências da contraofensiva de Israel contra o grupo Hamas na Faixa de Gaza, no Oriente Médio.

Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), o número de palestinos deslocados pela reação militar israelita ao ataque terrorista que o Hamas cometeu no último sábado (7) já representa quase 10% dos cerca de 2,2 milhões de pessoas que vivem em Gaza – um estreito pedaço de terra de cerca de 41 quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, banhada pelo Mar Mediterrâneo e controlada pelo Hamas.

Notícias relacionadas:

OLP diz que Israel recusa pedido de levar suprimentos para Gaza.Família confirma morte de brasileira vítima de ataque do Hamas.Primeiro avião de resgate parte de Tel Aviv trazendo 211 brasileiros.“A maioria deles está abrigada em escolas da Unrwa [Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente]”, afirmou a coordenadora humanitária para o território palestino ocupado, Lynn Hastings, nesta terça-feira (10).

Segundo Lynn, “a magnitude das hostilidades em curso levou a graves consequências humanitárias”. “Casas, escolas, instalações médicas e outras infraestruturas foram danificadas e destruídas”. Lynn Hastings conta que pelo menos duas escolas da Unrwa foram danificadas por ataques aéreos, “e o número de pessoas afetadas deve aumentar.”

“As Nações Unidas e os seus parceiros humanitários no território palestino ocupado estão trabalhando para satisfazer necessidades urgentes, em particular abrigo, em circunstâncias perigosas. Contudo, o acesso do pessoal humanitário e o fornecimento a Gaza foi cortado, enquanto a intensidade das hostilidades está limitando a capacidade do pessoal para prestar ajuda”, acrescentou Lynn, demandando às partes envolvidas no conflito que respeitem e cumpram o direito humanitário internacional.

“Todos os grupos militares e armados devem respeitar os princípios de distinção, proporcionalidade e precaução na condução das suas operações. Os civis, especialmente as crianças; as instalações médicas; o pessoal humanitário; os profissionais de saúde e os jornalistas devem ser protegidos. Os civis capturados devem ser libertados imediata e incondicionalmente e qualquer pessoa capturada ou detida, incluindo combatentes, deve ser tratada com humanidade e dignidade. Todos os intervenientes [participantes] relevantes [do confronto bélico] devem permitir que as equipes e os bens humanitários cheguem de forma imediata e segura às centenas de milhares de pessoas necessitadas”, rogou a coordenadora humanitária.

Até a manhã desta terça-feira, as autoridades israelitas afirmavam já ter registrado mais de 900 mortos e 2,7 mil feridos pela ofensiva do Hamas. No sábado, grupos armados infiltraram-se em Israel, por terra, matando e fazendo civis e militares israelitas de reféns enquanto, simultaneamente, bombardeavam o território israelense. Em resposta, o governo de Israel declarou guerra e passou atacar Gaza, uma das regiões mais densamente povoadas do mundo. Segundo o Hamas, ao menos 680 palestinos já morreram e 3.700 foram feridos pela contraofensiva israelense. Os números, contudo, seguem sendo atualizados a todo instante, dos dois lados.

Fonte Agência Brasil – Read More