Associação testou 49 lotes de azeites de oliva extravirgem em laboratórios acreditados pelo MAPA e pelo COI

Nesta quinta-feira, 05, a PROTESTE, Associação de Consumidores, divulga um novo teste realizado com 49 lotes de azeite de oliva extravirgem e constata indícios de fraudes em 5 marcas. O teste foi feito em laboratórios acreditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pelo Conselho Oleícola Internacional (COI).

Foram considerados fraudados os seguintes produtos: Barcelona, Casa Medeiros, Oliveiras Do Conde, Quinta D’Ouro e Quinta Lusitana. Destacamos que o Azeite Barcelona foi reprovado pelo segundo ano consecutivo.

O Azeite de oliva é obtido através do processamento do fruto da oliveira (Olea europaea L.), a azeitona, e para ser denominado como azeite de oliva não pode apresentar mistura com qualquer outro tipo de óleo vegetal. Os lotes testados, que não estavam em conformidade com a legislação, podem ser divididos em duas categorias, de acordo com o Mapa:

“Fora de Tipo” — os azeites de oliva que não atenderem a um ou mais parâmetros de qualidade e/ou os limites de tolerância das características sensoriais. No nosso teste, o produto foi avaliado por três painéis sensoriais reconhecidos pelo COI e, para não haver margens de dúvidas, a classificação do produto foi dada considerando a unanimidade de avaliação de todos os painéis. (Clique aqui e veja quais as classificações dos produtos analisados).

É importante destacar que além dos parâmetros físico-químicos, a análise sensorial de azeites é uma ferramenta fundamental na determinação da classificação do azeite de oliva em: extravirgem, virgem ou lampante. Nesta análise, o produto não pode apresentar nenhum defeito, dentre eles: borra ou lodo, mofo, terra, ranço, metálico, entre outros. Esses defeitos podem estar relacionados às falhas no momento da colheita das azeitonas e/ou à forma de conservação do azeite.

Os lotes dos produtos que foram classificados como “fora de tipo” estiveram em conformidade com as análises físico-químicas, mas não atenderam aos limites de tolerância das características sensoriais estabelecidos pela IN 01/2012.
Apesar de a legislação brasileira prever a análise sensorial, ainda não há painéis treinados no Brasil, mas a Proteste julga importante a sua realização para garantir a qualidade e segurança dos produtos que estão disponíveis aos consumidores. Identificamos 13 lotes de marcas que foram considerados “fora de tipo”, justamente, por não terem sido aprovados na análise sensorial.

“Fraudados” — os lotes das marcas que apresentaram indícios de adição de outros óleos vegetais e por isso não podem ser considerados como azeites de oliva extravirgem. Sem dúvida alguma, os azeites considerados “fraudados” são aqueles que apresentam grave vício no produto. Foram considerados FRAUDADOS os seguintes produtos: Barcelona, Casa Medeiros, Oliveiras Do Conde, Quinta D’ouro e Quinta Lusitana.

Na luta pela defesa dos direitos dos consumidores, informamos que a PROTESTE já ingressou com 5 ações judiciais contra as empresas responsáveis pelos azeites fraudados com o objetivo de retirar os lotes imediatamente do mercado.
Vale ressaltar que as marcas Barcelona, Casa Medeiros e Oliveiras do Conde foram suspensas pelo Mapa, em outubro deste ano, por motivos de adulterações.

Os resultados do teste também foram encaminhados para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Mapa, CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), SENACON (Secretaria Nacional do Consumidor) e OLIVA (Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira).

Melhores do teste

O azeite mais bem avaliado no teste foi de origem portuguesa, o Parus, que obteve 97% da avaliação, considerando todos os quesitos (rotulagem, acidez, conservação, fraude e qualidade). O produto é vendido em média a R$ 17,90, valor próximo aos demais. As maiores pontuações seguintes foram dos azeites Santiago e Gallo, que têm preço médio de R$ 21,98 e R$ 23,50, respectivamente.

Para mais informações entre no site da PROTESTE: http://minhasaude.proteste.org.br/