O Einstein adverte: música faz bem para a saúde

A música tem diversas funções em nossa vida: do terapêutico ao social, e ao longo da vida, podemos associar momentos de bem-estar, de estresse, de medo ou de alívio a uma determinada trilha sonora.

Pensando nisso, o Hospital Israelita Albert Einstein resolveu inovar e ser o primeiro hospital na América Latina a se associar ao serviço líder em streaming de música  Spotify para oferecer playlists especiais para seus pacientes e clientes.

As seleções musicais buscam oferecer entretenimento e distração para as pessoas que utilizam os serviços do Einstein, bem como seus acompanhantes.

A partir do momento que as pessoas se conectarem às listas, serão convidadas a avaliar a sua experiência ao entrar em contato com a música em momentos determinados, com isso, a perspectiva a longo prazo é conduzir estudos que estabeleçam quais aspectos e como a música atua na promoção de bem-estar.

De acordo com a pesquisadora do Instituto Israelita Albert Einstein, dra. Eliseth Leão, que coordenará os estudos, “a música acompanha a história da humanidade e, por mais que reconheçamos seu efeito terapêutico, não existe literatura científica suficiente no mundo sobre o assunto, pois existem situações clínicas que ainda carecem de investigação apropriada”.

Para o dr. Pedro Lemos, do Serviço de Intervenção Cardiovascular do Einstein, que será um dos serviços contemplados com playlists “a música já é usada há algum tempo durante o cateterismo cardíaco e os médicos já verificam vantagens como um efeito benéfico imediato sobre o paciente, mas também sobre a equipe multiprofissional que atua no procedimento”.

As playlists do Serviço de Hemodinâmica contaram com diversos curadores, entre eles o Maestro Walter Lourenção, que já regeu diversos grupos, entre eles a Orquestra Municipal de São Paulo e a OSESP.

Outro serviço que ganha novas playlists é o de Ressonância Magnética, que, apesar dos avanços tecnológicos, ainda é um exame relativamente demorado e com muito ruído (inerente ao aparelho). “Os pacientes vão poder escolher entre as diversas playlists oferecidas de acordo com a faixa etária e gosto musical e ouvir diretamente dos fones de ouvido do equipamento”, segundo o coordenador do Serviço, dr. Ronaldo Hueb Baroni, que acredita que a música faz não só o tempo passar mais rápido, mas está incluída no grupo de ações de humanização que vêm sendo utilizadas com sucesso para reduzir a claustrofobia e aumentar o conforto durante o exame.

Já no Banco de Sangue, que recebe cerca de 50 doadores por dia, é muito importante oferecer para essas pessoas o conforto. São pessoas que doam uma parte de si pelo bem comum, para alguém que ele desconhece. O retorno que o doador tem é ser bem recebido e a música amplia o prazer da doação. Como assinala o gerente médico do Banco de Sangue do Einstein, dr. José Mauro Kutner, “ter um programa musical especialmente desenvolvido para nossos doadores fará com que tenham uma experiência ainda mais agradável no ato de doar sangue e plaquetas”

O cérebro trabalha diversas funções com a música e o próximo passo será aprofundar que tipo de experiência e quais mecanismos cerebrais são ativados de acordo com o som e as características da lista musical. “Ao conhecermos os benefícios possíveis e os efeitos da música sobre as pessoas, temos um arsenal enorme de estudos para trabalhar, que podem tornar não só a experiência hospitalar melhor, mas também os potenciais de bem-estar”.