Hemocentros precisam de doadores para elevar os níveis dos bancos em todo o país

O Ministério da Saúde lançou, no início do segundo semestre, a campanha Doe Sangue Regularmente – com a Nossa União a Vida se Completa. O objetivo é incrementar o estoque de sangue do país, que teve uma redução de 10% desde o início da pandemia de covid-19. Em 2019, foram realizadas 3.271.824 coletas de sangue no país e em 2020 o número caiu para 2.958.665. Segundo o ministério, a redução se deu em razão da diminuição na circulação de pessoas por conta da covid-19.

Segundo a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Clarice da Conceição, há muitos mitos que envolvem o ato de doar sangue, o que contribui para que o país não atinja o índice recomendado.

Muito se questiona, por exemplo, sobre a doação por parte das pessoas que contraíram covid-19. De acordo com a especialista, pessoas que contraíram covid-19 podem doar sangue, se respeitarem um período mínimo após a melhora completa de sintomas. Para que estejam habilitadas a doar, é necessário que aguardem 30 dias depois que todos os indicativos da doença tenham desaparecido.

Conforme as recomendações, se a pessoa já teve o diagnóstico laboratorial ou clínico de contaminação pelo coronavírus, ela será considerada inapta por um período de 30 dias após a completa recuperação da doença.

“Mesmo vacinada, a pessoa que teve contato com alguém diagnosticado para Covid-19 nos últimos 30 dias deve esperar os 14 dias de quarentena, contados a partir do último dia de contato com o infectado, para ver se apresenta algum sintoma. Também é recomendável que realize o teste antes de doar sangue” esclarece a especialista.

As perguntas relacionadas à covid-19 tornaram-se praxe, sendo adicionadas ao questionário que já era feito anteriormente pelas equipes de triagem dos bancos de sangue. Durante a entrevista, os profissionais de saúde buscam saber se o potencial doador teve contato recente com alguém que teve o diagnóstico de covid-19 confirmado, ou seja, que testou positivo para a doença. Indagam também se o voluntário apresentou febre nos últimos 14 dias ou sintomas gripais, como falta de ar, tosse e coriza, perda de paladar ou paladar distorcido, perda de olfato e cefaleia.

Clarice lembra que, para doar sangue, é preciso ter de 16 a 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos (menores de 18 anos devem apresentar consentimento formal do responsável legal); pesar no mínimo 50 quilos; e estar alimentado. No dia da coleta, o doador não deve ingerir alimentos gordurosos antes da doação; deve ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas; e apresentar documento oficial de identificação com foto. “Uma única doação de sangue, de 450 mililitros, é suficiente para salvar a vida de até 4 pessoas. Além disso, essa quantidade é reposta no organismo em 24 horas”, explica.