Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e o cronograma de aplicar a primeira dose em toda a população adulta do Estado até 15 de setembro deste ano, autoridades do Estado já planejam a reabertura gradual das atividades e a realização de eventos testes.

Nesta quarta-feira (7/7), o governo do Estado confirmou a realização, a partir de 17 de julho, de 30 eventos-modelo em áreas como economia, negócios, lazer, esportes e turismo. Os eventos serão na Capital e interior, e terá testagem obrigatória e pessoas vacinadas, além de protocolos sanitários rigorosos. O governo fará acompanhamento pós-eventos dos participantes. O objetivo é ajustar, a partir de situações reais, as regras que possibilitarão a retomada de setores.

Em São Paulo, como parte do plano de contenção do coronavírus, os eventos esportivos estão sendo realizados sem a presença do público desde março de 2020. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Carlão Pignatari, afirmou trabalhar para a volta do público aos ginásios e estádios do Estado. “A vacinação está adiantada e estou negociando com o governo de São Paulo para a volta dos estádios com 30% da capacidade do público já no mês de agosto”, disse.

Já a prefeitura da Capital, em decreto publicado no dia 2 deste mês, anunciou a formação de comissões especiais para organização de eventos festivos para 2021/2022. Para isso, a prefeitura espera a vacinação de pelo menos 70% da população adulta e a redução da ocupação de leitos de UTI.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, falou sobre os pontos analisados pela prefeitura que basearam a decisão. “Chegamos em 60% do número de leitos de UTI, não é confortável, mas nos deixa mais tranquilos. Temos 56% da população eletiva já vacinada na cidade de São Paulo e, a princípio, a cidade terá réveillon e terá carnaval”, afirmou.

Teste

O Estado de São Paulo tem como exemplo da efetividade da vacinação no controle das internações por Covid-19 o estudo realizado no município de Serrana, onde 75% da população foi vacinada com a CoronaVac, imunizante do Instituto Butantan.

A cidade foi escolhida para o estudo por apresentar alto índice de infecções pelo coronavírus, e viu as mortes pela doença caírem 95%, enquanto cidades vizinhas, como Ribeirão Preto e Franca, enfrentavam a falta de leitos de UTI para atenderem sua população.

Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos de UTI no Estado é de 71% e, na Grande São Paulo, de 65%. Para o presidente da Assembleia Legislativa paulista, “o governo federal estava reticente em comprar [vacinas], mas agora viu que essa é a saída e estão chegando as vacinas.”

Crise

A movimentação para reaquecimento do setor de eventos no Estado vem após grave crise gerada pela pandemia no ano passado. Pesquisa realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mostrou que 98% do setor de eventos foi afetado pelo coronavírus em 2020, e que 79% das empresas ainda relatam perdas no faturamento em 2021.

O setor de bares e restaurantes é outro que vive a expectativa para a flexibilização das restrições sanitárias em São Paulo. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 300 mil empresas do setor fecharam as portas no último ano. Ainda que o delivery tenha dado sobrevida a alguns negócios, a modalidade não impediu a perda de 2 milhões de empregos formais no setor durante a pandemia.

A partir de sexta-feira, dia 9 de julho, o Plano São Paulo vai impor que estabelecimentos comerciais limitem a ocupação de 40% para 60% da capacidade de lotação e funcionem até as 23h. As normas são válidas para restaurantes, salões de beleza, barbearias, academias, clubes e espaços culturais como cinemas, teatros e museus.

A expectativa do Centro de Contingência é que com a queda da taxa de ocupação de leitos, os estabelecimentos possam voltar a operar em sua totalidade.

Fonte: https://www.al.sp.gov.br/noticia/