Comemorando 155 anos de inauguração neste mês, as instalações da estação ferroviária passaram por uma ampla reforma para preservação histórica e cultural do patrimônio

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli, e o presidente da CPTM, Pedro Moro, entregaram, na manhã desta quinta-feira (17/02), as obras do projeto de recuperação da estação Jundiaí, da Linha 7-Rubi da CPTM, que completa 155 anos de inauguração neste mês e faz parte do patrimônio histórico e cultural do Estado de São Paulo. Com investimentos de R$ 10,19 milhões, as obras vão beneficiar 185 mil passageiros que passam por mês pela estação.

“Hoje é um dia muito importante para a cidade de Jundiaí e para o Estado de São Paulo também, com a entrega da estação mais antiga do sistema ferroviário do estado totalmente restaurada. Um projeto aprovado pelo CONDEFHAT, portanto, respeitando as regras mais precisas e importantes do restauro e é um presente para uma cidade que tem vocações industrial, de agricultura, prestação de serviço e logística muito fortes, mas também turística. E hoje estamos presenteando o munícipio de Jundiaí, através da CPTM, com esse contrato de restauro”, afirmou o secretário dos Transportes Metropolitanos, Pauli Galli.

Iniciado em 2020, o projeto construtivo contempla o restauro das coberturas internas e externas, restauro dos forros e estruturas de madeira, reforma das salas operacionais e do saguão de entrada da estação, restauração dos tijolos das paredes das fachadas externas e internas, restauro e reforma da estrutura metálica da passarela histórica, além da substituição da tela por gradis metálicos no entorno do “locobreque” (locomotiva a vapor). Na parte de infraestrutura operacional, constam melhorias nos pórticos e sustentação da rede aérea de energia na região das plataformas, além de atualizações das instalações elétrica e telecom.

“A malha ferroviária da CPTM tem um acervo histórico e cultural que preserva a memória patrimonial secular de algumas estações das cinco linhas de trens. Há um planejamento para restauração com o objetivo de valorizar e preservar a cultura desses símbolos da nossa sociedade e deixá-los como um legado para as nossas gerações. Fizemos isso com a restauração do complexo da Estação da Luz e, agora, com a Estação Jundiaí. Com a reforma priorizamos a estabilidade das estruturas aliada à operação dos trens, garantindo as condições de segurança para passageiros e funcionários”, explica Pedro Moro, presidente da CPTM.

Para conservar o estilo arquitetônico da época e as estruturas originais, uma vez que as edificações são tombadas pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) e pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Jundiaí (COMPAC), todo o processo de projeto e execução de obras, realizado pela Atryan’s Arquitetura Restauração e Construção, passou por um rigoroso planejamento e acompanhamento.

Curiosidades

Além de toda a história da edificação secular, os passageiros que passam pela Estação Jundiaí também podem contemplar um Locobreque, exemplar de uma locomotiva a vapor, que operava na ferrovia século passado. O Locobreque passou por um processo de conservação e a cobertura do local onde está exposta também foi restaurada. Além disso, placas da época do Imperador Dom Pedro II e que marcaram os 100 anos da estação também podem ser vistas.

Inaugurado em 16 de fevereiro de 1867, o Complexo da Estação Ferroviária de Jundiaí foi construído para ser o terminal da antiga São Paulo Railway, posteriormente denominada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Foi a primeira linha ferroviária em território paulista que conectou o planalto ao litoral. As tipologias arquitetônicas da estação refletem o estilo adotado pelos ingleses nas primeiras construções ferroviárias de São Paulo, com técnicas de alvenaria de tijolos e ferro fundido.