Economia: Confiança do empresário do comércio sobe 0,8% em novembro

Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou crescimento, agora de 0,8%, em novembro. O avanço é mais expressivo na comparação com 2021, ficando em 10,9%.

Com o resultado, o indicador atingiu 131,9 pontos e é o maior patamar da série histórica, que começou em 2011. Os números foram divulgados hoje (25), no Rio de Janeiro, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que apura mensalmente o índice.

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BC aprova mudança para liberar compras com cartão Visa no WhatsApp.CNC projeta maior oferta de vagas temporárias desde o Natal de 2013.Tanto no comparativo com outubro quanto em relação a novembro de 2021, o destaque foi a avaliação da condição do desempenho atual da economia (em que o otimismo aumentou 4,8% e 33,8%, respectivamente), com a maior pontuação – 109,1 pontos – desde março de 2020, mês que demarcou o início da pandemia.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o fim de ano é, tradicionalmente, um momento de boas expectativas para o varejo, mas há outros fatores que contribuem para aumentar a confiança do empresariado do comércio.

“Em 2022, há uma condição especial e inédita que é a conjugação das intenções de compra para a Black Friday e o Natal com a realização da Copa do Mundo do Catar”, disse, acrescentando que, além desse impulso adicional, há a economia atual favorável e a previsão do pagamento da primeira parcela do 13º salário que reforçaram a confiança do empresário do comércio.

Pelos cálculos da CNC, a Black Friday deve movimentar R$ 4,2 bilhões no país. Se for confirmado, será o maior faturamento desde 2010. Já com a Copa, o incremento previsto para o varejo é de R$ 1,5 bilhão.

Contratação

Entre os comerciantes pesquisados, 85,2% revelaram que vão aumentar a contratação de funcionários neste fim de ano. O percentual é a maior proporção desde o início da apuração do Icec, em 2011. Após três meses de queda, o indicador registrou elevação de 0,2% na comparação mensal. Com isso, atingiu o maior nível histórico: 144 pontos.

A economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, apontou alguns fatores para o aumento da intenção de contratações. “A chegada das festas de fim de ano e o desempenho mais favorável da economia e do comércio estão incentivando as intenções de investir para absorver funcionários e estimular o consumo”, explicou.

Conforme as estatísticas da CNC, o Natal deve resultar na contratação de 109,4 mil trabalhadores temporários, o maior volume em nove anos no Brasil. Deste total, é possível que 11% sejam efetivados.

Situação geral

A CNC informou, também, que – em linha com a evolução positiva do varejo em setembro, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – a avaliação dos empresários sobre a situação atual do comércio voltou a melhorar no penúltimo mês do ano, com alta de 2%, após quedas nos três meses anteriores.

Entre os segmentos mais otimistas em novembro estão o de supermercados, o de farmácias e o de lojas de cosméticos, com alta de 4,4% no indicador.

Na visão da economista, as deflações entre julho e setembro permitiram a melhora no poder de compra dos consumidores e, consequentemente, as vendas no comércio. Catarina destacou que, em setembro, o grupo de alimentação e bebidas, que tem itens de grande peso na cesta de consumo da população, registrou deflação de 0,51%. Ainda que, em outubro, a inflação neste grupo tenha avançado 0,72%, o resultado acumulado em 12 meses desacelerou em 0,50 ponto percentual.

Roupas e calçados

Os mais satisfeitos com o nível de atividade do setor continuam sendo os comerciantes do segmento de vestuário, tecidos e calçados. Com a sétima alta mensal seguida, o indicador chegou a 120,3 pontos. “Essa dinâmica acontece pela necessidade que os consumidores têm, neste momento, de roupas e calçados novos para a retomada dos eventos sociais de fim de ano, o que deve ser incentivado pela Copa do Mundo”, observou a economista.

Um levantamento especial realizado pela CNC, com 18 mil consumidores em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, mostrou que 36% dos brasileiros pretendem comprar itens relacionados com a Copa, o que seria uma alta de 12 pontos percentuais em relação ao Mundial de Futebol de 2018. Os itens preferidos são os artigos de vestuário temático, indicados por 14,9% dos entrevistados.

O que é o índice

Para a CNC, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio é um indicador antecedente, “apurado exclusivamente entre os tomadores de decisão das empresas do varejo, cujo objetivo é detectar as tendências das ações do setor do ponto de vista do empresário”.

Aproximadamente seis mil empresas situadas em todas as capitais do país compõem a amostra. O índice avalia as condições atuais, as expectativas de curto prazo e as intenções de investimento dos empresários do comércio.

 

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Economia: Especialistas listam dicas de cuidados nas compras da Black Friday 

A última sexta-feira do mês começou com milhares de ofertas e descontos para o consumidor: é a Black Friday, evento para promover descontos e aquecer o comércio antes do Natal. Tradicional nos Estados Unidos, o dia promocional por lá acontece logo após o Dia de Ação de Graças, feriado celebrado na quarta quinta-feira de novembro.

Os brasileiros importaram o modelo do evento promocional para aquecer as vendas e, com isso, muita gente já aproveita para comprar os presentes de Natal. Mas, apesar “das ofertas e dos descontos imperdíveis”, o consumidor precisa ter cuidados ao aproveitar as promoções nesta sexta-feira (25).

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Instituto orienta para não cair em armadilhas na Black Friday.Cartilha alerta consumidores para promoções na Black Friday.No ano passado, mais de 700 reclamações foram registradas no Procon-SP. Os principais motivos foram atraso ou não entrega do produto; pedido cancelado; mudança de preço; maquiagem de desconto e indisponibilidade do produto ou serviço.  

A Fundação Procon-SP divulga algumas recomendações para que o consumidor não seja prejudicado ou se sinta lesado:  

Antes de comprar

É fundamental ponderar se a compra de determinado item, ainda que em valor promocional, cabe no bolso e não irá comprometer o orçamento.

Recomenda-se que o consumidor faça uma pesquisa de preços do produto que pretende comprar e avalie se o preço anunciado, incluindo frete e juros, em caso de parcelamento,  vale mesmo a pena.

Ao comprar pela internet, o consumidor deve estar alerta para a existência de sites e perfis de redes sociais falsos ou aqueles que oferecem ofertas enganosas. Os dados do fornecedor devem ser checados antes de qualquer compra ou contratação: um conselho é observar se a empresa tem endereço físico e consultar o CNPJ no site da Receita Federal. Verificar se a empresa foi criada há poucos dias também pode ser uma medida importante.

A Fundação Procon-SP recomenda que os consumidores consultem a lista Evite esses Sites disponibilizada em seu site.

O consumidor deve estar atento à forma como procura o fornecedor. É bom evitar o clique em links enviados por e-mail, WhatsApp ou mensagens. É ele quem deve buscar o fornecedor por sua iniciativa, acessando as páginas oficiais.

Phishing-as-a-Service

São Paulo – Movimento no comércio da rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, durante o Black Friday / Rovena Rosa/Arquivo Agência Brasil

Entre os golpes aplicados durante as edições da Black Friday, está o Phishing-as-a-Service (PHaaS), que consiste na criação de sites e perfis falsos que imitam grandes marcas.

Os consumidores são atraídos até esses sites por grandes descontos. Quando a compra é realizada, os golpistas roubam os dados da vítima e vazam essas informações, que podem ser utilizadas em outras práticas fraudulentas.

“Outro grande problema do PHaaS na Black Friday é que o consumidor realmente paga por um determinado produto ou serviço, mas nunca recebe sua compra e, muito menos, consegue o dinheiro de volta”, afirma o o advogado Léo Rosenbaum, especialista em relações de consumo.

Esses portais são bem feitos e, aos olhos do consumidor, parecem confiáveis. “Inclusive, existem sites falsos muito parecidos com sites oficiais de grandes lojas, que enganam muitas pessoas”, completa o advogado.

Por isso, antes de comprar, é importante se informar sobre a procedência do site e verificar se ele é seguro, o que pode ser feito observando o ícone de cadeado no canto esquerdo da barra de pesquisa e também através da lista “Evite esses Sites” do Procon-SP.

Para o assessor jurídico da área de relacionamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), David Douglas Guedes, o consumidor está mais prevenido e alerta, mas ainda há aqueles que seguem desavisados e que acabam sendo enganados por ofertas muito chamativas.

“Há também uma maior sofisticação, da parte dos criminosos, na aplicação dos golpes. Temos visto, por exemplo, sites falsos fazendo uso de domínios e templates muito semelhantes aos de lojas famosas, o que acaba ludibriando pessoas desatentas. É necessário redobrar os cuidados e estar atento sobre com quem se está negociando. Uma dica é priorizar fornecedores conhecidos e confiáveis e se certificar de que se está negociando diretamente com a pessoa/loja correta”, reforça.

Pagamento

Ao fazer o pagamento de uma compra por meio do boleto bancário, o consumidor deve conferir todos os dados antes de finalizar o pagamento – como o nome da empresa, data, CNPJ etc. Ao pagar via Pix, o destinatário do pagamento também deve ser conferido atentamente, recomenda o Procon-SP.

Prazo de arrependimento

É direito previsto pelo Código de Defesa do Consumidor a devolução do item adquirido no prazo de sete dias da compra ou da entrega; nesse caso, o consumidor não deve ser cobrado por nenhum valor e, de preferência, deve registrar o pedido de cancelamento por escrito.

Nas compras feitas presencialmente, o assessor jurídico da área de relacionamento do Idec faz as seguintes recomendações:

“Faça algum registro sobre as possíveis políticas de troca e cancelamento de compras, se não houver política de trocas, faça testes do produto ainda dentro da loja. Nas lojas físicas, ainda mais nas grandes redes, geralmente é mais fácil conseguir descontos maiores, apresentando, por exemplo, panfletos com ofertas da concorrência ao gerente da loja”, recomenda Guedes.

O assessor do Idec frisa que é proibida a diferenciação de preços nas lojas físicas e online. “Assim, vale a pena conferir o site da loja antes de ir presencialmente, porque pode haver uma oferta melhor na internet”, sugere.

Nas compras feitas presencialmente, os comerciantes podem impedir a troca ou devolução de um produto vendido na Black Friday.

“Infelizmente o Código de Defesa do Consumidor não obriga o comerciante a trocar ou cancelar a compra de um produto realizada em loja física. Presume-se que o consumidor teve, ali, a oportunidade de testar e se decidir pela compra. No entanto, se o lojista tem uma política de troca ou cancelamento, isso se torna um direito ao consumidor e, nesse caso, é importante o consumidor obter alguma prova da existência dessa política já no momento da compra”, afirmou o assessor do Idec. 

Problemas com a compra

O direito de arrependimento é previsto pelo Código de Defesa do Consumidor e possibilita a devolução de itens e o cancelamento de serviços quando a relação de consumo é firmada pela internet.

O consumidor que após sua compra tiver problema com atraso, não entrega ou outras questões, deve entrar em contato com a empresa e registrar sua demanda. Caso não consiga uma solução, pode procurar o Procon-SP no atendimento online ou presencial.

Compare preços e faça as contas

O advogado Léo Rosenbaum aconselha a checar os preços com antecedência. “Verifique se o desconto vale realmente a pena ou se uma oferta é na verdade o velho truque de aumentar o preço antes da Black Friday e, no dia do evento, voltar ao preço original, criando um falso desconto”.

Mas, para quem só conseguiu pesquisar agora, uma boa dica para economizar é comparar os preços de diferentes sites. “Além disso, para compras online e parceladas, é importante considerar o valor do frete e o acréscimo de juros”, completa o advogado.

Defesa do consumidor 

Diante de problemas como atrasos, não entrega ou outras questões, é aconselhável que o consumidor entre em contato, primeiramente, com a empresa. “Por ser uma época muito movimentada, erros acabam acontecendo e, geralmente, a situação pode ser resolvida diretamente.

“Mas, caso não consiga uma solução, o consumidor pode acionar as plataformas de defesa ao consumidor como o Procon e registrar reclamações nas plataformas Reclame Aqui e Consumidor.gov. Além disso, há a possibilidade de acionar a Justiça, sob a orientação de um advogado especialista em golpes digitais e virtuais e direitos do cLudmionsumidor”, sugere o advogado.

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Economia: Projeção de superávit primário em 2022 sobe para R$ 23,36 bilhões

Os royalties de petróleo e o pagamento de dividendos de estatais federais fizeram o Ministério da Economia aumentar a projeção de superávit primário para 2022. A estimativa de resultado positivo do Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – saltou de R$ 13,548 bilhões em setembro para R$ 23,361 bilhões em novembro.

A estimativa consta do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, enviado hoje (22) ao Congresso Nacional. O número é bastante superior à estimativa que consta no Orçamento Geral da União de 2022, que aponta déficit primário de R$ 76,3 bilhões.

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Teto foi furado porque era mal construído, diz ministro da Economia.Economia reduz estimativa oficial de inflação de 6,3% para 5,85%.Segundo o Ministério da Economia, a estimativa é conservadora. Em apresentação distribuída à imprensa, a pasta admitiu a possibilidade de o Governo Central encerrar o ano com superávit primário de R$ 38,7 bilhões.

O superávit primário representa a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. Desde 2014, o Governo Central registrava déficit primário ano a ano. De setembro para novembro, a melhora no resultado deve-se principalmente ao crescimento das receitas.

Mesmo com as desonerações concedidas sobre combustíveis e produtos industrializados, as previsões de receitas brutas saltaram R$ 10,832 bilhões em relação ao relatório anterior, divulgado em setembro. Ao descontar as transferências para os estados e os municípios, que cairá R$ 271,9 milhões em relação ao relatório anterior, a estimativa das receitas líquidas subiu R$ 11,104 bilhões.

O crescimento das receitas decorreu de entradas extras de recursos. A projeção das receitas com tributos administrados pela Receita Federal caiu R$ 3,55 bilhões, refletindo a desaceleração da economia no segundo semestre. No entanto, a estimativa para as receitas não administradas subiu R$ 10,059 bilhões em relação a setembro, decorrentes principalmente da alta no preço internacional do petróleo (+R$ 3,465 bilhões) e do pagamento de dividendos recordes pela Petrobras (+6,266 bilhões).

Em relação aos gastos, a projeção para as despesas primárias em 2022 subiu R$ 1,29 bilhão, devendo fechar o ano em R$ 1,832 trilhão. A estimativa para os gastos obrigatórios subiu para R$ 1,679 trilhão, valor R$ 2,136 bilhões maior que o projetado em setembro. Pela contabilidade apenas do resultado primário, a previsão de gastos discricionários (não obrigatórios) do Poder Executivo foi reduzida em R$ 845,7 milhões, para R$ 152,39 bilhões.

O contingenciamento (bloqueio) final ficou num valor maior, em R$ 5,7 bilhões, por causa da necessidade de cumprir o teto federal de gastos. A retenção das verbas foi necessária para arcar com R$ 2,348 bilhões em benefícios da Previdência Social e com R$ 3,862 bilhões relativos à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a medida provisória que adiava os repasses de ajudas ao setor cultural da Lei Aldir Blanc.

Campo de Marte

A previsão de superávit primário só não será maior por causa do acordo que extinguiu a dívida de cerca de R$ 24 bilhões da prefeitura de São Paulo com a União em troca da extinção da ação judicial que questiona o controle do aeroporto de Campo de Marte, na capital paulista. Não fosse o acordo, o Governo Central obteria superávit primário de R$ 47,3 bilhões neste ano. Na projeção mais otimista, o resultado positivo chegaria a R$ 62,7 bilhões se a questão não tivesse sido resolvida.

A estimativa para o resultado primário, informou o Ministério da Economia, incorpora a aprovação da emenda constitucional que aumenta benefícios sociais e cria auxílio para taxistas e caminhoneiros. A mudanças tem impacto de R$ 41,25 bilhões até o fim do ano, mas esses gastos não foram afetados pelo contingenciamento porque estão fora do teto de gastos.

A projeção também inclui as desonerações de R$ 71,56 bilhões que entraram em vigor em 2022. Desde o início do ano, o governo concedeu diversas desonerações para estimular a economia. As medidas com maior impacto são a redução em 35% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que fará a União deixar de arrecadar R$ 23,6 bilhões neste ano. Em segundo lugar, vem a desoneração sobre os combustíveis, com impacto de R$ 16,51 bilhões nas receitas do governo.

Bloqueios totais

No fim de março, o governo havia contingenciado R$ 1,722 bilhão em emendas de relator. Em maio, a equipe econômica inicialmente divulgou um bloqueio de R$ 8,239 bilhões, mas o valor foi posteriormente reduzido para R$ 6,965 bilhões.

Em julho, o governo fez um novo bloqueio de R$ 6,739 bilhões. Em setembro, houve um contingenciamento adicional de R$ 2,635 bilhões.

A cada dois meses, o Ministério da Economia divulga o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento. Com base nas previsões de crescimento da economia, de inflação e do comportamento das receitas e das despesas, a equipe econômica determina o bloqueio necessário para cumprir as metas de déficit primário (resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública) e o teto de gastos.

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Economia: Teto foi furado porque era mal construído, diz ministro da Economia

Apesar de ter sido extrapolado várias vezes nos últimos anos, o teto federal de gastos continua uma ferramenta necessária para garantir a estabilidade das contas públicas, disse hoje (18) o ministro da Economia, Paulo Guedes. De acordo com ele, o governo teve de enviar emendas constitucionais que resultaram em gastos além do limite porque o mecanismo foi mal construído.

“Se tem lareira em casa, é bom ter chaminé. Um teto mal construído, se pegar fogo na casa morre todo mundo asfixiado. O teto [de gastos] foi mal construído. Em 2019, chegamos com a mentalidade ‘Mais Brasil’ para transferir recursos para estados e municípios, mas não podia porque estourava o teto, que era mal construído”, declarou o ministro no primeiro pronunciamento desde o segundo turno das eleições presidenciais.

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Pix se consolida como meio de pagamento mais usado no país.Ministro da Economia diz que teto de gastos é “retrátil”.Guedes participou de evento em comemoração ao aniversário de 30 anos da Secretaria de Política Econômica (SPE). De acordo com o ministro, o teto só foi furado em situações excepcionais, que exigiram gastos extras.

Histórico

No atual governo, o teto de gastos foi extrapolado cinco vezes. A primeira ocorreu em 2019, quando uma emenda constitucional permitiu ao governo retirar do teto cerca de R$ 60 bilhões transferidos para estados e municípios após a revisão da cessão onerosa do pré-sal. Em 2020, o teto voltou a ser furado por causa do Orçamento de Guerra, que permitiu o pagamento do Auxílio Emergencial e a ajuda aos governos locais nos primeiros meses da pandemia de covid-19.

O teto foi furado mais três vezes. Em 2021, a PEC Emergencial, que resultou no novo marco fiscal, autorizou o gasto de R$ 44 bilhões para o pagamento da segunda rodada do Auxílio Emergencial. Ainda no ano passado, a PEC dos Precatórios liberou mais R$ 110 bilhões fora do teto: cerca de R$ 65 bilhões com a mudança da fórmula de correção do teto de gastos e em torno de R$ 45 bilhões com o adiamento de precatórios (dívidas reconhecidas pela Justiça).

Por fim, em julho deste ano, outra emenda constitucional liberou R$ 41,2 bilhões para aumentar o valor do Auxílio Brasil para R$ 600 e criar os auxílios Taxista e Caminhoneiro.

Programas sociais

Em seu discurso, Guedes disse que um suposto conflito entre as políticas sociais e a irresponsabilidade fiscal existe pela incapacidade técnica de governos anteriores. Segundo ele, o atual governo aumentou os repasses sociais sem prejudicar as contas públicas.

“Nós disparamos o melhor programa social que já houve, com responsabilidade fiscal. Então, que historinha é essa de conflito de social com fiscal? Isso revela ignorância, desconhecimento técnico e incapacidade de resolver problemas”, declarou. O ministro repetiu declarações de que o país está “trilhando o caminho da prosperidade” e classificou de erro qualquer recuo em relação às políticas econômicas atuais.

Sobre a fome no país, Guedes disse que o problema existia antes e que o atual governo “descobriu os invisíveis” ao criar o Auxílio Emergencial em 2020. O programa, que vigorou em 2020 e em 2021, atendeu a trabalhadores informais. Em vigor desde o fim do ano passado, o Auxílio Brasil herdou o público do Bolsa Família.

O ministro também enumerou realizações econômicas da atual gestão e citou a criação do Pix, sistema de transferências instantâneas do Banco Central, como um feito do governo.

Além de Guedes, participaram do evento o ministro de Minas e Energia e ex-secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida; o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos, Rogério Boueri; e o secretário de Política Econômica, Pedro Calhman de Miranda.

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Economia: Produção de motocicletas cresce 26% em outubro, aponta Abraciclo

O Polo Industrial de Manaus (PIM) produziu, em outubro, 137.346 motocicletas, aponta levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), divulgado hoje (10). A produção é 26,6% maior do que a registrada no mesmo mês do ano passado, quando foram fabricadas 108,4 mil unidades. Na comparação com setembro, houve um recuo de 1,6%, tendo em vista que no mês anterior a produção ultrapassou 139 mil motocicletas.

A associação destaca que é o terceiro melhor resultado do ano. A produção caiu após os dois meses com maior produção de 2022: agosto (145,8 mil), que é o melhor número, e setembro (139,6 mil).

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Produção de motocicletas passa de 139 mil em setembro.Abraciclo estima produção de 1,29 milhão de motocicletas neste ano.Venda de veículos tem alta de 19,33% em setembro, diz Fenabrave.O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, disse em nota que “a indústria segue em expansão e mantém o ritmo de crescimento para atender aos consumidores”. Ele apontou ainda que a alta no preço dos combustíveis pode levar mais pessoas a optarem “pelo guidão” por serem mais econômicos.

De janeiro a outubro, foram produzidas 1.198.889 motocicletas no polo de Manaus, uma alta de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2021, saíram 1.005.014 unidades das linhas de montagem.

A Abraciclo disse que esse é o melhor resultado para os dez primeiros meses do ano desde 2014. Naquele ano, foram fabricadas mais de 1,3 milhão de unidades. A entidade projeta a produção de 1,420 milhão de motocicletas este ano, o que representa um acréscimo de 18,8% nos números de 2021.

Vendas

No varejo, foram negociadas 120.273 motocicletas em outubro, uma alta de 24% em relação a outubro do ano passado, quando 97 mil unidades foram licenciadas. Na comparação com setembro, o volume é 2,7% menor, pois foram vendidos mais de 123 mil motocicletas. Outubro também foi o terceiro melhor mês nos emplacamentos. O melhor número foi registrado em maio com 133.344 licenciamentos, seguido por setembro, com 123.641.

A média diária de vendas, no mês, que teve 20 dias úteis, foi de 6.014 unidades. Em outubro de 2021, que teve um dia útil a menos, a média ficou em 5.105 emplacamentos por dia. Já em relação a setembro, que teve um dia útil a mais, com média de 5.888, houve alta de 2,1%.

Exportação

As associadas da Abraciclo venderam 4.047 motocicletas para o estrangeiro em outubro, o que representa 3,2% a menos do que em outubro de 2021, quando foram embarcadas 4.182 unidades. Na comparação com setembro, a retração chega a 30,1%, com a exportação de 5.786 unidades. A associação utiliza os dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat para indicar que a Argentina foi o principal destino do mês de outubro, com 29% do total.

No acumulado do ano, as exportações somam 47.717 motocicletas, um volume 1,6% maior na comparação com o período de janeiro a outubro do ano passado. Os dados do Comex Stat apontam que a Colômbia é o principal mercado, representando 28,1% das exportações, seguida pela Argentina, com 24,3% do total exportado.

Por região

Em outubro, a Região Norte teve alta de 33,9% no volume de licenciamentos, com 15.370 motocicletas vendidas. É o maior crescimento percentual no volume de emplacamentos em um ano. Em números absolutos, a liderança em vendas é do Sudeste, com 38,1% de participação do mercado e mais de 45,8 mil unidades licenciadas. O Nordeste aparece em seguida, com 30,1% do mercado e 36,1 mil unidades.

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Economia: Mata Atlântica produz 50% dos alimentos consumidos no país, diz estudo

A agropecuária na área da Mata Atlântica é responsável pela produção de mais da metade dos alimentos consumidos no país. O bioma, no entanto, emite somente 26% do total de gases de efeito estufa (GEE) do setor agropecuário brasileiro. Os dados são de estudo divulgado hoje (9) pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica, assinado pelos pesquisadores Luís Fernando Guedes Pinto, Jean Paul Metzger e Gerd Sparovek.

Segundo o estudo, a Mata Atlântica responde por 52% da produção vegetal de alimentos de consumo direto do país (exceto milho, soja e cana); 30% da produção vegetal de não alimentos (fibras, látex e algodão); 43% da produção de soja, milho e cana-de-açúcar, culturas alimentares de consumo direto, indireto (ração de animais) e de energia; 56% da produção de alimentos de origem animal; e 62% de cabeças animais (bovinos, ovinos, aves, suínos).

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Mata Atlântica é o bioma com maior captação de água do país.Alimentos levam inflação britânica ao maior nível em 40 anos.ONU: emissão de gases de efeito estufa pode aumentar 10,6% até 2030.“Esse resultado é alcançado com uma área de uso agropecuário e emissões de gases de efeito estufa comparativamente menores que as do Cerrado, que se tornou o paradigma e referência da agropecuária nacional nas últimas décadas a partir do cultivo de monoculturas em larga escala e em grandes propriedades”, destaca o pesquisador Luís Fernando Guedes Pinto, diretor executivo da SOS Mata Atlântica.

Professor do Departamento de Ecologia da Universidade de São Paulo (USP), conselheiro da SOS Mata Atlântica e um dos autores do estudo, Jean Paul Metzger ressalta que, historicamente, o bioma é responsável pela segurança alimentar do país.

“Desde o início da colonização portuguesa, em 1500, o sistema agroalimentar brasileiro dependeu basicamente da Mata Atlântica durante a maior parte da história, mas o seu potencial atual para contribuir, de forma sustentável, com a segurança alimentar da população brasileira ainda é pouco conhecido e explorado.”

O estudo Produção de Alimentos na Mata Atlântica contou com o apoio da Cátedra Josué de Castro, e dados dos Censos Agropecuários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do MapBiomas e do Atlas da Agropecuária Brasileira.

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Economia: Dólar sobe para R$ 5,18 um dia após eleições norte-americanas

A indefinição nas eleições de meio mandato nos Estados Unidos e a divulgação de lucros decepcionantes de instituições financeiras no Brasil pressionaram o mercado financeiro. O dólar oscilou bastante, mas fechou em alta. A bolsa de valores teve forte queda e retornou aos 113 mil pontos.

O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (9) vendido a R$ 5,182, com alta de R$ 0,038 (+0,74%). A cotação teve um dia de vaivém. Depois de subir para R$ 5,19 pouco depois da abertura dos negócios, caiu para R$ 5,13 pouco antes das 14h e voltou a subir no fim da tarde.

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Inadimplência na capital paulista supera 1 milhão de lares.Iniciativa privada dará escala para a economia verde, diz ministro.A moeda norte-americana sobe 0,31% em novembro. Em 2022, a divisa acumula baixa de 7,07%.

O mercado de ações teve um dia conturbado. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 113.580 pontos, com recuo de 2,22%. O indicador foi pressionado pelas bolsas norte-americanas, que caíram com a indefinição nas eleições legislativas nos Estados Unidos, realizadas ontem (8), e pela queda no lucro de um grande banco no terceiro trimestre, influenciado pelo aumento da inadimplência.

O dólar teve um dia de alta contra as principais moedas refletindo o resultado ajustado da votação que definirá o controle da Câmara e do Senado dos Estados Unidos nos dois anos restantes do governo do presidente Joe Biden. A apuração não confirmou uma vitória expressiva do Partido Republicano, com a eleição para o Senado em um estado chave, a Georgia, indo para o segundo turno em 6 de dezembro.

No Brasil, o mercado financeiro aguardava uma definição em torno do mecanismo que o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, escolherá para retirar até R$ 175 bilhões do teto de gastos no Orçamento de 2023. Após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, Lula disse preferir uma proposta de emenda à Constituição para viabilizar as mudanças.

* com informações da Reuters

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Economia: Dólar cai para R$ 5,14 em dia de anúncio da equipe de transição

Um dia após aproximar-se de R$ 5,20, o dólar perdeu força e caiu em meio aos primeiros anúncios da equipe de transição para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A bolsa de valores subiu, impulsionada por papéis de setores que caíram ontem (7).

O dólar comercial fechou esta terça-feira (8) vendido a R$ 5,144, com queda de R$ 0,029 (-0,56%). A cotação começou o dia em alta, chegando a R$ 5,23 nos primeiros minutos de negociação, mas inverteu o movimento e passou a cair ainda durante a manhã. Na mínima do dia, por volta das 14h, chegou a R$ 5,13.

Com o desempenho de hoje, o dólar acumula queda de 0,43% em novembro. Em 2022, a divisa cai 7,75%.

No mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 116.160 pontos, com alta de 0,71%, após operar próximo da estabilidade por diversas vezes ao longo do dia. O indicador foi impulsionado por ações de mineradoras e de varejistas, papéis que haviam caído na segunda-feira.

Dois fatores trouxeram alívio ao mercado financeiro. No cenário interno, o anúncio dos coordenadores da equipe de transição para o futuro governo dissipou as tensões de ontem. Nesta tarde, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, anunciou que o grupo econômico será coordenado pelos economistas Pérsio Arida e André Lara Resende, criadores do Plano Real, e pelos economistas Guilherme Mello e Nelson Barbosa (ex-ministro da Fazenda), ligados ao PT. Alckmin, no entanto, não divulgou pistas sobre o futuro ministro da Fazenda.

No cenário internacional, as bolsas norte-americanas subiram pelo terceiro dia consecutivo e o preço do ferro teve alta no mercado internacional. Novas notícias de que a China pretende flexibilizar as restrições contra a covid-19 impulsionaram as commodities (bens primários com cotação internacional), favorecendo países emergentes, como o Brasil.

*Com informações da Reuters

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Economia: Petrobras aprova distribuição de R$ 43,7 bilhões em dividendos

A Petrobras comunicou hoje (3) que o Conselho de Administração aprovou pagamento de dividendos no valor de R$ 3,3489 por ação preferencial ou ordinária. O total pago aos detentores das mais de 13 bilhões de ações da estatal no mercado financeiro será de cerca de R$ 43,7 bilhões.

O pagamento aos acionistas será feito em duas parcelas iguais, uma em 20 de dezembro de 2022, e outra em 19 de janeiro de 2023. Em cada uma dessas datas, será pago R$ 1,67445 por ação preferencial e ordinária. 

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Petrobras anuncia datas de divulgação dos balanços do 3º trimestre    .O anúncio ocorre no dia em que a empresa vai divulgar seu resultado financeiro do terceiro trimestre, o que está previsto para ocorrer após o fechamento do mercado de ações. Amanhã (4), a diretoria executiva da estatal concederá entrevista coletiva à imprensa sobre o desempenho financeiro da empresa.

No comunicado, a Petrobras afirma que o dividendo proposto “está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a Companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos)”. 

“Além disso, a Política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada”, acrescenta o texto. “A aprovação do dividendo proposto é compatível com a sustentabilidade financeira da companhia no curto, médio e longo prazo e está alinhada ao compromisso de geração de

valor para a sociedade e para os acionistas, assim como às melhores práticas da indústria mundial de petróleo e gás natural”.

Críticas

A nova distribuição de dividendos da Petrobras gerou críticas e deve ser questionada na Justiça pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro).

De acordo com as entidades, o total de dividendos distribuídos no ano chegará a quase R$ 180 bilhões, enquanto os investimentos realizados pela estatal em 2022, até junho, somam apenas R$ 17 bilhões, conforme relatórios financeiros da empresa.

“A FUP e a Anapetro questionarão judicialmente eventual aprovação de novos dividendos e processarão cada conselheiro por tal medida”, afirma o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, em comunicado conjunto das entidades. 

O anúncio do pagamento também foi criticado pela presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, que integra a equipe de transição para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente da República.

A petista afirmou que a política de dividendos retira da estatal a capacidade de investimento e só enriquece acionistas. “A Petrobras tem que servir ao povo brasileiro”, escreveu nas redes sociais. 

A Petrobras, por sua vez, afirma que, no Plano Estratégico 2022-26, os projetos de investimentos solicitados pelas áreas de negócio foram atendidos. 

“Não existem investimentos represados por restrição financeira ou orçamentária, e a decisão de uso dos recursos excedentes para remunerar os acionistas se apresenta como a de maior eficiência para otimização da alocação do caixa”.

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Economia: Contas públicas têm superávit de R$ 10,7 bilhões em setembro

As contas públicas fecharam o mês de setembro com saldo positivo, resultado do aumento da arrecadação do Tesouro Nacional. O setor público consolidado, formado por União, estados, municípios e empresas estatais, registrou superávit primário de R$ 10,746 bilhões no mês passado, ante superávit primário de R$ 12,933 bilhões em setembro de 2021.

Os dados foram divulgados hoje (31) pelo Banco Central (BC). O superávit primário representa o resultado positivo das contas do setor público (despesas menos receitas), desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública.

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Arrecadação federal é de R$ 166,28 bilhões em setembro.Projeção da inflação para 2022 varia de 5,60% para 5,61%.Receita paga hoje restituições de lote residual do Imposto de Renda.Em 12 meses, encerrados em setembro, as contas acumulam superávit primário de R$ 181,358 bilhões, o que corresponde a 1,93% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). No ano, de janeiro a setembro, há superávit de R$ 130,802 bilhões, ante resultado positivo de R$ 14,171 bilhões no mesmo período do ano passado.

Em 2021, as contas públicas fecharam o ano com superávit primário de R$ 64,7 bilhões, 0,75% do PIB. Foi o primeiro ano de resultados positivos nas contas do setor público, após 7 anos de déficit. Em 2020, as contas públicas tiveram déficit primário recorde de R$ 702,950 bilhões, 9,41% do PIB, em razão dos gastos com a pandemia da covid-19.

Dados isolados

No mês passado, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou superávit primário de R$ 11,113 bilhões ante o superávit de R$ 708 milhões em setembro de 2021.

A receita líquida cresceu 6,04% em termos reais, por volta de R$ 8,8 bilhões, puxada pelo recebimento de dividendos de empresas estatais, que pagaram à União pouco mais de R$ 13 bilhões, sendo que a Petrobras pagou quase a totalidade desse valor. Já as despesas tiveram redução interanual de 1,1%. O BC destaca que em 2021 as despesas ainda estavam aumentadas em razão dos gastos com a pandemia de covid-19.

O montante do superávit do Governo Central difere do resultado divulgado no último dia 27 pelo Tesouro Nacional, de superávit de R$ 10,954 bilhões em setembro, porque, além de considerar os governos locais e as estatais, o BC usa uma metodologia diferente, que leva em conta a variação da dívida dos entes públicos.

Os governos estaduais tiveram superávit no mês passado, registrando R$ 3,253 bilhões, ante superávit de R$ 7,265 bilhões em setembro de 2021. Já os governos municipais anotaram déficit de R$ 2,932 bilhões em setembro deste ano. No mesmo mês de 2021, houve superávit de R$ 3,174 bilhões para esses entes.

No total, os governo regionais (estaduais e municipais) tiveram superávit de R$ 321 milhões em setembro de 2022 contra resultado positivo de R$ 10,439 bilhões no mesmo mês de 2021. Segundo o BC, a queda no superávit vem da queda na arrecadação desses entes, principalmente do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que teve variação de quase 6,5% em termos reais. Por outro lado, as transferências regulares do governo federal no âmbito do compartilhamento de impostos e outras normas federativas cresceram, fruto natural do aumento da arrecadação federal. Entretanto, elas não foram capaz de compensar a redução das despesas próprias dos governos regionais.

Já as empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos Petrobras e Eletrobras, tiveram déficit primário de R$ 688 milhões no mês passado.

Despesas com juros

Os gastos com juros ficaram em R$ 71,364 bilhões no mês passado, contra R$ 35,628 bilhões em agosto e R$ 54,952 bilhões em setembro de 2021. Nesse aumento, há os efeitos das operações do Banco Central no mercado de câmbio (swap cambial, que é a venda de dólares no mercado futuro), que, nesse caso, contribuíram para a piora da conta de juros no mês passado. Os resultados dessas operações são transferidos para o pagamento dos juros da dívida pública, como receita, quando há ganhos, e como despesa, quando há perdas.

No mês passado, a conta de swaps teve perdas de R$ 24,7 bilhões, contra ganhos R$ 11,3 bilhões em agosto. Na comparação interanual, em setembro de 2021, as perdas do BC também foram menores, de R$ 16,8 bilhões.

Na comparação entre setembro de 2021 e 2022, também contribuiu para a evolução dos juros o aumento do estoque da dívida e da alta da taxa Selic no período, que passou de 6,25% ao ano em setembro do ano passado para os atuais 13,75% ao ano. Por outro lado, a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, nos últimos meses, contribui para a redução dos juros.

O resultado nominal, formado pelo resultado primário e os gastos com juros, se elevou. Em setembro, o déficit nominal ficou em R$ 60,618 bilhões, contra o resultado negativo de R$ 42,018 bilhões em igual mês de 2021. Em 12 meses, o setor público acumula déficit R$ 410,637 bilhões, ou 4,36% do PIB. O resultado nominal é levado em conta pelas agências de classificação de risco ao analisar o endividamento de um país, indicador observado por investidores.

Dívida pública

A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 5,487 trilhões em setembro, o que corresponde a 58,3% do PIB. Em agosto, o percentual da dívida líquida em relação ao PIB estava em 58,2%.

Em setembro de 2022, a dívida bruta do governo geral (DBGG) – que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 7,262 trilhões ou 77,1% do PIB, contra 77,5% (R$ 7,231 trilhões) no mês anterior. Assim como o resultado nominal, a dívida bruta é usada para traçar comparações internacionais.

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