Educação: Terminam hoje as inscrições para a primeira etapa do Revalida 

Da Agência Brasil –

As inscrições para a primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2023 terminam nesta terça-feira (26). O prazo também vale para as solicitações de atendimento especializado e tratamento por nome social.

Para participar, é necessário ser brasileiro ou estrangeiro em situação legal no Brasil. Os interessados devem se inscrever por meio do Sistema Revalida.

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Senado aprova MP do programa Mais Médicos e texto vai a sanção.Teto semestral do Fies para o curso de medicina é reajustado.Inep publica edital com regras para o Enem 2023.O edital traz algumas mudanças em relação às edições anteriores. A exemplo dos últimos exames, os participantes devem, como regra geral, enviar o diploma para confirmar a inscrição. Entretanto, declarações e certificados de conclusão de curso serão aceitos nos casos em que o participante já tiver concluído o curso, mas ainda estiver aguardando a expedição do diploma.

“O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aceitará esses documentos, desde que comprovem a conclusão de todo o componente curricular obrigatório do curso (inclusive de eventuais internatos, estágios obrigatórios e provas finais)”.

O Inep aplicará as provas objetiva e discursiva no dia 6 de agosto em nove cidades: Brasília, Campo Grande, Curitiba, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Salvador e São Paulo.

Confira o cronograma completo da primeira etapa do Revalida 2023:

– Inscrições: 21 a 27 de junho

– Solicitações de atendimento especializado e tratamento por nome social: 21 a 27 de junho

– Análise dos diplomas, certificados ou declarações: 30 de junho a 4 de julho 

– Divulgação da nota de corte: 6 de julho de 2023 

– Divulgação do Cartão de Confirmação da Inscrição: 25 de julho 

– Aplicação: 6 de agosto 

– Divulgação do gabarito e do padrão de resposta (versões definitivas): 8 de setembro 

– Resultado final da 1ª etapa: 2 de outubro

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Educação: Inscrições para o Prouni começam nesta terça-feira

Da Agência Brasil –

Começa nesta terça-feira (27) o prazo de inscrição no Programa Universidade para Todos (Prouni) para o segundo semestre. Os interessados em participar do processo seletivo terão até o dia 30 de junho para fazer as inscrições, por meio do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

O resultado da primeira chamada está previsto para o dia 4 de julho e o da segunda chamada, para 24 de julho. Caso os candidatos não tenham sido selecionados nas chamadas regulares, o programa oferece uma nova oportunidade, pela lista de espera. Para tanto, será necessário ao candidato manifestar interesse nos dias 14 e 15 de agosto. A divulgação da lista de espera será no dia 18 de agosto.

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MEC divulga cronogramas do Sisu, Prouni e Fies .Enem tem mais de 4,6 milhões de pré-inscrições.Educação é a base fundamental para o crescimento de um país, diz Lula.O Prouni é o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo – integrais e parciais (50%) – em instituições particulares de educação superior, para cursos de graduação e sequenciais de formação específica.

Para se inscrever no programa, o candidato precisa ter participado da edição de 2021 ou de 2022 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), e tenha obtido pontuação igual ou superior a 450 pontos na média das notas.

Além disso, é necessário que não tenha zerado na nota de redação, e que o candidato não tenha participado do Enem na condição de treineiro – situação em que a participação é feita para fins de autoavaliação de estudantes que ainda não concluíram o Ensino Médio.

Para fins de classificação e eventual pré-seleção no Prouni, o Ministério da Educação utiliza a edição do Enem em que o participante obteve o melhor desempenho.

Para ter acesso à bolsa integral, o estudante deve comprovar renda familiar bruta mensal de até 1,5 salário mínimo por pessoa. Para a bolsa parcial, a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.

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Educação: Reajustes das mensalidades deixam estudantes sem opção

Da Agência Brasil –

Os recentes reajustes das mensalidades do ensino superior podem deixar vários estudantes de fora da faculdade, por não terem condições de pagar, de acordo com estudo feito pela Quero Educação. O levantamento mostra que enquanto os futuros alunos buscam mensalidades de cerca de R$ 500, a média cobrada pelas instituições é R$ 722. Isso faz com que 68% daqueles que estão em busca de uma formação superior não encontrem opções viáveis.

O levantamento foi realizado a partir das buscas feitas na plataforma Quero Bolsa, um dos braços da Quero Educação. Pela plataforma, estudantes podem obter bolsas de estudos de 5% a 80% de desconto em instituições privadas. Hoje, as bolsas ofertadas cobrem, de acordo com a Quero, 10% das matrículas nas faculdades. Mais de 1,3 mil instituições ofertam bolsas de estudo pela plataforma.

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Teto semestral do Fies para o curso de medicina é reajustado.MEC divulga cronogramas do Sisu, Prouni e Fies .Fies financiará até R$ 60 mil por semestre de cursos de medicina .Segundo a Quero Educação, no início deste ano as maiores instituições do mercado praticavam, na plataforma, um preço médio nas mensalidades de R$ 530, enquanto os alunos buscavam cursos com preço médio de R$ 526. Ao longo do ano, em meio à queda no poder de compra, os estudantes passaram a buscar graduações presenciais com um preço médio de R$ 495, enquanto o valor médio das mensalidades ofertadas na plataforma foi elevado para R$ 722, representando um aumento de 45% em relação a faixa buscada pelos alunos.

Se antes as instituições atendiam a 63% dos estudantes que buscavam vagas, agora essa porcentagem caiu para 32%. “Não houve aumento do poder de compra dos alunos, eles não podem pagar esse preço. É isso que a gente vem alertando. Está ficando muita gente de fora. E o fato é que as instituições não vão conseguir encher as suas salas”, alerta o diretor da Quero Educação, Marcelo Lima.

Para Lima os descontos nas mensalidades e as bolsas de estudos são mais vantajosas que os financiamentos, pois podem garantir a formação dos alunos sem que eles fiquem endividados quando deixam a universidade. “É uma grande oportunidade para as faculdades que quiserem trabalhar nesse mercado num preço mais acessível para os alunos. É uma oportunidade para elas encherem suas salas, porque é muito melhor ter uma sala cheia de alunos pagando R$ 500 do que ter uma sala pela metade, conseguindo captar aqueles alunos que estão dispostos a pagar R$ 720”.

Reajustes necessários

Entidades representativas do ensino superior reconhecem a dificuldade dos estudantes em pagar as mensalidades, mas ressaltam que os reajustes são necessários, uma vez que muitas das instituições, durante a pandemia, não aumentaram as mensalidades. “O preço é formado com base no custo. Houve, pela inflação, aumento real de custos nas universidades, aumento de luz, aluguel, correção de salários”, argumenta o diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), Celso Niskier. De acordo com ele, cerca da metade das vagas ofertadas pelas instituições não são preenchidas.

Segundo o diretor executivo do Semesp, que também representa as mantenedoras de ensino superior do Brasil, Rodrigo Capelato, cerca de 30% a 35% dos estudantes têm atualmente algum desconto ou bolsa. “Em 2023, houve pequena recuperação do setor, mas sempre com muito desconto, precisando ajustar valores porque o poder aquisitivo ainda está muito baixo e as famílias estão muito endividadas”, disse.

Capelato ressalta que não é possível oferecer descontos a todos os estudantes. “O valor médio das mensalidades é R$ 800 a R$ 1,5 mil. Senão, não pagamos os custos, principalmente no ensino presencial”.

Ambos defendem o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) como forma de manter os alunos e garantir a formação, já que mesmo com bolsas, eles não têm condições de pagar até o final do curso. Atualmente, o setor privado concentra 77% das matrículas do ensino superior brasileiro, de acordo com o último Censo da Educação Superior. “A gente precisa de uma forma de ingressar via setor privado, senão não consegue dar cobertura. E a melhor forma é ampliar o financiamento estudantil”, defende Capelato.

“As pessoas que buscam ensino superior carecem de financiamento estudantil, um novo Fies até para retomar o caráter social que defendemos, como era da origem. No Brasil, se não tiver financiamento com esse caráter, vai ter mais gente precisando fazer curso superior e não conseguindo”, defende Niskier.

Qualidade

Para os estudantes, é importante que o ensino ofertado seja de qualidade, o que muitas vezes não tem ocorrido, de acordo com a coordenadora de Comunicação da União Nacional dos Estudantes (Une), Manuella Silva.

“A gente precisa, nesse momento, para além de garantir que estudantes tenham acesso ao ensino superior, garantir a qualidade do ensino superior. O que nós vemos é o lucro acima da qualidade”, disse.

Segundo Manuella, a UNE recebe reclamações de estudantes que acabam tendo aulas gravadas há muitos anos, já desatualizadas, que não tem laboratórios para práticas, entre outras reclamações.

Sobre os reajustes, a estudante ressalta que os aumentos estão recaindo não apenas para os estudantes que estão ingressando na universidade, mas para aqueles que já estão matriculados e que acabam não tendo condições para se manter estudando.

De acordo com Manuella, a UNE defende, além de um Fies que consiga assegurar que os estudantes concluam os cursos, uma garantia de emprego, para que possam, assim que formados, quitar suas dívidas com o programa.

“A gente defende o Fies, mas defende que ele consiga garantir o pleno emprego, para que os estudantes consigam ter acesso ao mercado de trabalho. O Fies é importante para garantir entrada na universidade, mas que seja um Fies que os estudantes consigam entrar, permanecer e concluir um curso com qualidade, que não o deixem pela metade”, defende.

Fies

Atualmente, o Fies está sendo discutido em um grupo de trabalho criado pelo Ministério da Educação. As discussões, em tese, terminam em setembro. A Portaria 390, que oficializou o grupo de trabalho, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 8 de março, com a finalidade de promover estudos técnicos relacionados ao Fundo, como diagnósticos sobre a situação atual do Fies, a reavaliação do limite de financiamento e a desburocratização do programa.

Criado em 1999, o Fies oferece financiamento a estudantes de baixa renda em instituições particulares de ensino a condições mais favoráveis que as de mercado. O programa, que chegou a firmar, em 2014, mais de 732 mil contratos, sofreu, desde 2015, uma série de mudanças e enxugamentos. Em 2019, foram cerca de 67 mil ingressantes no ensino superior pelo Fies.

Um dos principais motivos para as mudanças nas regras do Fies, de acordo com gestões anteriores do Ministério da Educação, foi a alta inadimplência, ou seja, estudantes que contratam o financiamento e não quitam as dívidas após formados. O percentual de inadimplência registrado pelo programa chegou a atingir mais de 40%, de acordo com dados do ministério, de 2018.

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Educação: UFRJ abre inscrições para financiar projetos com ações transformadoras

Da Agência Brasil –

Estão abertas até o dia 26 deste mês as inscrições para o Laboratório de Inovação Cidadã 2023 – Ações Transformadoras (Labic), iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O formulário de inscrição pode ser acessado pela internet.

Podem se inscrever projetos, ações, redes, coletivos e organizações de alto impacto social, ligados a propostas de sustentabilidade, transformação social, cidadania, diversidade e ampliação de direitos, sejam projetos iniciantes ou já atuantes.

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Termina hoje prazo para inscrições no Sisu.Psicanalista diz que mundo de tsunami digital requer nova educação.Liga STEAM tem 2ª edição para educadores e alunos de escolas públicas.No dia 14 de julho próximo, serão divulgados os 20 projetos selecionados de todo o estado do Rio de Janeiro, no campo da inovação cidadã, que receberão apoio no valor de R$ 2,5 mil e de R$ 5 mil para desenvolver suas ações. As iniciativas devem ser externas à universidade, e não é necessário que os proponentes tenham formação ou titulação acadêmica.

Os recursos serão pagos no final do laboratório. Eles são provenientes de emendas parlamentares, de projetos especiais junto ao Parque Tecnológico da UFRJ e auxílios de agências de fomento como Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Implementação

A pró-reitora de Extensão da UFRJ, Ivana Bentes, explicou nesta quinta-feira (22) à Agência Brasil que os recursos de R$ 2,5 mil serão destinados a projetos que ainda estão no papel e não foram iniciados de fato, enquanto o apoio de R$ 5 mil se destina a projetos já implantados. “O laboratório serve para implementar as ações”, informou. O laboratório será iniciado no dia 1º de setembro, com término previsto em dezembro.

Os projetos devem ser inscritos em variados eixos de ação que envolvem mídia, diversidade e combate à desinformação; tecnologias, redes, dados e plataformas; formação; economia e cidadania, entre outros.

As iniciativas selecionadas participarão de encontros, imersões, oficinas e mentorias para desenvolvimento e construção de redes, ações de mídia, formação, sustentabilidade, políticas culturais, prototipagem e pesquisa aplicada. Os grupos receberão apoio de mentores, professores, empreendedores, estudantes, especialistas e convidados durante o período de realização do laboratório. Todas as atividades são gratuitas. Os encontros serão transmitidos pelo canal do YouTube da Pró-Reitoria de Extensão e do Pontão de Cultura Digital da Escola de comunicação (ECO/UFRJ).

Labics

Ivana informou que os Laboratórios de Inovação Cidadã (Labics) se baseiam na metodologia utilizada pela Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB). “São espaços de experimentação, aprendizagem e criação de soluções para resolver problemas e desafios da sociedade para os quais, muitas vezes, os governos e instituições não têm proposta”. A partir de tecnologias colaborativas e do envolvimento da própria comunidade, os participantes propõem processos e projetos baseados em mentorias e trocas, que resultam em iniciativas inovadoras voltadas para o uso comum.

“Tem muita ação e, embora não tenha escala, eles funcionam como laboratórios de política pública que pode ser replicada por outra comunidade. É uma ideia bem interessante, que pode usar tecnologia digital, tecnologias sociais, ou seja, as mais diversas tecnologias, quando a gente pensa no sentido amplo. A ideia é que o laboratório acaba sendo um mapa de ações transformadoras, que é o título do Laboratório de Inovação Cidadã desta edição. Os projetos são selecionados em cima do impacto dessas propostas”.

Os Labics foram iniciados pela UFRJ em 2017. Durante a pandemia do novo coronavírus, foram feitas duas edições com o tema favela e universidade, sendo a primeira online e a segunda no formato híbrido (virtual e presencial)

Extensão

A Extensão é a área da UFRJ que conecta a universidade à sociedade. Com 3 mil projetos de diferentes áreas, as ações de extensão atingem um público de mais de 2 milhões de pessoas por ano, no Rio de Janeiro e em todo o Brasil, por meio de pesquisas, eventos, cursos, oficinas e capacitações.

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Educação: Psicanalista diz que mundo de tsunami digital requer nova educação

Da Agência Brasil –

A revolução tecnológica é um tsunami que tornou o nosso mundo tão novo, que poderia ser chamado de “Terra Dois”. O “Terra Um”, que conhecíamos, não existe mais. Esse é o conceito do médico psiquiatra e psicanalista brasileiro Jorge Forbes, pesquisador da pós-modernidade e diretor da Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano da USP. 

Ele diz que tantas transformações fizeram com que os cidadãos se sintam “desbussolados” e perdidos. “Nós não estaremos perdidos se começarmos ‘ontem’ um projeto de educação para evitar os analfabetos digitais que estamos criando”. Para Forbes, o analfabetismo digital vai provocar diferenças entre grupos maiores do que entre classes sociais.

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Governo quer uso compartilhado de postes com provedores de internet.O pesquisador conquistou, há dez anos, o Prêmio Jabuti pelo livro Inconsciente e Responsabilidade – Psicanálise do Século XXI e lançou, no mês passado, o título Pílulas da Psicanálise – Aforismos e Sentenças de Jorge Forbes. Para ele, as profissões passarão por transformações, mas características singulares fazem com que pessoas não sejam substituíveis por máquinas.  

Confira abaixo entrevista que o médico Jorge Forbes concedeu à Agência Brasil:

Agência Brasil – A revolução tecnológica é um tsunami. O senhor pode explicar a expressão “Terra Dois”?

Jorge Forbes – O tsunami tecnológico é um colossal avanço neste momento, como a nanotecnologia, a biotecnologia e a informática que estão fazendo uma revolução na forma de vivermos. Um avanço que faz com que a gente se sinta desbussolado, sem caminho. As pessoas não se entendem mais na vida. Nós não nascemos da mesma maneira. Nem educamos, nem namoramos, nem trabalhamos, nem aposentamos. Nem morremos da maneira que a gente fazia até há pouco tempo.

Eu acredito que nós estamos vivendo um tsunami dessa mudança do lado social, da maneira humana de ser. Diferentemente dos animais, nós humanos variamos com o nosso ambiente. Uma abelha não varia, uma vaca não varia, um cavalo não varia. São sempre iguais independentemente de onde estiverem. Nós, não. A gente produz diferentemente.

São pequenas mudanças que ocorrem na nossa vida o tempo inteiro. Mas uma mudança maciça como essa, que a gente está vivendo, ocorre de séculos em séculos. Durante 28 séculos, nós tínhamos uma maneira de comportamento que era linear, vertical, hierárquica, padronizada e, de repente, a gente passou para um mundo horizontal, múltiplo, criativo, variável. Essa mudança de valor é tão imensa que justificou, ao meu ver, eu chamar de “Terra Dois”. 

Agência Brasil – Como assim, Terra Dois?

Jorge Forbes – A gente fez um planeta chamado Terra. Terra Um. Nós estamos em outro planeta que nos confunde porque geograficamente é igual ao anterior, mas que nós habitamos de maneira completamente distinta. Só que essa maneira ainda não dominamos. A gente não entende ainda. Então estamos todos em busca de novas chaves de leitura de um mundo, a meu ver, até muito mais interessante do que o anterior, por ser muito mais criativo e mais variado. Por outro lado, essas mudanças tecnológicas repercutem nos campos profissionais. 

Agência Brasil – De que forma devemos estar preparados para o tsunami?

Jorge Forbes – As pessoas se sentem profundamente inseguras e angustiadas com essa época atual. Falamos de tsunami de forma negativa porque, no primeiro momento, nos amedronta. É até a gente transformar o tsunami que pode nos afogar em uma onda em que possamos surfar.

É necessário trazer esclarecimento, trazer passaporte para o lado de cima da onda que faça com que a gente surfe em vez de se afogar. 

Agência Brasil – É preciso mais preparo e criatividade?

Jorge Forbes – Nós temos atividades na nossa vida que podem ser singulares ou genéricas. As singulares são aquelas que só a gente pode fazer. Pelo talento, pelo gosto, pelo desejo, pela oportunidade, pelo momento. Várias razões fazem com que sejamos insubstituíveis. Agora, quem substitui um datilógrafo é outro datilógrafo. Quem substitui um motorista é outro motorista. 

Há atividades singulares que não são genéricas. A inteligência artificial e toda a tecnologia que estão nos ‘tsunamizando’ (para criar uma palavra) podem fazer melhor que o humano aquilo que for genérico. 

Vai dirigir, por exemplo melhor do que nós. Por quê? Porque em vez de você ter um caminhoneiro, você vai ter uma máquina que não vai fazer certas atitudes por demais humanas.

Na minha área, que é a medicina, por exemplo, eu sou psiquiatra, mas meus colegas radiologistas que se dedicam a ler Raio X podem ser facilmente ultrapassados pela inteligência artificial. 

Agência Brasil – Estamos perdidos? 

Jorge Forbes – Não. Nós não estamos perdidos se começarmos ‘ontem’ um projeto de educação para evitar os analfabetos digitais que nós estamos criando. 

Na medida que se perde o trabalho genérico, a pessoa tem que ser educada para uma nova realidade e para o novo mundo. Isso está sendo feito? Não. Isso não está sendo feito.

Estamos pensando ainda muito distante de um novo mundo que é tecnológico e não responde mais às ferramentas do mundo anterior. 

Agência Brasil – O senhor entende que a chave dessa mudança é pela educação que forme cidadãos mais criativos e mais humanos?

Jorge Forbes – Sim. Ao não darmos atenção à revolução digital, estamos criando analfabetos digitais. A distância entre os alfabetizados digitais e os analfabetos digitais está prevista como sendo muito maior do que entre, por exemplo, a classe A e a classe D ou E de um país.

Se não dermos atenção à tecnologia, haverá problemas sociais piores do que os problemas econômicos atuais. Porque uma parte importantíssima da população simplesmente vai ser posta ao relento, vai ser posta em situação de inutilidade total. 

Agência Brasil – Mas como fazer para que isso não ocorra?

Jorge Forbes – Para que isso não ocorra, temos que avançar muito rapidamente com os processos educacionais para diminuir o analfabetismo digital que se anuncia. 

Agência Brasil – É possível estabelecer um marco dessa mudança?

Jorge Forbes – Não há um dia específico da mudança. Mas há elementos importantes que a gente pode datar. Entendemos que a mudança é, sobretudo, da verticalidade para a horizontalidade. Eu diria que em 1992 houve o surgimento da web, que é o principal elemento horizontalizador das nossas relações

Agência Brasil – Quando a gente fala da horizontalidade, há outro olhar preocupado não só no âmbito profissional, mas também nas hierarquias e relações de poder. O senhor acha que isso abala a sociedade tal e qual a gente conhece hoje?

Jorge Forbes –  Paradoxalmente, o que a gente mais deseja no mundo é o que a gente mais teme. É liberdade. Liberdade sexual, de culto, de expressão, de amor, de viajar, de pensar. 

O mundo anterior determinava fatores de escolha determinados. Era certo ou errado. A ou B. Esse mundo agora é de múltiplas opções.

Em um segundo momento, há quem adore ter alguém para dizer o que se deve fazer. É o que explica curiosamente que, nesse mundo, onde a liberdade é muito maior do que antes, surjam líderes tirânicos que se oferecem como segurança para quem está com saudade de algo mais estável.

Não tem jeito. A globalização é instável, múltipla e criativa. Quem quer que a vida seja muito estável é aquele que quer que a vida seja um piloto automático. Nós temos que inventar cada passo e ir corrigindo a rota.

Agência Brasil – Nessas relações horizontais, há quem se queixe das quebras de hierarquia e até de comportamento dos mais jovens, desesperançados ou pouco dispostos a ouvir. Isso é um problema também, certo?

Jorge Forbes – O fato de ter novo mundo não quer dizer que seja um paraíso. São novas soluções e novos problemas. É verdade que há 30 ou 40 anos os adolescentes eram “mais bem educados”, respeitavam os mais velhos, os horários, os professores. Enfim, era uma outra realidade, totalmente distinta de hoje, que tem algumas coisas muito desagradáveis.

Mas você tem, por outro lado, essa mesma moçada descobrindo coisas maravilhosas. Eu fiz um trabalho, ao meu ver interessante, sobre o que é essa nova geração mutante e o que faz com a música eletrônica. 

Eu acho que ela é exemplo incrível de um novo tipo de lado social humano, onde as pessoas estão juntas sem necessidade de se compreender.

Eu me debrucei sobre algo que é um fenômeno que passa às vezes despercebido, mas é muito importante. Eles conseguem juntar 2 milhões de pessoas para ouvir música que não tem letra. Isso é impensável para a geração dos pais deles.

Agência Brasil – Read More

Educação: Termina hoje prazo para inscrições no Sisu

Da Agência Brasil –

Termina às 23 horas e 59 minutos desta quinta-feira (23) o prazo para as inscrições no processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do segundo semestre de 2021. Para participar do certame, os interessados devem acessar o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

A previsão é de que o resultado seja divulgado no dia 27 de junho. A classificação dos estudantes tem por base a nota obtida na edição de 2022 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As matrículas devem ser feitas de 29 de junho a 4 de julho.

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MEC divulga cronogramas do Sisu, Prouni e Fies .Conto de Machado de Assis vira ópera e faz estreia mundial no Rio.O Sisu é o programa do Ministério da Educação (MEC) que reúne as vagas oferecidas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil, sendo a maioria delas ofertada por instituições federais – universidades e institutos.

As vagas são abertas semestralmente por meio de um sistema informatizado que executa a seleção dos estudantes com base na nota do Enem, de acordo com as escolhas dos candidatos inscritos. Para isso, o candidato não pode ter tirado zero na redação.

Processo seletivo

O estudante pode escolher até duas opções de curso em cada processo seletivo do Sisu. É possível alterar as opções durante o período de inscrição, sendo que terá validade apenas a última delas. 

Quem não for selecionado nas duas opções ainda pode disputar uma das vagas por meio da lista de espera. Para isso, é preciso manifestar interesse em entrar na lista no período de 27 de julho a 4 de julho. A convocação dos candidatos será feita pelas instituições a partir de 10 de julho.

As vagas ofertadas são distribuídas conforme a Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012). As instituições federais de educação superior vinculadas ao MEC devem reservar, no mínimo, 50% das vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas. Metade das vagas são reservadas para estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita (renda por cabeça).

As instituições podem adotar as próprias políticas e ações, como vagas reservadas e aplicação de bônus sobre a nota do candidato que atenda ao perfil indicado pela instituição. De acordo com as especificações da instituição, o Sisu faz o cálculo automaticamente e gera nova nota.

Agência Brasil – Read More

Educação: Após 8 anos de luta, escola muda de nome e homenageia escritora

Da Agência Brasil –

O antigo nome da Escola Municipal de Ensino Fundamental Espaço de Bitita – Infante Dom Henrique – foi ocultado por um plástico que cobre a placa do estabelecimento, na zona norte paulistana. O novo nome, que aparece improvisado escrito na lona preta, é resultado de uma luta da comunidade escolar que começou em 2015.

Foi naquele ano que, após uma votação aberta a toda a comunidade do bairro do Canindé, ficou decidido que o nome da escola passaria a homenagear a escritora Carolina Maria de Jesus, que morou na região. A autora, quando escreveu seu livro mais famoso – Quarto de Despejo, provavelmente viu a construção da escola, inaugurada em 1960, a poucos metros do local onde ficava a favela onde vivia.

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Educação é a base fundamental para o crescimento de um país, diz Lula.IBGE revela desigualdade no acesso à educação e queda no analfabetismo.Lula: recursos para educação e saúde são investimento, não gasto .A escolha de um novo nome foi decidida após debates a respeito do antigo Infante Dom Henrique, um nobre português que participou do estabelecimento do tráfico de pessoas escravizadas da África. “Ele foi fundador do tráfico negreiro no mundo”, diz o diretor da escola, Cláudio Marques Neto, sobre o personagem histórico.

São Paulo (SP), 19/06/2023 – Fachada da antiga Escola Municipal de Ensino Fundamental – EMEF Infante Dom Henrique, agora chamada EMEF Espaço de Bitita, em homenagem a escritora Carolina Maria de Jesus, no Canindé. Foto: Rovena Rosa/Agência – Rovena Rosa/Agência Brasil

Persistência

Um projeto de lei, que alterava o nome da escola para homenagear Carolina de Jesus, chegou a ser aprovado na Câmara de Vereadores de São Paulo em 2017. Esse primeiro projeto, no entanto, foi vetado pelo então prefeito João Doria naquele mesmo ano. Segundo Cláudio Neto, a decisão foi justificada pelo fato de já existir uma escola com o nome da escritora e também com o argumento de que Dom Henrique seria um nome de “tradição” no bairro.

Para contornar a burocracia, foi apresentado então o nome Espaço de Bitita, em referência ao apelido de infância da escritora, que é lembrado no livro Diário de Bitita. A lei que determina essa mudança foi sancionada pelo prefeito Ricardo Nunes no último dia 6 de junho.

São Paulo (SP), 19/06/2023 – Cláudio Marques Neto, diretor da EMEF Espaço de Bitita no Canindé, antes chamada EMEF Infante Dom Henrique, fala sobre o processo para conseguir mudar o nome da escola e homenagear a escritora Carolina Maria de Jesus. Foto: Rovena Rosa/Agência – Rovena Rosa/Agência Brasil

“A lição pedagógica mais importante para nós é que, às vezes, para mudar uma realidade você precisa ter persistência”, destaca o diretor sobre o processo. De acordo com ele, a alegria foi tanta que uma festa está sendo planejada para comemorar o rebatismo da escola. “A gente tem esses pais e mães que são muito engajados, que participam da escola, então foi uma festa”, diz sobre as manifestações que chegaram presencialmente e por mensagens de whatsapp.

Para Neto, a luta pela mudança faz parte da construção do “tipo de conhecimento” que a escola propõe. “Você deixa de contar a história do ponto de vista do dominador e passa a contar do ponto de vista das pessoas simples do lugar”.

“Pensei que era uma pessoa boa”

A mudança foi considerada bem-vinda entre os alunos. “Fiquei surpreso, porque pensei que era uma pessoa boa”, disse Pedro Brito, aluno do 8º ano, quando foi informado a respeito da história do Infante Dom Henrique. “Se não é [uma pessoa boa], por que deixar o nome [na escola] e representar uma pessoa que é ruim?”, questiona o jovem de 14 anos.

“A Carolina Maria de Jesus foi uma mulher muito forte”, afirma, com uma ponta de orgulho, Emanuelly Ferreira, que tem 13 anos e também cursa o 8º ano.

Para a historiadora especialista em patrimônio cultural, Debora Neves, dificuldades como a enfrentada pela comunidade da escola Espaço de Bitita para conseguir a alteração do nome, tem a ver com “uma burocracia instrumentalizada que barra o avanço desses debates”. Segundo ela, isso acontece “porque são temas que ainda estão muito presentes na nossa sociedade. Tem a ver com a dificuldade de a gente encarar o passado como ele efetivamente é. O nosso passado não é simpático, não é bonito”.

No entanto, apesar dos obstáculos, Deborah acredita que movimentos como o que ocorreu no Canindé devem se multiplicar. “Esse é um processo que não vai ser interrompido, porque as pessoas estão cada vez mais se apropriando daquilo com que elas convivem no cotidiano e querem se sentir pertencentes a esses espaços”, enfatiza.

O caminho percorrido pela comunidade na zona norte é, na avaliação da historiadora, o melhor trajeto para trabalhos como esse, começando pelo reconhecimento e debate. “De modo geral, as pessoas não sabem quem são os patronos dessas escolas, prédios públicos, de ruas. Então, o primeiro passo é justamente despertar essa curiosidade”.

São Paulo (SP), 19/06/2023 – Crianças realizam projetos de ciências no pátio da antiga Escola Municipal de Ensino Fundamental – EMEF Infante Dom Henrique, agora chamada EMEF Espaço de Bitita, em homenagem a escritora Carolina Maria de Jesus, no Canindé. Foto: Rovena Rosa/Agência – Rovena Rosa/Agência Brasil

Estação Paulo Freire

Em maio, a Justiça de São Paulo impediu que o metrô mudasse o nome da futura Estação Paulo Freire, prevista para ser inaugurada em 2026 na Linha Verde, para Fernão Dias. O primeiro nome faz referência ao patrono da educação brasileira e o segundo a um bandeirante que viveu no século 17.

A empresa sustenta que a alteração foi feita após uma pesquisa de opinião. A estação ficará localizada na Avenida Paulo Freire, na zona leste paulistana.

Nesse caso, a historiadora vê o processo como insuficiente. “O processo participativo envolve discussão, debate, leituras, escutas, estudos. Enfim, não é só abrir um formulário e as pessoas votam sim ou não”, destaca Deborah.

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Educação: Cinema pode ser aliado de jovens que vão fazer provas do Enem

Da Agência Brasil –

Obras cinematográficas podem ser aliadas dos jovens no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no vestibular de algumas universidades, afirma o professor Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH. Nesta segunda-feira (!9), Dia do Cinema Brasileiro, Braga disse à Agência Brasil que tanto a redação quanto a própria prova do Enem costumar ter questões que envolvem aspectos do repertório sociocultural brasileiro.

“Como o cinema nacional é uma releitura da nossa realidade, ele ajuda o jovem a entender a realidade brasileira, os meandros socioeconômicos, as questões sociais envolvendo pobreza, miséria. Nosso cinema tem um olhar muito atento para essa questão”, afirmou.

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Problemas estruturais distanciam alunos do Enem, dizem especialistas.Prazo para pagamento de taxa de inscrição no Enem termina dia 21.Filme brasileiro sobre resistência indígena é premiado em Cannes.Segundo Braga, carregar essa bagagem para a prova facilita a visão de mundo e o entendimento das questões pelo estudante, até na busca da resposta correta. ”O Enem tem a característica de ser uma prova com visão social bem definida, que se preocupa com classes menos abastadas, com grupos sociais menos abastados. Por isso, sem dúvida nenhuma, é cultural e academicamente importante.”

O Dia do Cinema Brasileiro lembra a data em que o cinegrafista e diretor Afonso Segreto registrou as primeiras imagens em movimento no território brasileiro, em 1898. A filmagem histórica mostrou a beleza da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e foi feita a bordo do navio Brésil. A partir daí, a data ficou marcada na história da cultura brasileira.

Visão crítica

O professor de Cinema da Universidade Federal Fluminense (UFF) Rafael de Luna Freire disse à Agência Brasil que o cinema nacional pode também ajudar o jovem a ter uma visão mais crítica e abrangente da sociedade brasileira, da história do Brasil e do mundo. “Hoje em dia, produzem-se continuamente, em formato audiovisual, notícias, informes. Vemos vídeos do que, anteriormente, só líamos, mas também, ao longo da história, até meados do século 20 e, depois, pela televisão também, tornaram-se a principal forma de registro do cotidiano, da história.”

Para Luna Freire, tais filmes, sejam de ficção, sejam documentários, tornam-se um meio privilegiado de as pessoas pensarem no passado. “Obviamente, não é um passado neutro, objetivo, mas filtrado por quem fez o filme, como fez, quando fez, com que intenção. Mas, de algum modo, é uma possibilidade de ter acesso a imagens que nos transportam para aquele momento.”

O problema, segundo Luna Freire, é ter acesso a esses filmes porque nem tudo de mais importante que foi feito está disponível para as novas gerações na internet, como muita gente supõe. Apesar de tudo, o que existe é fundamental que seja mais conhecido, ressaltou o professor, lamentando que muita coisa tenha se perdido pela falta de interesse no passado e na preservação doesse material. O governo atual permite que a data dedicada ao cinema brasileiro seja um momento de celebração, disse o professor.

Ele destacou o restabelecimento da normalidade, que é saber que o cinema é um patrimônio coletivo da atual e das futuras gerações e que isso tem que ser preservado por ser importante para a identidade cultural dos brasileiros, para sua formação como nação e povo, para pesquisa, para criação histórica, para estudo, entre outros motivos. “Temos que celebrar que voltamos ao senso comum de que não podemos simplesmente desprezar e condenar isso à destruição, seja deliberadamente ou por descaso.”

Realidade brasileira

Para Thiago Braga, alguns filmes nacionais espelham de forma especial a realidade brasileira. Que horas ela volta?, escrito e dirigido por Anna Muylaert e protagonizado por Regina Casé, é um deles. A obra trata das relações patronais que permeiam a vida de uma empregada doméstica que representa a maior parte da população brasileira cuja renda é inferior a R$ 3 mil mensais. “É um filme extremamente relevante.”

Segundo Braga, outro exemplo é Cidade de Deus, filme de Fernando Meirelles, que teve repercussão internacional. “Talvez o que mais tenha tido [repercussão] nos últimos anos”. A obra mostra a realidade de favelas e periferias, a disputa de poder e o estabelecimento do poder paralelo. “O filme trata da violência urbana, mostra cidadãos querendo crescer social e economicamente pelas vias tradicionais, mesmo morando em um ambiente em que o poder paralelo se estabeleceu. É um filme importantíssimo.”

Thiago Braga ressalta ainda O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, drama brasileiro de 2006, dirigido por Cao Hamburger, também autor do roteiro. “É um filme importante, um filme delicado, que trata da questão da ditadura militar.” O longa-metragem mostra a ausência da família e a relação de um menino que está sentindo falta dos pais, que foram lutar contra a ditadura. “Vamos entendendo as questões da ditadura militar, as ausências e as dores, pela visão de uma criança”. O filme mostra aos jovens de hoje, que não viveram a época da ditadura, como aquilo foi doloroso e difícil de viver, acrescentou o professor.

A lista inclui ainda Tropicália, documentário que reúne material fotográfico, sequências de filmes e programas de TV recuperados, para explicar o que foi o movimento que marcou a cultura brasileira dos anos 1960, que é tema recorrente em provas de vestibular.

Podem ser citados também Carandiru, longa-metragem que mostra a realidade dos detentos na maior prisão da América Latina durante a década de 1990 e propõe reflexão sobre a situação prisional no Brasil, violência policial e a agressão aos direitos humanos, e Bacurau, que ajuda a compreender o descaso com as classes menos abastadas no Brasil, refletindo sobre desigualdade social e o chamado complexo de vira-latas em relação aos estrangeiros.

Outro exemplo é Ilha das Flores, curta-metragem da década de 1980, premiado no Festival de Cannes, na França, que aborda a desigualdade social, além da desumanização dos mais pobres, e traz uma história delicada para refletir sobre o papel da humanidade no Brasil e no mundo. Na edição deste ano, em Cannes, o longa A Flor do Buriti, produzido pela brasileira Renée Nader Messora e pelo português João Salaviza, recebeu o prêmio de Melhor Equipe na mostra Um Certo Olhar. O filme aborda os últimos 80 anos de história dos Krahô, povo indígena que vive no norte do Tocantins, na divisa com os estados do Maranhão e do Piauí.

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Educação: Tiroteio no Paraná é 3º ataque com mortes em escolas do país este ano

Da Agência Brasil –

O tiroteio registrado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR), na manhã desta segunda-feira (19), é o mais recente de um total de três ataques com mortes contabilizados em escolas brasileiras este ano. Desde janeiro, pelo menos seis pessoas morreram em razão de atos violentos praticados em colégios no país.

Entenda

Em Cambé, o governo do Paraná informou que uma estudante foi morta a tiros depois que um ex-aluno entrou armado na instituição. Ele teria acessado a escola alegando que solicitaria o seu histórico escolar.

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Presidente lamenta tiroteio em escola e cobra “caminho para paz” .Escolas precisam de políticas de convivência para prevenir violência.Socióloga vê relação entre ataques a escolas e violências do cotidiano.O autor dos disparos foi detido e encaminhado para Londrina, distante cerca de 15 quilômetros de Cambé. O governador do estado, Ratinho Junior, decretou luto oficial de três dias e lamentou o ocorrido.

Blumenau

Em abril deste ano, um homem invadiu a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), no Vale do Itajaí, matando quatro crianças e ferindo outras três. O autor foi preso após se entregar na central de plantão policial da região.

São Paulo

O atentado em Blumenau foi o segundo em pouco mais de uma semana. No fim de de março, a professora Elizabeth Tenreiro, 71 anos, morreu após ser esfaqueada na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo. Um adolescente de 13 anos, responsável pelo ataque, foi apreendido.

Operação Escola Segura

Em abril, 302 pessoas haviam sido presas ou apreendidas pela Operação Escola Segura. O balanço mais recente do governo federal aponta 2.593 boletins de ocorrência registrados, mais de mil pessoas ouvidas e 1.738 casos em investigação, além de 270 ações de busca e apreensão de armas a artefatos de grupos extremistas.

À época, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a operação não tem data pra terminar. “Nós vamos continuar a agir até nós combatermos e debelarmos um a um esses agrupamentos extremistas que estão querendo fazer terrorismo contra as crianças, contra os adolescentes e contra a educação. Essas pessoas são inimigas da liberdade.”

Denúncias

Após o registro de ataques a escolas nos últimos meses, o serviço Disque 100 passou a receber denúncias de ameaças de ataques a escolas. As informações podem ser feitas por WhatsApp, pelo número (61) 99611-0100.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública também dispõe de um canal para receber denúncias de violência escolar. Informações sobre ameaças de ataques podem ser feitas ao canal Escola Segura. As informações enviadas ao canal serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante.

Agência Brasil – Read More

Educação: MEC inicia consulta pública virtual sobre reforma do ensino médio

Da Agência Brasil –

O Ministério da Educação (MEC) iniciou nesta quinta-feira (15) a consulta pública on line sobre a reestruturação do ensino médio. O objetivo é ouvir as contribuições do maior número possível de professores, estudantes e gestores das escolas para a melhoria desta etapa do ensino. A consulta vai até o dia 6 de julho.

Como participar

A consulta será feita pelo Pesquizap, um chatbot de WhatsApp que irá coletar e mensurar os resultados da pesquisa. 

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MEC prorroga consulta pública sobre reforma do ensino médio.Ministro defende liberação de verba do FAT para alunos do ensino médio.Professores e alunos de SP pedem revogação do novo ensino médio.Os participantes poderão responder às questões da consulta por meio do celular (bit.ly/consultapublicaonlinemec), computador (bit.ly/consultapublicaonlinemec-web), um código QR ou um link disponibilizado pelas escolas. Basta entrar em contato no número (11) 97715-4092 para responder pelo celular. 

“Por intermédio dessa iniciativa, o MEC espera obter insights valiosos que contribuam para a construção de uma política educacional mais adequada às necessidades e expectativas da comunidade escolar”, diz nota do ministério.

A divulgação da consulta terá o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), por meio dos 27 secretários estaduais de educação, a partir da entrega de materiais de apoio para incentivar a participação ativa da engajamento das escolas.

 

Agência Brasil – Read More