Educação: Tiroteio no Paraná é 3º ataque com mortes em escolas do país este ano

Da Agência Brasil –

O tiroteio registrado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR), na manhã desta segunda-feira (19), é o mais recente de um total de três ataques com mortes contabilizados em escolas brasileiras este ano. Desde janeiro, pelo menos seis pessoas morreram em razão de atos violentos praticados em colégios no país.

Entenda

Em Cambé, o governo do Paraná informou que uma estudante foi morta a tiros depois que um ex-aluno entrou armado na instituição. Ele teria acessado a escola alegando que solicitaria o seu histórico escolar.

Notícias relacionadas:

Presidente lamenta tiroteio em escola e cobra “caminho para paz” .Escolas precisam de políticas de convivência para prevenir violência.Socióloga vê relação entre ataques a escolas e violências do cotidiano.O autor dos disparos foi detido e encaminhado para Londrina, distante cerca de 15 quilômetros de Cambé. O governador do estado, Ratinho Junior, decretou luto oficial de três dias e lamentou o ocorrido.

Blumenau

Em abril deste ano, um homem invadiu a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau (SC), no Vale do Itajaí, matando quatro crianças e ferindo outras três. O autor foi preso após se entregar na central de plantão policial da região.

São Paulo

O atentado em Blumenau foi o segundo em pouco mais de uma semana. No fim de de março, a professora Elizabeth Tenreiro, 71 anos, morreu após ser esfaqueada na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo. Um adolescente de 13 anos, responsável pelo ataque, foi apreendido.

Operação Escola Segura

Em abril, 302 pessoas haviam sido presas ou apreendidas pela Operação Escola Segura. O balanço mais recente do governo federal aponta 2.593 boletins de ocorrência registrados, mais de mil pessoas ouvidas e 1.738 casos em investigação, além de 270 ações de busca e apreensão de armas a artefatos de grupos extremistas.

À época, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a operação não tem data pra terminar. “Nós vamos continuar a agir até nós combatermos e debelarmos um a um esses agrupamentos extremistas que estão querendo fazer terrorismo contra as crianças, contra os adolescentes e contra a educação. Essas pessoas são inimigas da liberdade.”

Denúncias

Após o registro de ataques a escolas nos últimos meses, o serviço Disque 100 passou a receber denúncias de ameaças de ataques a escolas. As informações podem ser feitas por WhatsApp, pelo número (61) 99611-0100.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública também dispõe de um canal para receber denúncias de violência escolar. Informações sobre ameaças de ataques podem ser feitas ao canal Escola Segura. As informações enviadas ao canal serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante.

Agência Brasil – Read More

Educação: MEC inicia consulta pública virtual sobre reforma do ensino médio

Da Agência Brasil –

O Ministério da Educação (MEC) iniciou nesta quinta-feira (15) a consulta pública on line sobre a reestruturação do ensino médio. O objetivo é ouvir as contribuições do maior número possível de professores, estudantes e gestores das escolas para a melhoria desta etapa do ensino. A consulta vai até o dia 6 de julho.

Como participar

A consulta será feita pelo Pesquizap, um chatbot de WhatsApp que irá coletar e mensurar os resultados da pesquisa. 

Notícias relacionadas:

MEC prorroga consulta pública sobre reforma do ensino médio.Ministro defende liberação de verba do FAT para alunos do ensino médio.Professores e alunos de SP pedem revogação do novo ensino médio.Os participantes poderão responder às questões da consulta por meio do celular (bit.ly/consultapublicaonlinemec), computador (bit.ly/consultapublicaonlinemec-web), um código QR ou um link disponibilizado pelas escolas. Basta entrar em contato no número (11) 97715-4092 para responder pelo celular. 

“Por intermédio dessa iniciativa, o MEC espera obter insights valiosos que contribuam para a construção de uma política educacional mais adequada às necessidades e expectativas da comunidade escolar”, diz nota do ministério.

A divulgação da consulta terá o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), por meio dos 27 secretários estaduais de educação, a partir da entrega de materiais de apoio para incentivar a participação ativa da engajamento das escolas.

 

Agência Brasil – Read More

Educação: Governo anuncia curso de especialização para professores de ciências

Da Agência Brasil –

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação (MEC), anunciaram nesta quarta-feira (14) a oferta de 8 mil vagas do curso de especialização Ciência é 10. 

O curso é voltado para professores que lecionam ciências nos anos finais (6º ao 9º) do ensino fundamental na rede pública. Do total, mais de 3 mil vagas serão abertas em agosto deste ano, e 5 mil, em 2024. 

É realizado na modalidade ensino a distância pela Capes em parceria com 18 instituições de ensino superior, localizadas em 13 estados. Ao final, os docentes recebem certificado do MEC. 

Com três módulos e carga de 480 horas, o curso visa ampliar os conhecimentos e metodologias dos professores nos temas vida, ambiente, universo e tecnologia. 

Além de promover a qualificação profissional, outros objetivos da especialização são despertar a curiosidade científica e o interesse pelas carreiras tecnológicas entre os alunos, estimular a socialização do conhecimento por meio de aprendizagem participativa e inovadora e melhorar o desempenho dos alunos no Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa) no campo das ciências. 

“Sabemos que os investimentos em ciência e tecnologia criam um círculo virtuoso na economia dos países, mas muitas vezes esquecemos dos investimentos que devem ser feitos na base, ou seja, na formação das nossas crianças e adolescentes”, disse a ministra Luciana Santos (foto), acrescentando que iniciativas como o curso contribuem para fazer do Brasil um país mais competitivo, inclusivo e sustentável. 

A presidente da Capes, Mercedes Bustamante (à esquerda na foto), disse que a instituição trabalha para levar o curso, criado em 2017, a regiões do país ainda não contempladas, como Norte e Nordeste. 

Agência Brasil – Read More

Educação: Teto semestral do Fies para o curso de medicina é reajustado

Da Agência Brasil –

O Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) divulgou, nesta quarta-feira (14), em Brasília, o valor dos repasses semestrais para as universidades, em contratos de novos financiamentos, ou renovação de contratos vigentes no segundo semestre de 2023. A medida saiu publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (14).

Para o curso de medicina, o valor máximo passa a ser de R$ 60 mil por aluno. O valor máximo vigente era de R$ 52.805,66. Para os demais cursos o teto semestral permanece em R$ 42.983,70.

Financiamento

Notícias relacionadas:

Fies financiará até R$ 60 mil por semestre de cursos de medicina .Prazo para convocação de lista de espera do Fies termina nesta sexta .O valor diferenciado para o curso de medicina passou a vigorar no segundo semestre de 2022, quando o Ministério da Educação anunciou um aumento de 22,8% para o financiamento do curso.

A medida veio após a reclamação de estudantes que diziam ser inviável pagar a coparticipação, parte que o aluno paga diretamente à universidade, e o financiamento, após formados. O argumento era que o valor de coparticipação seria tão alto quanto o valor da mensalidade de outros cursos.

 

Agência Brasil – Read More

Educação: Inscrições para o Enem 2023 terminam na próxima sexta-feira

Da Agência Brasil –

As inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terminam na próxima sexta-feira (16). Interessados em participar do certame, que será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro, podem fazer o cadastro na Página do Participante. O valor da taxa de inscrição é R$ 85 e deve ser pago até 21 de junho.

O edital com o cronograma e as regras para o Enem 2023 foi publicado no início do mês. Além de apresentar as datas e os horários do exame, o texto detalha os documentos necessários e as obrigações do participante, incluindo situações em que o candidato pode ser eliminado.

Notícias relacionadas:

Enem e Encceja 2023 terão cartão-resposta com fonte ampliada .Inep publica edital com regras para o Enem 2023.A publicação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) traz também critérios para correção das provas e procedimentos para pessoas que precisam de cuidados especiais durante o concurso.

Os gabaritos das provas objetivas serão publicados no dia 24 de novembro no portal do Inep. Já os resultados individuais serão divulgados no dia 16 de janeiro de 2024 no mesmo site

Agência Brasil – Read More

Educação: MEC diz 56,4% dos alunos do 2º ano não estão alfabetizados

Da Agência Brasil –

Os resultados da pesquisa Alfabetiza Brasil, apresentados nesta quarta-feira (31), em Brasília, mostram que, em 2021, 56,4% dos estudantes do 2º ano do ensino fundamental não estavam alfabetizados. Os dados são do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). 

No Saeb de 2019, antes da pandemia de covid-19, o percentual de não alfabetizados era menor: 39,7%. Os alfabetizados somavam 60,3%. 

Notícias relacionadas:

MEC autoriza novos cursos de medicina em regiões onde faltam médicos.Inep publica edital com regras para o Enem 2023.O ministro da Educação, Camilo Santana (foto), comentou o baixo desempenho do Saeb de 2019 e 2022.  “São tristes os números do Brasil porque praticamente 60% das crianças brasileiras não se alfabetizam no final do segundo ano [do ensino fundamental],” disse.  Ele abordou as consequências da não alfabetização na idade certa, o que compromete todo o ciclo escolar. “É algo que precisamos reverter. Isso gera evasão [escolar], reprovação e abandono de escola. O Brasil perde milhões de crianças e jovens ao longo do ensino básico. Então, precisamos fechar a torneira disso”, afirmou. 

Como foi a pesquisa

A pesquisa Alfabetiza Brasil foi realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC). 

O levantamento ouviu 251 professores alfabetizadores de 206 municípios do país. Entre 15 e 23 de abril, a pesquisa foi desenvolvida em cinco capitais: Belém, Recife, Brasília, São Paulo e Porto Alegre. 

Na aplicação, os docentes opinaram com base na experiência em sala de aula. Os alfabetizadores forneceram informações sobre quais devem ser as tarefas e competências que um estudante no fim do 2º ano do ensino fundamental deve dominar para seja considerado alfabetizado. 

A partir dos resultados do levantamento, o Inep estabeleceu, pela primeira vez, a nota de corte de 743 pontos na escala adotada no Saeb para definir se o aluno está alfabetizado.

A nota servirá de parâmetro nacional para indicar se o estudante do final do 2º ano do ensino fundamental domina um conjunto de habilidades básicas de leitura de pequenos textos e escrita de textos simples, como convites ou lembretes. 

Pacto pela alfabetização 

Os indicadores da pesquisa Alfabetiza Brasil deram suporte para o planejamento e execução de políticas educacionais nacionais voltadas à alfabetização. 

O ministro da Educação adiantou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai lançar um pacto nacional de alfabetização nos próximos dias.  A construção da política está sendo feita em contato com as secretarias de educação de estados e municípios de todo o país.

“Desde janeiro, estamos construindo uma grande pactuação nacional. O programa está pronto e o MEC vai apoiar técnica e financeiramente essa política”, adiantou. 

O ministro estima que, com o pacto nacional pela alfabetização na idade certa, o Brasil deve elevar o índice do Saeb para 80% dos estudantes alfabetizados no fim do 2º ano do ensino fundamental.

Agência Brasil – Read More

Educação: Escolas precisam de políticas de convivência para prevenir violência

Da Agência Brasil –

As políticas educacionais precisam de atualizações para prevenir e enfrentar casos de violências em ambientes escolares. Segundo o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Vitor Amorim de Ângelo (foto), é de se esperar que problemas enraizados na sociedade, como violência e racismo, ocorram também em escolas. Ele, no entanto, acrescenta ser este o “espaço mais propício para uma virada de jogo”, por meio do desenvolvimento, também, de políticas de convivência.

De Ângelo foi um dos participantes de uma das mesas de debate do 1º Seminário Internacional sobre Segurança e Proteção no Ambiente Escolar, sobre perspectivas de proteção no ambiente escolar.

Notícias relacionadas:

Socióloga vê relação entre ataques a escolas e violências do cotidiano.Só teremos escolas seguras com regulação da internet, diz ministro.Cartilha online traz orientações preventivas contra violência escolar.“A escola não é uma bolha. Ela reflete o que há na sociedade. Por isso, é claro que há, por exemplo, casos de racismo e de violência nas escolas. Seria surpreendente que não houvesse, em um país que tanto defendeu armamento e tanto estimulou discursos de ódio. Não há, portanto, surpresa da chegada disso às escolas”, disse o presidente do Consed.

“Sujeito e objeto”

“Por outro lado, como educadores, temos a exata dimensão de que a escola não é uma instituição qualquer dentro dessa sociedade. Então ela é, a um só tempo, sujeito e objeto; estruturado e estruturante; bolha, no sentido de ser ambiente propício para a reflexão, e reflexo, no sentido de que ela não está apartada da sociedade”, acrescentou.

Dessa forma, acrescentou o representante dos secretários de educação, a escola é, também, “espaço propício para virarmos o jogo”, por meio de uma política educacional que se adapte às situações apresentadas. “Somos nós os responsáveis por tomar essas decisões, e não outras lideranças, como sindicais, eclesiásticas ou comunitárias. Elas podem até ser envolvidas nesse processo e no diálogo, mas ao fim somos nós os tomadores de decisões”.

Para De Ângelo, será necessário promover regime e política de colaboração nas comunidades escolares. Mas para tanto, acrescenta, é fundamental que se tenha uma “postura de humildade”, por parte dos profissionais de educação, no sentido de “reconhecer que apesar de termos um ponto de partida, temos sobre esse tema mais desconhecimento do que conhecimento”.

Dificuldades

A questão da violência nas escolas é, segundo ele, complexa, envolvendo a necessidade de tomadas de decisões urgentes e de respostas rápidas a situações e problemas extremos para os quais profissionais da educação nem sempre estão adequadamente preparados. “De educação, a gente entende, mas sobre esse assunto – e diante de situações desse tipo – nossas equipes sabem muito pouco. É tudo muito novo e desafiador.”

“Uma das grandes dificuldades de ser gestor de crises desse tipo, como secretário, é que, de imediato, você tem vários microfones diante de sua boca, pedindo respostas que você não tem. E você não pode dizer isso, porque não transmite segurança. Tem de dizer que a escola é segura, mesmo sabendo que ela tem fragilidades e que ela acabou de ser violentada; tem de dar respostas que garantam a tranquilidade das pessoas, mesmo sabendo estar diante do desconhecido”, observou.

Também presente no seminário, a secretária executiva do Ministério da Educação (MEC), Izolda Cela, defendeu que as políticas de convivência sejam pensadas também como “parte do direito à educação”.

Nesse sentido, ela propôs introduzir, nas grades escolares, debates e questões que vão além das matérias e dos componentes curriculares.

Para a secretária executiva do MEC, Izolda Cela, as políticas de convivência devem ser pensadas também como “parte do direito à educação” – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Como denunciar

Denúncias sobre ameaças de ataques podem ser feitas ao canal Escola Segura, criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com SaferNet Brasil. As informações enviadas ao canal serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante. Acesse o site para fazer uma denúncia.

Além do canal Escola Segura, o serviço Disque 100 passou a receber denúncias de ameaças de ataques a escolas. As informações podem ser enviadas por WhatsApp, pelo número (61) 99611-0100.

Em caso de emergência, a orientação é ligar para o 190 ou para a delegacia de polícia mais próxima.

Agência Brasil – Read More

Educação: Comunidade escolar diz que covid-19 causou perda de aprendizado em SP

Da Agência Brasil –

Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) revela que a maioria da comunidade escolar – estudantes, professores e pais de alunos – concorda que o ensino a distância durante a pandemia de coronavírus causou grandes perdas de aprendizado. Entre os estudantes, professores e familiares, o percentual chegou a 95%, 94% e 96%, respectivamente.

Segundo a pesquisa inédita Ouvindo a comunidade escolar: desafios e demandas da educação pública de São Paulo – divulgada nesta terça-feira (23), na capital paulista – para 94% dos estudantes, o retorno às aulas presenciais ocorreu com mais dificuldade de concentração e menor participação nas aulas.

Notícias relacionadas:

Escolas de São Paulo voltam às aulas sem revezamento.Escolas de São Paulo têm 4 mil casos de covid-19.Professores (92%) e familiares (95%) têm a mesma avaliação sobre os estudantes. Quando questionados se a escola teve um aumento de sua importância no pós-pandemia, 62% responderam que sim, seguidos por 76% dos professores e 70% dos pais de alunos.

Quanto à importância do papel dos professores, 62% dos alunos, 73% dos professores e 73% dos familiares consideram que houve aumento da percepção sobre a relevância desse profissional.

Notas máximas

Em todos os perfis da comunidade escolar, a menor parte dos entrevistados avalia com notas máximas a qualidade da educação nas escolas públicas do estado de São Paulo. Para 14% dos estudantes, a nota dada foi 6,2, enquanto 16% dos pais dos alunos deram 6 e 19% dos professores, 6,9.

Na pesquisa, os itens com pior avaliação para os estudantes foram o grau de interesse dos alunos (46%), a segurança nas escolas (38%) e o número de alunos por sala (29%). Entre os professores, o número de alunos por sala foi apontado por 20% dos entrevistados como item pior avaliado, seguido do grau de interesse dos alunos (16%) e integração entre as disciplinas (10%). Já para os pais, apareceram o grau de interesse dos alunos (41%), a segurança na escola (39%) e o número de alunos por sala (29%).

Para todos os grupos (99% dos estudantes, 95% dos professores e 98% das famílias), o governo estadual deveria investir mais em educação. Para o mesmo percentual, uma escola bem cuidada e bem equipada é fundamental para uma educação de qualidade e que professores valorizados e motivados são fundamentais para a qualidade da educação.

A percepção de que os professores do estado de São Paulo não são valorizados é de 75% entre os familiares, 73% dos estudantes e 89% dos professores. Quanto aos professores ganharem menos do que deveriam, 76% dos familiares consideram ser verdade, seguidos por 74% dos familiares e 92% dos professores.

Percepção diária

Segundo a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, conhecida como professora Bebel, os dados confirmaram a percepção diária do que os professores já enfrentavam e levavam para as mesas de conversa com o governo. Ela destacou que foi preciso passar por uma pandemia para que a sociedade desse importância ao papel dos profissionais da educação e da escola como estrutura.

“A pesquisa retrata o dia a dia dos professores, com sofrimento, adoecimento e problemas de saúde mental. Quando pensamos em valorização não pensamos só no dinheiro, que é importante e impacta negativamente na falta de profissionais, mas falta toda a interface que garante um ensino de qualidade”, afirmou Bebel.

Agência Brasil – Read More

Educação: Quatro em cada dez alunos brasileiros do 4º ano não dominam a leitura

Da Agência Brasil –

Quase 40% dos estudantes brasileiros do 4º ano do ensino fundamental (EF) não dominam habilidades básicas de leitura, ou seja, apresentam dificuldades em recuperar e reproduzir parte da informação declarada no texto.

Os dados são do Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS) de 2021. Ele foi realizado em 65 países e regiões do mundo pela Associação Internacional para Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), responsável por avaliar habilidades de leitura dos estudantes matriculados no 4º ano de escolarização. Os técnicos entendem que nessa fase da trajetória escolar, o aluno, normalmente, já aprendeu a ler e essa leitura é um instrumento para novos aprendizados.

Enquanto, no Brasil, 38% dos estudantes não dominam a leitura, em outros 21 países esse percentual não passa de 5%. Dentre eles, Irlanda (2%), Finlândia (4%), Inglaterra (3%), Singapura (3%) e Espanha (5%).

O relatório mostra ainda que cerca de 24% dos alunos brasileiros dominam apenas as habilidades básicas de leitura. Somente 13% dos avaliados no país podem ser considerados proficientes em compreensão da leitura no 4º ano de escolarização, pois alcançaram nível alto ou avançado desta habilidade.

Participantes

O estudo avaliou mais de 400 mil estudantes em mais de 13 mil escolas, em 57 países e oito regiões classificadas como “padrões de referência”, como localidades do Canadá, dos Emirados Árabes (Abu Dhabi e Dubai) e Moscou, na Rússia.

A pontuação média alcançada pelos estudantes brasileiros (419 pontos) está no nível mais baixo da escala pedagógica de proficiência, com quatro níveis. De acordo com relatório do PIRLS 2021, o desempenho dos estudantes brasileiros na leitura “é significativamente inferior a outros 58 países, de total de 65 países e regiões de referência participantes”.

O Brasil teve desempenho semelhante ao dos estudantes do Kosovo (421) e Irã (413), e superior somente aos desempenhos da Jordânia (381), Egito (378), Marrocos (372) e África e do Sul (288). No outro extremo, no nível Avançado, com os melhores resultados, estão: Singapura (587 pontos); Irlanda (577 pontos) e Hong Kong (573).

A edição de 2021 contou com participação do Brasil pela primeira vez. Ao todo, 187 escolas brasileiras participaram das avaliações, com 248 turmas de 4º ano do ensino fundamental e 4.941 estudantes, distribuídos em 143 municípios de 24 estados.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Instituto Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Martins, destacou a importância de o país integrar uma pesquisa educacional comparativa. “É um marco o Brasil participar do PIRLS, essa avaliação de leitura, porque é importante o Brasil se comparar com o mundo para a gente ver de fato se a aprendizagem, o ensino que a gente está fazendo aqui, está bem na perspectiva internacional”.

Desigualdades educacionais

O PIRLS 2021 mostrou que o Brasil, além de se destacar negativamente pelo baixo desempenho na qualidade da leitura, também apresenta desigualdades no sistema educacional associadas às origens socioeconômicas dos estudantes, ao sexo e à cor.

No Brasil, o levantamento internacional de 2021 apontou que as meninas se sobressaem no desempenho em compreensão leitora com um resultado médio de 431 pontos, significativamente superior ao resultado médio dos meninos (408 pontos). Os estudantes autodeclarados brancos e amarelos apresentaram desempenho médio em compreensão leitora de 457 pontos, enquanto os estudantes pretos, pardos e indígenas têm uma estimativa pontual média de 399 pontos.

Pandemia

Em relação ao Brasil, o PIRLS declarou que a pandemia de covid-19 impactou na aplicação dos testes no país, uma vez que a maioria das escolas operavam em regime remoto ou híbrido com o presencial, o que reduziu a participação das unidades de ensino e dos alunos.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela logística da aplicação da avaliação internacional no Brasil, ressaltou o contexto dessa avaliação, ocorrida durante a pandemia.

Já o diretor do Iede, Ernesto Martins, discorda e argumenta que os resultados ruins são anteriores à pandemia. “É uma pena a gente não ter aderido ao PIRLS antes da pandemia. Seria bom a gente entender melhor qual foi o efeito da pandemia e o que é efeito de uma etapa que já não funcionava tão bem antes da pandemia. Acho difícil imaginar que o resultado ruim do Brasil se deve só à pandemia, porque o Brasil está muito atrás dos países desenvolvidos”.

Desafios

O PIRLS recomendou intervenção do governo brasileiro por meio de políticas públicas ainda na etapa educacional avaliada pelo PIRLS, mas também pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) do 2º e 5º ano para evitar a repetição do baixo desempenho dos estudantes do primeiro ciclo do ensino fundamental ao longo de sua trajetória educacional.

O diretor do Iede elegeu prioridades ao governo brasileiro na gestão da educação para diminuir a distância para o desempenho de nações desenvolvidas. “Precisamos de um sistema de ensino que dê muito suporte aos estudantes, acompanhe de perto, entendendo o contexto das crianças. Além de criar o hábito de leitura desde cedo. Porque esse estudante pode não ter o hábito de ser leitor fora do ambiente escolar, até por questões de família”. Ele acrescentou ser necessário trabalhar em políticas estruturantes, como formação de professores, para garantir uma melhora.

Na semana passada, o Ministério da Educação anunciou a ampliação de vagas de tempo integral em escolas do ensino fundamental. O governo federal planeja também o lançamento de um novo Pacto pela Alfabetização na Idade Certa e realiza uma pesquisa nacional com professores alfabetizadores para compreender quais são os conhecimentos e as habilidades que uma criança alfabetizada deve ter.

Avaliações nacionais e internacionais

O diretor do Iede, Ernesto Martins, comparou a avaliação internacional do PIRLS às avaliações nacionais gerenciadas pelo Inep: o Saeb e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que, de acordo com ele, avaliam apenas alguns domínios da educação básica brasileira.

“Temos uma preocupação em relação ao Saeb ser pouco exigente. Se você comparar o Saeb com o PIRLS, por exemplo, não vê no Saeb textos tão longos como existem no PIRLS. Então, tem uma questão de complexidade diferente das avaliações”.

Para Martins, a solução passa por aumentar o nível de exigência das avaliações nacionais. “Acho que o Saeb e Ideb trouxeram uma grande contribuição para a gente fazer um monitoramento maior das aprendizagens. Ajudou as escolas a garantirem habilidades básicas que antes não estavam sendo garantidas, mas a gente precisa puxar a barra da avaliação [para cima]. Porque tem uma avaliação externa dizendo que o Brasil está muito mal nos anos iniciais. E, ao mesmo tempo, há uma avaliação nacional que diz que os alunos vão muito bem. Tem um problema com a nossa régua”, conclui.

Em resposta, o Inep destacou o rigor técnico das avaliações nacionais e internacionais sob responsabilidade do instituto vinculado ao Ministério da Educação (MEC). “[As avaliações] têm características próprias, mas todas são realizadas com o rigor técnico necessário para garantir a fidedignidade da medida. O que se deve observar é que, de fato, o Saeb e o PIRLS avaliam públicos diferentes com metodologias diferentes. Mas não se verifica contradição entre os resultados. As informações são complementares e ajudam a entender melhor o cenário educacional, a fim de planejar intervenções mais eficientes para sanar as lacunas de aprendizagem identificadas”.

O Inep detalhou que os resultados da última edição do Saeb, em 2021, mostram que, no 2º ano do ensino fundamental, 33,6% dos estudantes ainda leem apenas palavras isoladas. E, no 5º ano, 28,4% dos estudantes localizam informações explícitas em textos narrativos curtos, informativos e anúncios, e interpretam linguagem verbal e não verbal em tirinhas de ilustrações quadrinhos, mas, de fato, ainda não compreendem o sentido de palavras e expressões, por exemplo.

PIRLS

O PIRLS é realizado desde 2001 pela Associação Internacional para Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), que reúne instituições de pesquisa, órgãos governamentais e especialistas que se dedicam à realização de diferentes estudos e pesquisas educacionais comparativas.

A avaliação das habilidades de leitura pelo PIRLS está dividida em dois eixos. A experiência literária, com textos com função estética e lúdica. E a leitura de textos informativos que têm o objetivo de comunicar e esclarecer sobre um determinado tema. As provas aplicadas no fim de 2021 e início de 2022 foram nos formatos digital e em papel, conforme a localidade do mundo. No Brasil, o modelo adotado pelo Inep foi no papel.

Agência Brasil – Read More

Educação: Professores de todo o país terão cursos de educação financeira

Da Agência Brasil –

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançam nesta terça (16), em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a série de cursos gratuitos de âmbito nacional Educação Financeira nas Escolas. A iniciativa tem o apoio da B3 e do Instituto XP. O evento será realizado na sede do Sebrae Minas, em Belo Horizonte, com transmissão online pelo canal do Sebrae no Youtube para todo o Brasil.

O lançamento ocorre durante a 10ª Semana Nacional de Educação Financeira (Enef), que vai até o dia 21. O evento Educação Financeira: Agir hoje para a sustentabilidade no amanhã é voltado para prefeitos, secretários municipais de Educação, diretores de escolas, coordenadores pedagógicos e professores, superintendências de ensino e demais profissionais e lideranças da área.

Notícias relacionadas:

Mães relatam as dores e vitórias da trajetória pela educação inclusiva.Professores creem que educação pública vai piorar nos próximos 10 anos.Formação de professores é entrave ao uso de tecnologia em sala de aula.Os cursos a distância visam a formação de professores do primeiro ao nono ano do ensino fundamental das redes pública e privada de todo o país, para aplicação da educação financeira em sala de aula. Em uma próxima etapa, a meta é levar os cursos também aos estudantes do ensino médio. Os cursos estão estruturados em trilhas de aprendizagem conectadas à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), envolvendo educação financeira, atitudes empreendedoras, objetivos do desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS-ONU) e projeto de vida.

Crescimento

A superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da CVM, Nathalie Vidual, ressaltou que a capacitação dos professores está diretamente relacionada ao crescimento do Brasil, porque eles serão multiplicadores de conhecimento e ajudarão os jovens a se tornarem mais autônomos e seguros em relação ao mundo dos investimentos.

O presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, disse que o Sebrae acredita que a educação financeira é o caminho para transformar a realidade em que os estudantes estão inseridos, permitindo que se tornem cidadãos conscientes de suas escolhas e aptos a planejar e realizar seus projetos de vida.

Os materiais didáticos para capacitar os professores serão disponibilizados pelo Instituto XP de forma gratuita.

Agência Brasil – Read More