Árbitro da final da Copa de 1986, Romualdo Arppi Filho morre em Santos

Morreu neste domingo (5), aos 84 anos, o ex-árbitro Romualdo Arppi Filho, aos 84 anos, em Santos (SP), um dos mais importantes juízes de futebol da história do país. Ele estava internado no Hospital Ana Costa, no litoral paulista, para tratamento renal. Arppi Filho apitou a final da Copa do Mundo do México (1986), na qual a Argentina conquistou o bicampeonato ao vencer a Alemanha por 3 a 2.  

Romualdo Arppi Filho apitou a final da Copa do Mundo do México (1986), na qual a Argentina conquistou o bicampeonato ao vencer a Alemanha por 3 a 2 – Arquivo Pessoal/CBF

Em nota de pesar, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamentou o falecimento de Arppi Filho, segundo árbitro brasileiro apitar uma decisão de Mundial, e se solidarizou com familiares e amigos do juiz. O primeiro juiz de futebol do país numa decisão de Mundial foi Arnaldo Cezar Coelho, na Copa da Alemanha (1982).  

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Cariocão: Flamengo e Vasco fazem 1º clássico dos milhões do ano.Pelas redes sociais, fãs rendem homenagens ao jornalista Márcio Guedes.Gauchão: clássico Grenal tem estreia de Suárez e volta de Luiz Adriano.Ao longo da carreira, segundo a CBF, Romualdo Arppi Filho atuou nas finais do Campeonato Brasileiro de 1984 e 1985, na decisão do título do Mundial Interclubes de 198,; e em partidas de três edições dos Jogos Olímpicos: Cidade do México (1968), Moscou (1980) e Los Angeles (1984).

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Imperatriz mostrou o Brasil que nos interessa, diz carnavalesco

Em seu título anterior no Grupo Especial, o carnavalesco Leandro Vieira havia cruzado a Sapucaí com uma Mangueira que empunhou a bandeira brasileira em verde e rosa, com a frase Índios, Negros e Pobres no lugar do Ordem e Progresso. O ano era 2019, um governo de extrema direita estava recém-empossado e o assassinato da vereadora Marielle Franco não havia completado um ano. O rosto da vereadora estampou bandeiras no desfile, e seu nome estava no samba-enredo que se tornou um grito de resistência. Ao levantar a taça na Sapucaí novamente este ano, pela Imperatriz Leopoldinense, Leandro Vieira fez carnaval em um Brasil que empossou um governo progressista e que nomeou Anielle Franco, irmã de Marielle, ministra da Igualdade Racial, para reduzir a exclusão dos índios, negros e pobres.

“O carnaval de 2023 da Imperatriz também é uma marca de seu tempo. É uma marca de orgulho da brasilidade, é uma marca de retomada de um Brasil que nos interessa visualmente, conceitualmente, um Brasil regional, e do quanto o regionalismo e a pluralidade artística são fundamentais nesse aspecto de brasilidade”, disse Leandro Vieira.

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Campeã: Imperatriz Leopoldinense celebra fim de jejum de 22 anos.Observatório pede o resgate do protagonismo negro do carnaval de SP.Hélio Tremendani, da Aruc, testemunhou nascimento do samba em Brasília.Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, por telefone, durante suas férias, o carnavalesco, que soma cinco títulos em oito anos, disse que sentido tentou dar ao seu carnaval nesses dois momentos, e como busca em seu estilo de trabalho aproveitar o que cada escola de samba tem como essência.

Carioca do Jardim América, na zona norte do Rio de Janeiro, Leandro Vieira tem 39 anos de idade e é formado em Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seu primeiro desfile como carnavalesco foi com a Caprichosos de Pilares, em 2015. No ano seguinte, ele estreou com título no grupo especial, com a Mangueira, e um enredo sobre a cantora Maria Bethânia.

O carnavalesco continuou à frente da Verde e Rosa, conquistando também o título de 2019, com o carnaval Histórias de ninar gente grande. Em 2020, veio seu primeiro título com a Imperatriz, na Série A, garantindo a volta da escola da Leopoldina ao Grupo Especial.

No carnaval do ano passado, fez seu último desfile com a Mangueira, quando terminou em sétimo lugar e ficou de fora do Desfile das Campeãs pela primeira vez. Apesar disso, na Série Ouro, antiga Série A, veio outro título, garantindo a volta da Império Serrano para o Grupo Especial de 2023, de onde foi novamente rebaixada após o último desfile.

Neste ano, o carnaval da Imperatriz Leopoldinense contou uma criativa versão de como seria a vida após a morte de Lampião, recusado pelo inferno e pelo céu. O enredo se conecta com a forte presença da cultura nordestina nos complexos de favelas da região da Leopoldina, incluindo os complexos do Alemão e da Penha, e a Imperatriz fez um desfile quente e cheio de autoestima.

Escola de samba Imperatriz Leopoldinense, campeã do Grupo Especial com enredo sobre Lampião – Fernando Frazão/Agência Brasil

Quais características definem o seu trabalho e por que você acha que ele tem sido tão bem-sucedido?

Eu acho que me interessar pela cultura brasileira, e me debruçar sobre ela na produção daquilo que eu faço, faz com que o meu trabalho encontre uma receptividade que tem a ver com a aceitação da brasilidade. A comunicação com o público se dá de uma maneira muito orgânica, porque eu acredito que a simplicidade pode conquistar grandes coisas. Meu carnaval comunica de maneira simples, e minhas escolhas estéticas e narrativas são baseadas na simplicidade. Isso comunica. Outro aspecto é que eu não tenho interesse em reproduzir esse estereótipo do luxo, do exagero, do deslumbrante como algo pautado pela riqueza. Por eu não ter esse interesse, acabo produzindo um visual de fantasias e alegorias que eu acho que são alternativas. E as pessoas acham ou creem que são um certo ineditismo visual. Uma terceira coisa, e talvez a mais importante, é a minha obsessão por apresentar enredos que respeitem os interesses comunitários, entendendo interesses comunitários como as vocações individuais das comunidades para quem eu ofereço meu trabalho. Embora eu tente manter as minhas predileções artísticas, quando eu fui carnavalesco da Mangueira, eu fui um, quando eu fui carnavalesco do Império Serrano, eu fui outro, e quando sou carnavalesco da Imperatriz, eu estou sendo um terceiro. É sob medida.

Você participou da volta da Imperatriz ao Grupo Especial e agora foi campeão desse grupo com a escola. O segundo título foi, de alguma forma, consequência do primeiro? Como vê a relação entre esses dois carnavais?

Eu acho que com o título de volta ao grupo especial e o título que encerra o jejum de 22 anos, eu acho que eu começo a construir alguma coisa bonita com a Imperatriz, alguma coisa que num sentido inicial é vitoriosa. Eu enxergo isso como algo bonito, eu acho que isso é um começo de história feliz. Eu acho que são dois títulos de retomada e são dois títulos dão um novo fôlego à escola, são títulos que viram páginas e acho que tudo que vira página e dá fôlego é bem recebido de alguma forma.

Imperatriz Leopoldinense, campeã do Grupo Especial com enredo sobre Lampião, no Desfile das Campeãs no Sambódromo da Marquês de Sapucaí – Fernando Frazão/Agência Brasil

E o enredo do ano que vem já está claro na sua mente? Como é esse processo?

O enredo do ano que vem está começando a ser iluminado pelas minhas ideias. Não tem soberba nisso, mas é inevitável que a Imperatriz, que é a campeã do carnaval de 2023, crie expectativas para o carnaval em 2024. Eu adoraria que não criassem expectativa nenhuma para a Imperatriz, mas é quase que inevitável, né? A campeã do carnaval anterior sempre vai gerar uma expectativa. E é evidente que o profissional responsável pela construção da narrativa e do visual seja cobrado. Então, eu tenho que pensar alguma coisa que tenha a capacidade de mostrar que a Imperatriz continua trabalhando, que o campeonato fez com que a Imperatriz trabalhasse mais, e não que tenha sentado em cima do título e se acomodado. Então, eu preciso apresentar um evento que esteja à altura do que a comunidade espera para 2024. E ninguém espera que a Imperatriz 2024 seja inferior à de 2023. É muito difícil você superar essas coisas, mas o meu trabalho é esse. Então, eu tenho que continuar lapidando as ideias, aumentando a qualidade da pesquisa e trabalhando com a expectativa de produzir algo que seja à altura de uma escola que atualmente é a campeã do carnaval.

E existe uma expectativa sobre o seu trabalho também, né? Você se cobra muito para superar o que você já criou?

Eu não me cobro nesse sentido. Eu entendo que, como artista, tendo um trabalho público, a cobrança pública é natural, mas enquanto homem e entendedor dos meus limites e entendedor da construção do que é um processo artístico, eu não posso entrar nessa cobrança externa. Eu tenho que ter a cobrança da pessoa que crê que tem que fazer um bom trabalho, que tem que desenvolver uma pesquisa, mas nunca com a ideia disso de me superar. O meu processo é muito mais um processo de construção, artística e criativa, em que um carnaval convida o outro a surgir. As pessoas têm a tendência a enxergar essa escalada como uma escada, eu enxergo isso muito mais com uma rampa, sabe? Eu não tenho a sensação de que eu tenho que subir um degrau. As pessoas geralmente fazem um comparativo como se você estivesse em um degrau, e, no carnaval seguinte, você tivesse que subir outro degrau. Eu, não. Eu já enxergo como uma rampa, em que, enquanto anda para frente, você já tá subindo, entende?

Imperatriz Leopoldinense, campeã do Grupo Especial com enredo sobre Lampião, no Desfile das Campeãs no Sambódromo da Marquês de Sapucaí – Fernando Frazão/Agência Brasil

Você foi campeão com um enredo sobre resistência na Mangueira em 2019, num momento político muito diferente do que o país está vivendo agora. Como foi fazer carnaval naquele momento e como foi fazer agora?

Eu acho que o carnaval da Mangueira de 2019 fica como um carnaval que serve ao seu tempo, um carnaval que funciona como um avanço contra algo que na esfera política retrocedeu. Ele fica como um farol democrático, um farol de resistência em um tempo em que sofríamos ataques de um pensamento antidemocrático, de uma certa valorização do autoritarismo, um certo desprezo pelas questões indígenas e quilombolas. Ele tem o interesse de sinalizar que é preciso seguir na resistência. E o carnaval de 2023 da Imperatriz também é uma marca de seu tempo. É uma marca de orgulho da brasilidade, é uma marca de retomada de um Brasil que nos interessa visualmente, conceitualmente, um Brasil regional, e do quanto o regionalismo e a pluralidade artística são fundamentais nesse aspecto de brasilidade. Não se constrói brasilidade sem passar pela pluralidade produzida pelo povo brasileiro. A arte é uma marca de seu tempo, e tento fazer dos carnavais um reflexo do tempo em que eu vivo.

Nesse momento em que o país está tão dividido politicamente, você vê o carnaval como um momento de encontro ou de disputa de visões de mundo?

Eu não gosto muito dessa coisa taxativa de “o carnaval é”. Quando você diz que “o carnaval é”, você acaba dando um recorte que é um recorte tolo, porque não dá para você recortar o carnaval como algo pré-definido. Acho que o carnaval também é. Também é um momento de encontro, de celebração, de disputa, também é um momento de luta, também é um momento de festa. Acho que o carnaval também é uma série de coisas. Ele não é exclusivamente isso ou aquilo.

E você também se diverte muito no carnaval de rua, né?

Aprendi a gostar de carnaval, e da atividade carnavalesca, aprendi a ter contato com o lúdico e com a fantasia em função do carnaval que acontece na rua. Esse carnaval livre que não está sob o julgamento do certo e do errado, não está sob o julgamento do que é pontuado ou despontuado.

Como você vê a contribuição de cada tipo de carnaval, de rua, da Sapucaí, para o sentido do que é o carnaval do Rio de Janeiro?

Eu acho que são práticas que se complementam e em alguns aspectos são antagônicas, mas a rua e a avenida dão o que é a totalidade da experiência carnavalesca. Não há como limitar o carnaval com a expressão de que o carnaval é. O carnaval é também. Essa ideia da não domesticação do corpo se torna muito evidente na rua. Essa ideia da prática carnavalesca e da fantasia, da construção da identidade da rua, complementa essa ideia de escola que desfila na avenida. É preciso entender também as múltiplas maneiras e aspectos musicais no carnaval da cidade. A avenida é marcada pelo carnaval do samba, e a rua também é marcada pelo carnaval da marcha. E existe hoje, de maneira mais moderna, a carnavalização de outros ritmos, que são mola propulsora para a alegria. É um contato múltiplo com a cidade que entra em festa, essa transformação da rua em terreiro, esse contato múltiplo em que a cidade não fica domesticada.

Imperatriz Leopoldinense, campeã do Grupo Especial com enredo sobre Lampião, no Desfile das Campeãs no Sambódromo da Marquês de Sapucaí – Fernando Frazão/Agência Brasil

A Imperatriz é de uma região da cidade em que as comunidades sofrem muito com a violência urbana e a exclusão social. Como esse cotidiano da comunidade afeta o carnaval da Imperatriz e como o carnaval que a Imperatriz afeta o cotidiano e a vida dessas pessoas?

A Imperatriz é uma escola intimamente ligada à zona da Leopoldina, a esses bairros da periferia, que são os bairros do subúrbio carioca. Dentro da territorialidade da Imperatriz Leopoldinense está o maior complexo de favelas da cidade do Rio de Janeiro, que são os complexos do Alemão, da Penha e aquela região toda. E a Imperatriz tem produzido nos últimos anos um processo de aproximação com esses territórios, e isso se dá através de projetos sociais, engajamento da escola com a comunidade na produção de atividades artísticas. Isso, de imediato, possibilitou que tivéssemos um desfile muito quente, onde a presença da comunidade foi fundamental e mola propulsora para a construção desse campeonato que há 22 anos não acontecia. Esse entendimento da Imperatriz como representante do território, e o entendimento do território que enxerga a Imperatriz como uma bandeira, isso passa pela visita do presidente Lula ao complexo do Alemão [em 2022] com a presença da Imperatriz, passa pelos projetos sociais, e representa o desejo da Imperatriz de representar a zona da Leopoldina e os complexos de favelas que se aproximam dela.

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Falta de pessoal e de verba é desafio para defesas civis municipais

As chuvas extremas que assolaram o litoral norte de São Paulo no último carnaval, com deslizamentos de encostas, alagamentos e bairros isolados por interdição de vias de acesso, evidenciou o trabalho da Defesa Civil e os esforços que este órgão precisa fazer para salvar vidas e reduzir danos. Mas, uma pesquisa mostrou que as defesas civis municipais do país enfrentam falta de verba, de pessoal e de estrutura.

Responsável pelo mapeamento de áreas de risco, prevenção e contenção de desastres ambientais, as defesas civis municipais devem alertar e assessorar a população. Porém, em 67% desses órgãos, o déficit de recursos é o principal entrave para a realização do trabalho (26% corresponde à falta de dinheiro; 22% de equipe e 19% de equipamentos).

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Rio de Janeiro tem acordo com a Nasa para prevenir desastres naturais.Com base em questionário aplicado em 1.993 cidades que participaram da Pesquisa Municipal em Proteção e Defesa Civil , 72% dos municípios responderam não ter orçamento próprio para a área, não contando com dinheiro de outras secretarias ou, às vezes, nem sequer da própria prefeitura.

Os dados estão no artigo Fundos Públicos Federais e Implementação da Política Nacional de Proteção e Defesa Civil no Brasil, publicado na Revista de Informação Legislativa do Senado e assinado pelos advogados Fernanda Damacena e Luiz Felipe da Fonseca Pereira e pelos pesquisadores Renato Eliseu Costa, doutorando em Políticas Públicas pela Universidade Federal do ABC (UFABC), e Victor Marchezini do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

A reportagem da Agência Brasil conversou com Victor Marchezini, que atualmente faz seu pós-doutorado no Natural Hazards Center, Universidade do Colorado-Boulder, EUA, com apoio da Fundação de Pesquisa do Estado de São Paulo.

Para o pesquisador, o que mais surpreendeu na pesquisa foi a falta de orçamento próprio nas defesas civis municipais. “Isso implica, por exemplo, no planejamento de ações de prevenção junto às comunidades, até mesmo em não ter combustível ou um veículo para ir às comunidades realizar as ações educativas, de prevenção ou mesmo de verificação das áreas consideradas de risco de inundação ou de deslizamento”, apontou o pesquisador, que atua desde 2004 na área de sociologia dos desastres, com olhar para o envolvimento de comunidades locais na prevenção.

Na opinião do pesquisador, o problema não é só dos municípios. “Em muitos casos, falta de apoio dos governos estaduais e federal para ajudar em um orçamento para estruturar essas defesas civis municipais. Existem muitas ações de capacitação do governo federal, mas falta um plano nacional que ajude a estruturá-las. É efeito cascata, por exemplo, se você não tem uma defesa civil bem estruturada, vai implicar na falta de criação de núcleos comunitários de defesa civil. A pesquisa acabou revelando também isso, que existem poucos núcleos comunitários de defesa civil”.

Recursos humanos e estrutura

Os agentes de defesas civis municipais apontaram a alta rotatividade nos cargos como o principal fator de retrocesso na redução do risco de desastres, aliada às precárias condições de trabalho, falta de treinamento e responsabilidades pouco claras na gestão de risco. Alguns órgãos relataram que chegam a ter apenas um ou dois funcionários disponíveis para o trabalho e, quanto ao espaço físico, 65% das defesas civis dividem com outra secretaria.

“Mais de 50% das defesas civis no Brasil são constituídas de uma a duas pessoas na equipe e até acumulam funções em outras secretarias. Muitas vezes, essa equipe é de pessoas de indicação política e a cada eleição há uma nova equipe. Com isso, o investimento feito na capacitação desses agentes de defesa civil tem que ser feito novamente, isso é um sintoma dessa crise no sistema”, alertou Marchezini.

No estudo, os pesquisadores apontam que a falta de definição dos papéis dos atores envolvidos na gestão de riscos compromete a governança, reforçando a importância de profissionalizar a área. Em resposta a esse ponto, no ano passado, o Ministério do Trabalho incluiu o agente de proteção e defesa civil na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), sendo o primeiro passo para o reconhecimento e habilitação da profissão.

Atribuições

Às defesas civis municipais cabe a gestão de riscos e de desastres, atribuições que vão desde a análise e monitoramento de áreas de risco, com ações de prevenção e mitigação, até o socorro e atuação em projetos de recuperação. O Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec) congrega todas as competências para a gestão dos riscos e desastres e deve ter ênfase na prevenção.

No caso de chuvas, o Cemaden emite um comunicado com diagnóstico para defesa civil nacional encaminhar à estadual e ou municipal. A defesa civil, por sua vez, envia mensagens à população local avisando da previsão de chuvas, alagamentos e deslizamentos. Em algumas cidades, há sirenes instaladas para o alerta.

Geralmente, entre os problemas desse sistema de comunicação estão o número de cadastrados no alerta, que pode ser baixo, e os textos das mensagens por SMS, genéricos para uma região e até mesmo para o tipo de evento previsto.

Na pesquisa do diagnóstico de capacidades, 25% dos órgãos responderam usar o SMS para comunicar os alertas. Para outros tipos de comunicação, 56% responderam usar as redes sociais (Facebook, Instagram) e 43% aplicativos de mensagens (WhatsApp, Telegram).

Bons exemplos

Para o pesquisador, as defesas civis municipais podem também desenvolver diversas ações de prevenção e de mitigação de desastres climáticos. Ele ressalta que tanto a comunicação como o envolvimento da população podem ser os diferenciais para salvar vidas em casos de desastres.

Marchezini cita dois exemplos: um deles é da Defesa Civil do Recife, com Programa Parceria. “Envolve ações de mitigação de riscos de deslizamentos nas encostas do Recife, em parceria com a defesa civil, equipe de engenharia e moradores locais, de forma a tentar reduzir o risco de deslizamento na encosta, para que ela não se deteriore a cada estação chuvosa. Aliado a isso tem também a formação dos núcleos comunitários de defesa civil pelo órgão no Recife”.

O pesquisador cita como exemplo de investimento de longo prazo a Defesa Civil da cidade do Rio de Janeiro. “Há muitos anos [a Defesa Civil] vem trabalhando junto as comunidades nos sistemas de alerta. A comunidade é envolvida não só para receber um alerta SMS, mas em toda etapa de planejamento do sistema: no mapeamento participativo dos riscos do bairro, como definir rota de fuga, pontos seguros e ainda na identificação de líderes comunitários que possam ajudar a coordenar essas ações e trabalhar junto com as escolas do bairro”.

Marchezini alerta para a necessidade de um programa para criar e fortalecer os sistemas municipais de alerta e alarme. “Não é só investir em rede observacional de pluviômetros e radares, mas sim, na capacitação dos municípios para que eles mesmos fortaleçam esses sistemas municipais no momento de uma emergência, já que quem vai responder no primeiro momento são sempre os moradores e depois os órgãos locais. Esse fortalecimento da capacidade local é muito importante”, destacou.

Fonte Agência Brasil – Read More

CCBB RJ apresenta Festival Internacional Cinema e Transcendência

O Festival Internacional Cinema e Transcendência fez sua estreia no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB RJ), comemorando 10 anos, com uma seleção de dez filmes que marcaram sua trajetória. Há também a Mostra Brasil Profundo, com 16 títulos que revelam ao público o sertão brasileiro, com suas características mitológica, poética, indígena, africana, encoberto por lendas, festejos e cordéis. Estão aí incluídas obras de Geraldo Sarno e Glauber Rocha.

O evento estreou no Rio de Janeiro este mês, depois de oito edições em Brasília e duas online e fica no CCBB RJ até o dia 19, seguindo depois para o CCBB SP, de 26 de março a 16 de abril. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada) e são disponibilizados às 9h do dia da sessão na bilheteria física, ou no site do Banco do Brasil. A Sala de Cinema 1 do CCBB RJ tem 102 lugares, sendo quatro para cadeirantes.

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Festival Visões Periféricas começa dia 2 de março de forma híbrida.CCBB apresenta, em São Paulo, exposição dedicada a Marc Chagall .Considerado o único festival de cinema no Brasil que investiga a subjetividade dos caminhos da consciência e do autodesenvolvimento por meio da arte cinematográfica, o evento terá programação especial no Dia Internacional da Mulher, nesta quarta-feira (8). Serão exibidos dois longas-metragens que abordam os legados da filósofa e ativista popular indiana Vimala Thakar (In the Fire of Dancing Stilness), às 15h; e de Gloria Arieira, professora brasileira de Vedanta, conhecimento ancestral da Índia (Kamala, Caminhos da Gloria), às 17h. Às 18h30, será exibido o episódio Marieta, Mãe do Mundo, da série de TV Resto de Mundo, seguido de bate-papo sobre a natureza feminina, com Gloria Arieira, Diego Zanotti, seu aluno e diretor da série, e Carina Bini.

O festival apresenta também, além dos filmes, atividades culturais que incluem aulas de yoga, de frevo, contação de estórias, apresentações musicais, nos fins de semana, no salão do cinema, com entrada franca.

Retrospectiva

Criado em 2013, o Festival Internacional Cinema e Transcendência reúne filmes que exploram a experiência da transformação pessoal a partir das suas narrativas. De acordo com os organizadores, os títulos selecionados promovem uma relação transformadora entre o cinema e a realidade de cada pessoa, abordando temas como a espiritualidade, práticas de autoconhecimento, meditação, biografias de estudiosos, sábios ou gurus, ancestralidade, expansores alucinógenos, terapias, xamanismo e outras questões que abordam o caminho de busca pela consciência.

Para o curador André Luiz Oliveira, a possibilidade de promover a relação do cinema como arte mediadora entre o sentido estético e a experiência introspectiva de autoconhecimento é a tônica do festival. Durante os primeiros anos da pandemia do novo coronavírus, o festival teve edições online gratuitas que atingiram 60 mil pessoas no Brasil e no exterior.

A programação retrospectiva do décimo aniversário do festival no CCBB Rio traz, entre outros, documentários como Psicomagia, o mais recente filme do chileno Alejandro Jodorowsky, para quem o cinema é capaz de “transformar almas e mentes”; Meeting the Beatles in India, no qual o cineasta Paul Saltzman refaz sua jornada de 50 anos atrás, quando conviveu com os Beatles na casa do guru Maharishi Mahesh Yogi; Orin – Música para os Orixás, de Henrique Duarte, sobre a influência das cantigas sagradas dos terreiros de candomblé na música popular brasileira, entre outros.

Brasil profundo

Entre os destaques da Mostra Brasil Profundo, está o clássico O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, obra-prima de Glauber Rocha, premiado com melhor direção no Festival de Cannes em 1969, que apresenta um estrato da sociedade brasileira injusta e violenta do Nordeste, ao mesmo tempo, rica e poderosa na sua essência cultural. O filme é conhecido internacionalmente como Antonio das Mortes, nome do protagonista, que apareceu em outro filme do diretor, Deus e o Diabo na Terra do Sol, de 1964.

São relembradas também obras do cineasta Geraldo Sarno (1938-2022), diretor e roteirista baiano, que abordou temas como o movimento migratório brasileiro, as religiões e cultura populares. Serão exibidos três curtas clássicos, filmados na década de 1970 (Jornal do Sertão, Padre Cícero e Vitalino), além de seu último longa-metragem Sertânia, lançado em 2020.

Estão na programação ainda dois filmes do cineasta cearense Hermano Penna, que têm como tema o cangaço e a arte cabocla, o média-metragem Nhô Caboclo e o elo perdido, baseado nas manifestações culturais do encontro entre negros e índios; e o longa José de Julião – Muito além do Cangaço, que recupera a figura de um homem que passou de cangaceiro a político, no sertão de Sergipe. Tendo como referência também o sertão e o cangaço, o festival apresenta o curta-metragem de ficção Porta de Fogo, do cineasta baiano Edgard Navarro, e um documentário sobre a vida do sanfoneiro e compositor Dominguinhos, dirigido por Mariana Aydar e Eduardo Nazarian.

Consta do programa também o documentário Mito e Música – A Mensagem de Fernando Pessoa, da cineasta luso-brasileira Rama de Oliveira, em parceria com o cineasta e músico André Luiz Oliveira. Do diretor baiano será exibido o curta de documentário É Dois de Julho, filmado em 1979, que terá exibição inédita no festival, com cópia restaurada, retratando a festa cívica baiana do caboclo e da cabocla, que relembra a guerra de independência do Brasil na Bahia, que resultou na expulsão definitiva dos portugueses.

Fonte Agência Brasil – Read More

Primeira etapa do Revalida começou hoje

Ocorre neste domingo (5) a primeira etapa do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida). Aplicado desde 2011, o exame tem por objetivo subsidiar a revalidação, no Brasil, do diploma de graduação em medicina expedido no exterior. Nesta primeira etapa, o exame será aplicado em Brasília, Campo Grande, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Rio Branco, Salvador e São Paulo. Ao todo, são 10.057 inscritos.

Para o primeiro turno de aplicação, os portões de acesso aos locais foram abertos às 7h (horário de Brasília) e a prova começou às 8h, com término previsto para as 13h.

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MEC divulga nova tabela para salário educação.Undime vê como positivo aumento de matrículas na educação infantil.Censo Escolar: matrículas na educação básica cresceram em 2022.No turno da tarde, os portões serão liberados às 14h30 e fechados às 15h15. Os participantes deverão iniciar as provas às 15h30 e concluí-las até as 19h30.

Segundo o Ministério da Educação, os participantes que solicitaram tempo adicional e tiveram o pedido deferido terão uma hora a mais, em cada turno, para concluir as provas.

É obrigatória a apresentação da via original do documento oficial de identificação com foto, como cédulas de identidade, para o participante ter acesso à sala de prova.

A prova do Revalida aborda, de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria e medicina da família e comunidade (saúde coletiva).

O objetivo é avaliar as habilidades, as competências e os conhecimentos necessários para o exercício profissional adequado aos princípios e às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

Quem for aprovado na primeira etapa estará apto para se submeter a avaliação prática. O período de inscrições da segunda etapa vai de 15 a 19 de maio e a aplicação da prova prática nos dias 24 e 25 de junho.

Fonte Agência Brasil – Read More

Pesquisa indica risco de monkeypox agravar infeccão por HIV

Uma pesquisa internacional, com a participação do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indicou a necessidade de se avaliar a inclusão das formas graves de monkeypox como uma nova condição definidora de Aids nas classificações das doenças do HIV no Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos e na Organização Mundial de Saúde (OMS).

O trabalho foi feito por pesquisadores de 19 países, entre os quais Estados Unidos, Espanha, México, Reino Unido e Brasil. Eles reuniram dados de casos confirmados de monkeypox (Mpox, também chamada de varíola dos macacos) entre 11 de maio de 2022 e 18 de janeiro de 2023, para estudo que avaliou casos em pessoas com infecção avançada por HIV . O INI/Fiocruz, que é a referência para o atendimento de casos de Mpox no Rio de Janeiro, desenvolve pesquisas que contribuem para o enfrentamento dessa doença.

O estudo destacou também a evolução fatal de pacientes com suspeita de deterioração clínica em decorrência da síndrome de reconstituição imune (Iris), uma condição inflamatória que pode ocorrer após o início da terapia antirretroviral. Do total de 85 pacientes que iniciaram ou reiniciaram o uso de antirretrovirais, 25% tiveram suspeita de que a deterioração clínica pode ter ocorrido em decorrência da Iris, sendo que 57% desses vieram a óbito, o que trouxe grande preocupação para os pesquisadores.

Em termos de prevenção, a pesquisa indicou que as pessoas com HIV e alto risco de infecção por monkeypox devem ser priorizadas para uma vacina preventiva. O trabalho ressaltou que dois terços das mortes registradas ocorreram na América Latina.

Segundo os pesquisadores, os achados são particularmente pertinentes para países com baixos níveis de diagnóstico de HIV ou sem acesso gratuito universal a uma terapia antirretroviral ou a unidades de terapia intensiva, onde a interação da infecção descontrolada por HIV e monkeypox é mais prevalente. Ressaltaram também que, nesses países, deve ser efetuado um esforço conjunto para fornecer acesso urgente a antivirais e vacinas contra monkeypox.

Publicação

O trabalho internacional foi apresentado na 30ª Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections (Croi 2023 – Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, em tradução livre), que ocorreu em fevereiro em Seattle, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica The Lancet. O estudo Mpox in people with advanced HIV infection: a global case series (Mpox em pessoas com infecção avançada por HIV: uma série de casos globais, em tradução livre) analisou 382 casos, sendo 349, o equivalente a 91%, em indivíduos que viviam com HIV. A pesquisa constatou que 107 pacientes (28%) foram hospitalizados e 27 morreram (25%). Os óbitos ocorreram em pessoas que apresentavam imunodepressão avançada pelo HIV.

O trabalho destacou a descrição de uma forma grave de monkeypox, caracterizada por lesões cutâneas e mucosas necrotizantes, com alta prevalência de manifestações dermatológicas e sistêmicas fulminantes e morte, em pacientes com doença avançada pelo HIV, caracterizada por contagens de linfócitos TCD4+ abaixo de 200 células/mm3. O estudo contou com a colaboração da infectologista do Laboratório de Pesquisa Clínica em IST e Aids do INI/Fiocruz Mayara Secco Torres Silva.

Prevenção

Além da assistência a pacientes com monkeypox, o INI/Fiocruz realiza pesquisas de combate à doença. Entre elas, destacam-se dois estudos multicêntricos sob a coordenação do Instituto, que deverão ser iniciados no próximo mês de março. O primeiro deles avalia a vacina MVA-BN Jynneos, produzida pela empresa Bavarian Nordic, como profilaxia pós-exposição. A vacina é dada após a pessoa ter tido contato com alto grau de exposição potencial ao vírus, através de contato íntimo com uma pessoa que seja caso confirmado de monkeypox ou que tenha se acidentado ao manipular material contaminado pelo vírus, tanto na coleta de material clínico como no processamento de material em laboratório.

A coordenadora do estudo e diretora do INI/Fiocruz, Valdiléa Veloso, disse à Agência Fiocruz de Notícias que essas pessoas deverão comparecer aos centros de pesquisa, onde receberão duas doses da vacina, com intervalo de 28 dias entre as doses, se a exposição tiver ocorrido no intervalo de até 14 dias. As pessoas cuja exposição tiver ocorrido após 14 dias poderão participar do estudo e serão acompanhadas, mas não serão vacinadas. O estudo prevê a participação de, pelo menos, 746 pessoas. A expectativa, segundo a diretora, é que esse imunizante, aplicado dentro do intervalo de tempo previsto, possa bloquear o processo de infecção pelo vírus ou atenuar o desenvolvimento da doença.

O segundo estudo é denominado Unity. Trata-se de um ensaio clínico internacional que vai avaliar a segurança e a eficácia do antiviral Tecovirimat no tratamento de pacientes com monkeypox. O estudo é coordenado pela pesquisadora Beatriz Grinsztejn, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em IST e Aids do INI/Fiocruz, em parceria com Alexandra Calmy, do Hospital da Universidade de Genebra-Suíça e com a Agência Francesa de Pesquisa em Aids, Hepatites Virais e Doenças Emergentes (ANRS).

O Tecovirimat foi desenvolvido para o tratamento da varíola e foi licenciado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para a monkeypox no ano passado, a partir de dados de estudos limitados em animais e em humanos. Até o momento, entretanto, não houve ensaios clínicos para confirmar se o medicamento pode ajudar os pacientes com monkeypox a se recuperarem da doença. Os pesquisadores do INI/Fiocruz consideram que os resultados do ensaio clínico Unity serão de vital importância para esclarecimentos nesse sentido.

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Líderes da FLN são presos em Mirante do Paranapanema

José Rainha Júnior e Luciano de Lima, líderes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FLN), foram presos pela Polícia Civil na tarde deste sábado (5), em Mirante do Paranapanema (SP), na região de Presidente Prudente. De acordo com a polícia, eles são acusados de extorquir donos de propriedades rurais.

“As diligências foram decorrentes de mandados de prisões preventivas, pedidos e autorizados pela Justiça, de líderes de movimento de invasão de terras que exigiam vantagens financeiras de, pelo menos, seis vítimas”, informou, em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).

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PF cumpre mandado de reintegração de área invadida pelo MST na Bahia.Rio: famílias de baixa renda despejadas buscam solução em Maricá.Caminhos da Reportagem mostra efeitos do garimpo na Terra Yanomami.A pasta ressaltou que as prisões não têm relação com as ocupações de terra realizadas pelo FLN no carnaval, na região. Na ocasião, nove propriedade rurais foram ocupadas pelo movimento, segundo a polícia.

Nas redes sociais, o secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, parabenizou a ação da polícia. “José Rainha Júnior e Luciano de Lima, líderes da FNL, foram presos pela nossa Polícia Civil. Parabenizo os policiais envolvidos nessa missão, que contam também com o apoio da Polícia Militar para garantir a segurança em nosso estado”, diz a publicação.

Em nota, o FLN disse que as prisões são políticas e ocorreram em retaliação à jornada de ocupações realizadas no carnaval. “Essa prisão de cunho político tem nítida relação com a jornada de ocupações do Carnaval Vermelho, sendo um ato de retaliação aos lutadores do povo sem terra”.

O FLN ressaltou ainda que o movimento tem denunciado a usurpação de terras públicas, na região do Pontal do Paranapanema, pelo agronegócio, e que os líderes têm o direito de se defender das acusações em liberdade.

“Denunciamos a invasão de terras públicas pelo agronegócio no Pontal do Paranapanema. Terras públicas estas que o agro defende como sua à bala, expulsando, ferindo e matando, se necessário, os trabalhadores que ousam reivindicá-las”, denuncia a FLN.

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Não houve tentativa de regularização de joias, diz Receita Federal

A Receita Federal disse, por meio de nota divulgada na noite desse sábado(4), que não houve tentativa de regularização das joias avaliadas em mais de R$ 16 milhões, que teriam sido um presidente dado pela Arábia Saudita para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Segundo a Receita, além de não pedir a regularização, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro também não apresentou um pedido fundamentado para incorporar as joias ao patrimônio público, mesmo após orientações do órgão.

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PF vai investigar o caso do envio de joias para Michelle Bolsonaro.A informação foi revelada em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada na sexta-feira (3). Segundo a publicação, um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes foram barrados pela Receita Federal em outubro de 2021. Os itens, avaliados em 3 milhões de euros (cerca de R$ 16,5 milhões) foram encontrados na mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que assessorava o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ambos retornavam de uma viagem oficial ao Oriente Médio. Ainda de acordo com a matéria, a retenção ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após inspeção por raio-X.

Na ocasião, o ex-ministro teria se valido do cargo para pedir a liberação das joias, alegando serem presentes do governo saudita para a então primeira-dama. Os servidores da Receita Federal, no entanto, alegaram que o procedimento para a entrada desses itens como presentes oficiais de um governo estrangeiro para o governo brasileiro teriam que obedecer a outro trâmite legal e, por isso, retiveram as joias pelo não pagamento dos tributos.

Pela legislação, todo viajante que traga ao país bens pertencentes a terceiros deve declará-los na chegada, independentemente de valor. No caso de bens pertencentes ao próprio portador, devem ser declarados aqueles em valor acima de US$ 1 mil, limite atualmente vigente. Caso não haja declaração de bem, é exigido 50% do valor a título de tributo, acrescido de multa de 50%, reduzida pela metade no caso de pagamento em 30 dias.

“Na hipótese de agente público que deixe de declarar o bem como pertencente ao Estado Brasileiro, é possível a regularização da situação, mediante comprovação da propriedade pública, e regularização da situação aduaneira. Isso não aconteceu no caso em análise, mesmo após orientações e esclarecimentos prestados pela Receita Federal a órgãos do governo”, diz a nota.

Como não houve a regularização, a Receita disse que o bem passa a ser tratado como pertencente ao portador e, não havendo pagamento do tributo e multa, é aplicada a pena de perdimento, cabendo recursos cujo prazo, no caso das joias, terminou em julho de 2022.

A Receita disse ainda que após o perdimento, é possível, em tese, o bem ser levado a leilão. Do total arrecadado, 40% é destinado à seguridade social e o resto ao tesouro. Além do leilão, também é possível a doação, incorporação ao patrimônio público ou destruição. Segundo a nota, não houve pedido para que as joias fossem incorporadas ao patrimônio da União.

“A incorporação ao patrimônio da União exige pedido de autoridade competente, com justificativa da necessidade e adequação da medida, como, por exemplo, a destinação de joias de valor cultural e histórico relevante a ser destinadas a museu. Isso não aconteceu neste caso. Não cabe incorporação de bem por interesse pessoal de quem quer que seja, apenas em caso de efetivo interesse público”, disse a Receita.

A nota saúda os agentes aduaneiros que realizaram na retenção dos bens e diz ainda que os fatos foram informados ao Ministério Público Federal e que o órgão está à disposição para prosseguir nas investigações, “sem prejuízo da colaboração com a Polícia Federal, já anunciada pelo Ministro da Justiça.”.

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Rita Lee recebe alta de hospital e se recupera em casa

A cantora, compositora, escritora e ativista brasileira Rita Lee recebeu alta hospitalar e está se recuperando em casa. A informação é do marido cantora, Roberto Carvalho, que publicou uma foto dela nas redes sociais, na noite deste sábado (4), com a legenda “home”.

Rita Lee, de 75 anos de idade, estava internada desde o último dia 24 no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar um câncer de pulmão. Em maio de 2021, durante um check-up no mesmo hospital, a cantora foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo e iniciou um tratamento com imunoterapia e radioterapia.

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Marido de Rita Lee diz que cantora “está bem, se fortalecendo” .Na última nota divulgada, família de Rita Lee agradeceu o carinho das pessoas. “Como qualquer pessoa que passou ou que passa por tratamento oncológico, internações para exames e avaliações podem ser necessárias. A família agradece o carinho, certa do respeito à privacidade, como estabelecido desde o início”.

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Rio abre inscrição para projetos na Lei de Incentivo à Cultura

O governo do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Secec), abriu inscrições para projetos culturais na Lei Estadual de Incentivo à Cultura para este ano. Segundo informou à Agência Brasil a assessora de acompanhamento da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Conceição Diniz, é permitida inscrição de pessoas físicas residentes no estado do Rio de Janeiro e pessoas jurídicas ou microempreendedores individuais (MEI) com sede no Rio de Janeiro e que tenham em seu estatuto comprovação de atuação cultural. As inscrições vão até novembro e podem ser feitas no site da secretaria. O processo é feito de forma rápida e simplificada.

Conceição Diniz disse que outras exigências se referem a questões mais técnicas, que variam de projeto a projeto. “Algo que é comum a todos é a necessidade de Declaração de Intenção de Patrocínio (DIP) e Declaração de Patrocínio (DEP) por parte da empresa captadora de recursos, além da autorização para utilização do espaço onde o projeto será executado, seja ele um espaço público ou privado”.

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Nova presidenta da Funarte promete reconstruir políticas culturais.Cultura anuncia R$ 450 milhões para o setor de audiovisual.Artesãos fluminenses podem participar da 15ª Rio Artes Manuais.No ano passado, foram investidos pelo governo cerca de R$ 150 milhões em 105 projetos culturais, com um tíquete médio de R$ 1,425 milhão. Foram contemplados diferentes segmentos artísticos como música e dança, com 47 projetos; acervo e patrimônio, 13; teatro e circo, 12; cinema, vídeo e fotografia, 12; artes plásticas e artesanais, oito; informação e documentação, seis; literatura, três; gastronomia, três; e folclore e ecologia, um.

A secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros, destacou que, este ano, a ideia é ter mais projetos democráticos e para todos os públicos, que gerem emprego, renda e oportunidade no setor cultural.

Conceição Diniz acrescenta que a ideia é “sempre estimular a democratização da cultura em todas as vertentes e territórios. Para isso, temos a nossa Escola da Cultura, que fornece cursos, workshops e orientações para capacitar o fazedor de cultura”.

Plataforma

Conceição Diniz disse que o processo interno da Secec foi modernizado e amplificado a partir de 2020, quando o órgão criou uma nova plataforma para atender os proponentes e as empresas patrocinadoras, denominada Sistema Desenvolve Cultura. A mudança agilizou e facilitou a dinâmica de relacionamento entre sociedade civil, empresas privadas e poder público, permitindo que o benefício fiscal chegasse a novos lugares.

“Desde então, temos conseguido aumentar consideravelmente nossa atuação ano a ano. Em 2020, por exemplo, foram 56 projetos patrocinados e R$ 42 milhões investidos. Assim como em 2022, a nossa intenção é continuar aumentando essa marca”, disse.

A assessora informou ainda que ao longo das inscrições todos os projetos vão sendo avaliados pela comissão responsável e passam pelo processo para captação do patrocínio, sendo publicados e executados naturalmente ao longo de todo ano.

Incentivo

O mecanismo de incentivo foi criado em 1992 e funciona por meio da concessão de benefício fiscal para empresas contribuintes de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), garantindo a reversão da renúncia dos valores em investimento para ações culturais e financiamento da arte fluminense.

Fonte Agência Brasil – Read More