Distúrbio pode causar aceleração dos batimentos cardíacos, descarga de adrenalina, aumento da pressão sanguínea e, em casos mais extremos, subir a taxa de açúcar no sangue

 

O Brasil possui hoje uma frota de 45,4 milhões de carros, o que significa dizer que o país tem um automóvel para cada quatro habitantes. Tal número reflete a situação cada vez mais caótica do trânsito nos grandes centros urbanos. O paulistano, por exemplo, gasta quase três horas por dia em deslocamento, de acordo com o Ibope. E tanto tempo dentro de um carro, todos os dias, acaba afetando a saúde do motorista, direta ou indiretamente. O trânsito, os engarrafamentos e a sensação de estar encurralado aumentam o nível de estresse e, por consequência, a ansiedade de quem dirige.

 Aflição, agonia, inquietação, pressa, raiva e impaciência são alguns dos sinais da ansiedade no trânsito, que pode, posteriormente, desencadear outros transtornos físicos e psicológicos mais sérios, como a aceleração dos batimentos cardíacos, alta descarga de adrenalina, aumento da pressão sanguínea e, em casos mais extremos, até elevar a taxa de açúcar no sangue.

 Segundo o gerente médico da unidade MIP Aché, Dr. Carlos Eduardo Travassos, a ansiedade é uma reação normal do corpo, mas a partir do momento em que ela se torna uma constante na vida do indivíduo, é necessário acompanhamento com um profissional habilitado, que pode ser um psicológico ou um psiquiatra, conforme o caso. Um estudo realizado recentemente pela Universidade de Sidney, na Austrália, revelou que as pessoas extremamente ansiosas têm risco nove vezes maior de sofrer um enfarte em comparação às pessoas calmas. Além disso, doenças como gastrite, úlcera, cefaleia e alergias também podem ser desencadeadas ou agravadas pelo distúrbio.

 Por isso é necessário estar atento ao cotidiano em que se está inserido e tomar os cuidados necessários para evitar tais condições. “Para os casos de ansiedade mais leve e transitória, deve-se evitar o uso das medicações mais fortes. Dentre as opções, podem ser citadas as diversas técnicas de relaxamento, e a utilização de fitoterápicos como, por exemplo, a Passiflora incarnata L. Esse princípio ativo tem propriedades calmantes, sedativas e ansiolíticas, e, se consumido em doses adequadas pode auxiliar na redução dos níveis de ansiedade, além de ser útil para casos de insônia”, aponta Dr. Travassos. Também conhecida como flor do maracujá ou flor-da-paixão, a Passiflora incarnata L. pode ser encontrada em comprimidos, solução oral ou gotas.

 Confira abaixo outras dicas para diminuir a tensão no trânsito:

  Não dirija estressado

 Saia de casa com antecedência

 Evite congestionamentos

  Não entre na “pilha” dos outros motoristas

  Ouça uma música calma e tente se desconectar de redes sociais, e-mails ou mensagens, que possam distraí-lo ou deixá-lo ainda mais ansioso

  Dê preferência ao uso de transporte público ou da popular bicicleta

  Respire fundo nos momentos de raiva

  Seja educado e empático com outros motoristas