Economia: Endividamento de famílias chega a 77,4% em setembro

A proporção de famílias endividadas no país permaneceu em 77,4% em setembro, mesmo resultado de agosto, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O número representa o volume de endividados mais baixo desde junho de 2022. Para a entidade, o resultado indica uma tendência de estabilidade.

O resultado mostra que se manteve estável nível de famílias que declararam ter dívidas a vencer em cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado, prestação de carro ou de casa. 

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Inflação de setembro tem alta de 0,26%.INPC registra alta de 0,11% em setembro.Apesar disso, a análise das faixas de renda indica aumento de 0,3 ponto percentual (p.p.) de endividados entre os consumidores de renda mais baixa entre as famílias que recebem até três salários mínimos na comparação a setembro de 2022.

Segundo a CNC, o comportamento, indica “desafios persistentes nesse segmento”. A entidade destacou que essas famílias terão seus CPFs desnegativados a partir deste mês, por causa do programa Desenrola, do governo federal.

“O endividamento, por si só, não é sinônimo de problema financeiro, a não ser que esteja atrelado à inadimplência, que também está em alta na faixa de renda mais baixa, com 38,6% desses consumidores admitindo ter dívidas atrasadas”, diz a entidade. Segundo a CNC, o nível representa alta de 0,7 p.p. no mês. É o mesmo percentual de setembro do ano passado e o nível mais alto desde novembro de 2022.

A pesquisa mostrou ainda que 18,3% desses consumidores afirmam não ter condições de pagar suas dívidas de meses anteriores. O percentual é o maior da série histórica deste indicador.

Estabilidade geral

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avaliou que a estabilidade geral no endividamento das famílias no país é importante para a construção de um cenário econômico favorável, mas é preocupante o aumento do índice nas faixas de renda mais baixa e ainda com a tendência de aumento da inadimplência dessas famílias.

Para o presidente, os juros elevados do cartão de crédito permanecem como desafio nesta que é a principal modalidade de endividamento do brasileiro e imprescindível para o comércio e os serviços.

“Uma pesquisa inédita da CNC revelou que 90% do varejo tem suas receitas provenientes de compras parceladas sem juros no cartão de crédito, pelo menos parcialmente, o que evidencia também a inclusão das pessoas de renda média e baixa no mercado de consumo”, afirmou, em texto divulgado pela entidade

Tadros defendeu a necessidade de manutenção do parcelamento sem juros, “sem intervenção nas condições de mercado, além da racionalização da taxa de juros do rotativo”.

Cartão de crédito

Entre os endividados, 86,2% do total tem contas a pagar com o cartão de crédito, que ainda é a modalidade predominante. O percentual significa um aumento em relação a setembro de 2022, quando avançou 0,6 pontos percentuais.

A Peic mostrou também que os juros do rotativo do cartão alcançaram níveis alarmantes, com a média de 445,7% ao ano. É a maior alta entre todas as modalidades de dívida. Dados do Banco Central indicam uma elevação na concessão de crédito no cartão em relação a agosto de 2022. A evolução é de 10% nos pagamentos à vista e de 28% no parcelado.

Nos consumidores de renda média e baixa, o endividamento no cartão de crédito teve alta de 0,3 p.p. na comparação com setembro de 2022, mas entre os de renda alta caiu 0,3 p.p.. “No mês, no entanto, o uso do cartão implicou alta do volume de endividados em todos os grupos de rendimento”, disse a economista da CNC responsável pela Peic, Izis Ferreira.

No ano, houve diferenças no uso desse tipo de pagamento. Enquanto entre os homens subiu 1,5 p.p., entre as mulheres caiu 0,5 p.p.. “Elas, por sua vez, afirmam optar por dívidas no consignado, uma modalidade com taxas de juros mais baixas, e buscando alternativas fora das linhas de crédito tradicionais”, contou a economista.

Tanto homens (2,3 p.p.), como mulheres (1,8 p.p.), conseguiram diminuir o endividamento anual. No entanto, no mês, a proporção de homens endividados teve leve recuo (0,1 p.p.), e a das mulheres se manteve estável, em 79,1%. “Em termos de dificuldades em quitar dívidas, um número ligeiramente maior de mulheres (30,6%) relata enfrentar problemas em relação aos homens (29,6%)”, concluiu a CNC.

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Governador de SC determina abertura de comportas de barragens

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O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, determinou a abertura, gradativa e controlada, das comportas das barragens de Ituporanga e Taió, no Alto Vale do Itajaí, a partir da madrugada desta quarta-feira (11).

O anúncio foi feito em vídeo divulgado pelo governador na rede social X, na noite de terça-feira (10). “Determinei a abertura das comportas, de forma gradativa. Já está autorizado. Fizeram o comando para isso acontecer. Então, quero dizer à população de [município] Taió que fique tranquila”.

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Indígenas em SC temem que fechamento de barragem inunde aldeia.Santa Catarina decreta fechamento de barragens após duas mortes.O governo catarinense informou que os técnicos da Secretaria de Proteção e Defesa Civil do estado estão fazendo a operação controlada da abertura das comportas das barragens, que foram fechadas no fim de semana, após fortes chuvas. O governo estadual justificou que a reabertura das comportas está sendo possível devido à melhora no tempo na terça-feira, pelos níveis dos rios indicarem baixa.

Taió

No vídeo divulgado na internet, o governador Jorginho Mello confirmou que recebeu ligações do prefeito de Taió, Alexandre Purnhagen (MDB), e de moradores da região, com solicitações de abertura das comportas da barragem da cidade.

Antes, ainda na terça-feira, o prefeito de Taió apelou ao coordenador de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Santa Catarina, Frederico Rudorff, que abrisse as comportas da barragem. A videoconferência entre as duas autoridades catarinenses foi divulgada nas redes sociais. No diálogo, o prefeito Purnhagen destacou que praticamente toda a cidade continuava debaixo d’água, devido aos temporais da última semana.

“O povo taioense está no limite. Então, precisamos esvaziar a barragem. Revejam isso, ainda hoje, por favor. É importantíssimo”, enfatizou o prefeito.

Em nota, a Defesa Civil de Santa Catarina justifica que a medida foi necessária para que a água represada na estrutura possa dar vazão e aumentar o espaço das barragens para receber novos volumes de chuva.

Chuvas

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ligado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, confirma que tempestades voltam a atingir a Região Sul, a partir desta quarta-feira (11). Alguns municípios podem ter volumes de chuva em torno de 100 milímetros (mm), alertou o Inmet.

A Defesa Civil de Santa Catarina sinalizou também que, até o fim desta quinta-feira (12), há risco dos temporais provocarem descargas elétricas, ventos intensos e queda de granizo em todas as regiões do estado. A previsão é de chuva intensa que começa no extremo oeste, litoral sul e Vale do Itajaí, avançando para as demais regiões durante a tarde e noite desta quarta-feira e persistirá ao longo do feriado de Nossa Senhora Aparecida, nesta quinta-feira.

O órgão pede atenção dos moradores dessas regiões, pois os acumulados de chuva ficarão entre 70 mm e 100 mm por dia e, em alguns pontos, ultrapassarão os 100 mm.

A Defesa Civil do estado informou que permanece mobilizada, devido ao alto risco de ocorrência de deslizamentos de terras, enchentes e enxurradas nos próximos 2 dias.

Para pedir ajuda, os cidadãos devem ligar no número 199, da Defesa Civil; no 193, do Corpo de Bombeiros; ou no 190, da Polícia Militar.

Agência Brasil –

Ainda é cedo para mediação do conflito, diz embaixador de Israel

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O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, falou com exclusividade à Agência Brasil, nesta quarta-feira (11), em Brasília, sobre o conflito iniciado no Oriente Médio no último fim de semana. Para ele, ainda não é hora para uma mediação. O diplomata lamentou a morte de civis com os bombardeiros em Gaza, mas defendeu que as ações são necessárias e espera, com a guerra, que as relações de Israel com a Faixa de Gaza mudem para sempre.

“Acho que, neste momento, ainda é cedo para mediação porque a maneira com que o Hamas começou a guerra [contra] Israel ainda não terminou e vai terminar quando nós obtivermos as metas que temos que cumprir”, afirmou.

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Segunda aeronave com brasileiros em Israel está a caminho do Brasil.Itamaraty apura se há brasileiros entre reféns do Hamas.Brasil tem credencial para negociar com Israel e Palestina.Após intensificar o bombardeio contra a Faixa de Gaza, o Ministério da Defesa de Israel informou que pretende ocupar o território por terra.

Questionado se o cerco a Gaza e o intenso bombardeio não podem causar a morte de muitos civis, o embaixador Zonshine respondeu que o Hamas faz os lançamentos de foguetes de áreas residenciais.

“O povo palestino, que é refém nas mãos do Hamas, infelizmente vai pagar parte desse preço da brutalidade e da agressividade das opções do Hamas, infelizmente. A ideia de Israel não é atacar civis, ao contrário do método de Hamas. A ideia deles é atacar e matar civis”, acentuou.

Sobre a posição e as ações do governo brasileiro em relação ao conflito, o diplomata israelense afirmou que a expectativa dele é que o Brasil “vai mostrar solidariedade, mas também uma palavra clara de condenação ao terrorismo do lado do Hamas”.

O diplomata acrescentou esperar que a guerra modifique para sempre as relações entre a Faixa de Gaza e Israel. “A era de agressões entre Gaza e Israel não vai continuar como era antes”, concluiu.

Confira, a seguir, a entrevista na qual o representante do governo de Israel no Brasil fala das dificuldades para viver em paz com os vizinhos, da não consolidação do Estado da Palestina 75 anos após a criação do Estado de Israel e das acusações de que Israel pratica um regime de apartheid contra os palestinos.

Agência Brasil: Como o governo de Israel analisa o posicionamento e as ações do governo do Brasil, até o momento, em relação ao conflito?
Daniel Zohar Zonshine: Nós estamos em contato com o governo brasileiro e a expectativa é que o governo brasileiro vai mostrar solidariedade, mas também uma palavra clara de condenação ao terrorismo do lado do Hamas. Os dias passam e isso é tempo para mostrar de maneira bem clara a posição do governo do ponto de vista humano e de interesse humano e límpida.

Agência Brasil: Como o Brasil poderia ajudar para mediar esse conflito uma vez que o país está como presidente do Conselho de Segurança da ONU?
Zonshine: Acho que, neste momento, ainda é cedo para mediação, porque a maneira como o Hamas começou a guerra [contra] Israel ainda não terminou e vai terminar quando nós obtivermos as metas que temos que cumprir. Agora, depois vamos começar com uma mediação para ver de que maneira podemos continuar. Mas as coisas que tiveram antes não vão continuar, nem a possibilidade de o Hamas continuar a atacar Israel. Hamas vai pagar um preço. A sociedade israelense é uma sociedade forte e vai se recuperar. Israel vai se recuperar desse choque que recebeu. Só depois disso é que podemos falar de mediação.

Agência Brasil: A reação ao ataque do Hamas adotada por Israel com bloqueio completo de Gaza e o intenso bombardeio aéreo numa região tão densamente povoada não podem levar a um número muito alto de baixas civis? O que Israel tem feito para reduzir essas baixas de civis?
Zonshine: Essa guerra não é uma guerra que nós começamos, não é uma guerra que nós queremos. Quem começou essa guerra tem que levar resultados não só do lado israelense, também do lado deles. Não pode ser que, depois desse ataque do Hamas, nós vamos sentar em casa e o Hamas vai continuar a fazer o que ele está fazendo. Nós lamentamos esse assunto e o fato é que o Hamas vem atuando por dentro de áreas povoadas, áreas residenciais, lançando foguetes contra Israel. O povo palestino, que ficou refém nas mãos do Hamas, infelizmente vai pagar parte desse preço da brutalidade e da agressividade das opções do Hamas, infelizmente. A ideia de Israel não é atacar civis, ao contrário do método de Hamas, a ideia deles é atacar e matar civis. Estamos numa guerra e nessa guerra, infelizmente, [haverá] mais vítimas dos dois lados.

Agência Brasil: A maior parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil, defende que a saída para as hostilidades seria a consolidação de um Estado palestino economicamente viável. Por que essa saída ainda não foi possível após 75 anos da criação do Estado de Israel?
Zonshine: Esta é uma pergunta que tem que [se] fazer não só com a situação desses dias. Tenho certeza que tem solução que todo mundo vai gostar, todo mundo dos dois lados, para, pelo menos, chegar a uma situação de convivência. Convivência para que os dois lados possam viver lado a lado, em paz, desenvolver a vida, economia, desenvolver educação, educação para uma vida melhor para os dois lados. Lá, a educação é de ódio contra os outros. Desde o início do Estado de Israel, a ideia de Israel é viver em paz com seus vizinhos. Quero mencionar que, em 2005, Israel saiu completamente da Faixa de Gaza e o Hamas, que está dominando lá quase desde esse tempo, escolheu investir os recursos para destroçar Israel. O dinheiro que eles recebem vai para atacar Israel e não para construir escolas e hospitais. Nos últimos dias, a União Europeia parou o financiamento que deu para livros de educação na Faixa de Gaza porque os livros lá têm criação de ódio contra Israel. Isso não é uma coisa que pode continuar. Israel e outras entidades não podem aceitar.  Acredito que tem que diferenciar o Hamas do povo palestino. Hamas não representa o povo palestino. Hamas é uma organização terrorista e o povo palestino merece uma coisa melhor do que isso. Israel não tem nada contra o povo palestino, mas só contra o grupo terrorista do Hamas que está dominando a Faixa de Gaza.

Agência Brasil: Muitos críticos à política de Israel para com a Palestina, que incluem organizações de direitos humanos como Anistia Internacional e Human Rights Watch, alegam que o tratamento de Israel para o povo palestino configura um regime de Apartheid e que isso seria um combustível para manutenção dessas hostilidades. Como que Israel tem encarado essa questão e por que não ocorre a desocupação dos territórios que a Resolução 181 da ONU sugere que fiquem sob controle da Palestina?
Zonshine: Tem que diferenciar a Faixa de Gaza da Cisjordânia. Em 2005, Israel saiu completamente da Faixa de Gaza e deixou os palestinos lá para manejar as vidas deles. E, pelo contrário, Israel ainda está abastecendo água, abastecendo eletricidade e outras coisas e tem um crédito, um tipo sistema econômico entre os dois. A escolha do Hamas de atacar Israel não melhorou a vida deles e é uma coisa muito lamentável. Agora, na Cisjordânia temos outra situação, temos lá uma cooperação com a Autoridade Palestina. Mas também temos lá coisas que devem ser melhoradas. Temos que negociar com a Autoridade Palestina, que representa o povo palestino, mas lá tem os extremistas que fazem as coisas serem mais difíceis. Mas o fato é que Israel está abastecendo Gaza com eletricidade e água e recebe de lá foguetes. Isso é uma coisa que não pode continuar e não podemos aceitar. A ideia de Israel não é o sofrimento das pessoas de Gaza, mas as responsabilidades do Hamas, que domina a faixa de Gaza, para melhorar a vida das pessoas de lá e não só destruir. Não pode deixar toda a responsabilidade sobre Israel, há mais responsabilidades que o mundo tem que entender que não é só Israel que domina.

Agência Brasil: Como que o governo de Israel espera que esse conflito termine? Qual seria uma boa resolução para esse conflito?
Zonshine: A situação, que começou no sábado, não pode terminar como era antes. A era de agressões entre Gaza e Israel não vai continuar como era antes. Infelizmente, não era nosso objetivo, mas não podemos aceitar esse tipo de ataque e o Hamas vai pagar um preço pesado pela agressividade e atrocidades que fez contra Israel. Israel deve proteger e vai proteger seus cidadãos e vai reconstruir, vai voltar a vida e plantar árvores em troca das árvores que foram queimadas pelo Hamas. Vai reconstruir o que foi destruído pelo Hamas. No Oriente Médio, não podemos mostrar fraqueza. E se o Hamas vai pensar que, com essa agressividade e atrocidade ele pode ganhar alguma coisa, ele perdeu nesse sentido.

Conflito é capítulo da guerra desde 1948, diz embaixador palestino

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O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, falou com exclusividade à Agência Brasil nesta quarta-feira (11) sobre o conflito iniciado no último sábado (7). Da Cisjordânia, o diplomata palestino afirmou que o atual episódio é apenas mais um capítulo da guerra que Israel começou contra a Palestina em 1948.

Ele ainda pediu o fim imediato dos bombardeios à Faixa de Gaza e responsabilizou as potências ocidentais por permitirem que Israel desrespeitasse os limites territoriais da Palestina definidos pelas Nações Unidas.

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Brasileiros estão entre reféns mantidos pelo Hamas em Gaza, diz Israel.Oriente Médio: conflito tirou ao menos 200 mil palestinos de casa.“O que esta acontecendo agora é a continuidade – um capítulo mais – da guerra que fez Israel contra o povo palestino. É a continuidade da guerra que começou em Israel desde sua criação, até o momento, negando o direito do povo palestino à existência”, destacou. Ibrahim Alzeben qualificou o conflito como chacina e apelou para que as potências Ocidentais detenham os bombardeiros de Israel. Sobre a posição do governo brasileiro, o diplomata destacou que, apesar de respeitar o posicionamento do Brasil, não concorda com os termos dos comunicados oficiais.

Para Alzeben, o Brasil tem importante papel a desempenhar como mediador do conflito. “Brasil é amigo de ambas as partes, tem o respeito de ambas as partes e tem respeito à nível internacional e pode fazê-lo. Agora, se tem sucesso ou não, isso depende das circunstâncias internacionais”, respondeu.

Questionado sobre o fato do Hamas não aceitar o Estado de Israel, o representante da Autoridade Palestina, que controla a Cisjordânia, disse que o grupo de Gaza é consequência das violações dos direitos dos palestinos. “Não existia o Hamas (até 1987). Quem é responsável por isso são os sucessivos governos de Israel que levaram a criação de várias organizações, inclusive, e de criar essas situações beligerantes”, concluiu.

Confira a seguir a entrevista completa com o embaixador da Palestina no Brasil Ibrahim Alzeben, que falou sobre o que deveria ser feito para suspender as hostilidades iniciadas no último final de semana.

Agência Brasil: Embaixador, como que a Autoridade Palestina analisa a ação do grupo Hamas no último sábado? Como vocês avaliam essa ação?
Ibrahim Alzeben: O senhor perguntou ao embaixador de Israel como ele avalia a chacina que está cometendo?

Agência Brasil: Perguntei a ele o que Israel tem feito para reduzir as baixas civis e como responde às críticas de que Israel pratica um Apartheid contra o povo palestino.
Alzeben: Seria bom perguntar a ele porque o que está acontecendo agora é a continuidade – um capítulo mais – da guerra que fez Israel contra o povo palestino. Não adianta te dar qualificativos. É a continuidade da guerra que começou em Israel desde sua criação, até o momento, negando o direito do povo palestino à existência. Além da terra arrasada que estão praticando, eles seguem desumanizando os palestinos. Não sei se o embaixador de Israel nos considera desumanos, que não somos humanos. Realmente, não adianta, a essa altura, começar a fazer qualificações e cair nessa armadilha de fugir da realidade que esse é um capítulo mais – lamentável, triste e destrutivo – daquela guerra que começou em 1948.

Agora, ficar procurando qualificativos? Eu acho que a essa altura não tem muita importância. O que importa, como jornalismo, como diplomata, como superpotência, como Nações Unidas, como comunidade internacional, é como parar essa loucura. O que está acontecendo é uma chacina e que tem que parar. Se continuar vão ser mais vítimas, mais sofrimento e vamos ficar mais distantes de uma solução. Erramos ou não, somos vizinhos e, como vizinhos, temos que nos respeitar, do mesmo jeito que os vizinhos na América Latina se respeitam. Pode ser que não compartilhem algumas coisas, mas se respeitam. As fronteiras são respeitadas, as relações diplomáticas, e há cooperação. Isso é o que devemos procurar a essa altura. Não adianta procurar qualificativos e adjetivos.

Agência Brasil: Como a Autoridade Palestina analisa a posição e as medidas do governo do Brasil, até o momento, em relação ao conflito?
Alzeben: O Brasil é um país amigo, o senhor presidente é um amigo que goza de todo nosso respeito e carinho. Não somente do povo palestino, ele é um líder mundial que tem todo nosso respeito. Se o senhor quer se referir ao comunicado, nós respeitamos, simplesmente respeitamos a soberania de todos os países amigos, podemos compartilhar ou não, e não compartilhamos a última declaração não.

Agência Brasil: Como que o Brasil poderia ajudar a mediar esse conflito levando em conta que o país preside atualmente o Conselho de Segurança da ONU?
Alzeben: Estou seguro de que se estivesse nas mãos do governo do Brasil faz tempo que eles teriam feito. Brasil é amigo de ambas as partes, tem o respeito de ambas as partes e tem respeito à nível internacional e pode fazê-lo.
Agora, se tem sucesso ou não, isso depende das circunstâncias internacionais. O Brasil é país amigo e se estivesse em suas mãos colocaria fim a esse conflito faz tempo.

Agência Brasil: O que poderia ser feito neste momento para cessar as hostilidades, para que a guerra pare? O que poderia ser feito e quem poderia fazê-lo?
Alzeben: Deve ser um esforço coletivo e não somente deixar nas mãos dos Estados Unidos que demonstrou ser um aliado incondicional da agressividade de Israel, mandando porta-aviões e munições e mais armas de destruição. Deve ser um esforço coletivo da comunidade internacional, obviamente com uma presença notória do Brasil. Os Estados Unidos participariam como parte e não como único mediador. Tem que parar essa chacina, tem que parar esse fogo cruzado, esse bombardeiro contínuo e indiscriminado na Faixa de Gaza.

Agência Brasil: A maior parte da comunidade internacional, incluindo o Brasil, defende que a saída para as hostilidades seria a consolidação de um Estado palestino economicamente viável. Por que essa saída ainda não foi possível após 75 anos da criação do Estado de Israel?
Alzeben: Como falei, esse episódio é a continuidade de uma guerra que Israel empreendeu contra nós. Israel está impedindo a criação do Estado Palestino com apoio lamentável dos Estados Unidos, que é uma superpotência que, no lugar de cuidar do direito internacional e da paz mundial, está ajudando um agressor, um país que nega o cumprimento do direito internacional. Desde 1947, inclusive quando (o brasileiro) Oswaldo Aranha era presidente da Assembleia Geral (da ONU), se pretendia criar dois estados. Por que não foi criado outro estado e só foi criado um, que é Israel? Simplesmente porque Israel, com apoio de algumas potências ocidentais, estava impedindo isso. Agora, simplesmente [são os] Estados Unidos e Israel, com mais alguns países.

O responsável deste episódio, de todas as guerras ao longo desses anos é, em grande parte, a comunidade internacional, que não fez respeitar sua determinação. Simplesmente, com cada agressão, não obrigava Israel a cumprir com o direito internacional e Israel se sentiu livre de seguir cometendo crimes e mais crimes e massacres.

A comunidade internacional que me refiro é o Ocidente e não os países que eram colonizados. O Ocidente que é responsável. Ele que deixou as mãos abertas para Israel seguir fazendo o que está fazendo e levar ao povo palestino a um estado de desespero.

Agência Brasil: O governo de Israel e atores que defendem que Israel estaria em seu direito de defesa alegam que, como Hamas defende a extinção do Estado de Israel, isso impediria um acordo para um Estado Palestino ou para o fim das hostilidades. Como o senhor responde a esse argumento?
Alzeben: O Estado de Israel foi criado em 1948. Até 1987, quando foi criado o Hamas, por que ele não cumpriu com suas obrigações internacionais? Em 1948, 1956, 1967, 1973, não existia o Hamas. Quem é responsável por isso são os sucessivos governos de Israel, que levaram à criação de várias organizações, inclusive, e de criar essas situações beligerantes que comprometem nossas vidas diárias, que compromete a paz na região, que comprometem nossa própria existência. Desde 1948 até o momento, quem está impedindo o cumprimento do direito internacional é o próprio [Estado de] Israel, acompanhado dos Estados Unidos e algumas potências ocidentais.

Agência Brasil: Qual, então, seria a saída viável para o fim das hostilidades que estão acontecendo?
Alzeben: Intervenção imediata do Conselho de Segurança (da ONU), com apoio da comunidade internacional, daquelas potências ocidentais. Os Estados Unidos devem ordenar o fim das hostilidades no lugar de mandar armamentos. Ele deve ordenar o fim do bombardeio e vamos nos sentar com todos os atores da região e por fim a essa tragédia que está comprometendo não somente a paz na Palestina e em Israel, mas a paz na região. E eu acho que é uma ameaça direta à paz mundial.

Ministro CGU debate em Paris o combate ao suborno transnacional

O governo brasileiro participa nesta quarta-feira (11), na França, de uma reunião para tratar do combate ao suborno transnacional. O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, representante do Brasil no encontro, vai ler o relatório do país sobre o tema. O encontro faz parte da plenária do Grupo de Trabalho sobre Suborno Transnacional (Working Group on Bribery – WGB) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que acontece em Paris.

Desde 2000, o Brasil é signatário de uma convenção da OCDE que trata da prevenção e combate ao suborno de funcionários públicos estrangeiros na esfera de transações comerciais internacionais. Atualmente, o WGB é composto por representantes dos 44 países signatários da convenção e se reúne quatro vezes ao ano na sede da OCDE, para monitorar o cumprimento do acordo.

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CGU busca prevenir casos de corrupção em áreas sensíveis.CGU e Anvisa firmam parceria para combate ao suborno transnacional.O grupo também discute temas relacionados à prevenção e ao combate ao suborno transnacional, como as práticas de caixa dois, lavagem de dinheiro, cobrindo tanto a responsabilização criminal de pessoas físicas quanto medidas para responsabilizar pessoas jurídicas, bem como temas transversais, cooperação internacional, extradição, entre outros.

Ainda na capital francesa, Vinícius de Carvalho se encontra, em visita institucional, com o diretor-geral de Assuntos Globais, Cultura, Educação e Desenvolvimento do Ministério das Relações Exteriores da França, Aurélien Lechevalier.

“Na reunião, o ministro da CGU apresentará a agenda internacional do Brasil no campo da integridade e anticorrupção para os próximos meses, incluindo a atuação do país na coordenação das atividades do Grupo de Trabalho Anticorrupção do G20”, informou o ministério.

Na terça-feira (10), o ministro participou, em Frankfurt, na Alemanha, de uma palestra sobre Mercados Digitais e Regulação, no âmbito do Programa Internacional de Alta Formação Digitalização e Democracia: Um Diálogo Brasil-Europa.

Na sexta-feira (13), Vinícius de Carvalho participa do painel Brasil: o melhor negócio do mundo, no Fórum Esfera Internacional, também em Paris. Segundo a CGU, o objetivo do evento é “fortalecer a relação com a França e reforçar que o Brasil se prepara para receber novos investimentos”, com destaque para o papel da CGU na melhoria do ambiente de negócios do Brasil e na promoção da integridade pública e privada em políticas de desenvolvimento como o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

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Confira as imagens dos primeiros brasileiros repatriados de Tel Aviv

Na madrugada desta quarta-feira, pousou na Base Aérea de Brasília, o primeiro voo trazendo 211 brasileiros repatriados a partir de Tel Aviv, em Jerusalém, no âmbito da Operação Voltando em Paz.

Até o sábado (14) a expectativa do governo brasileiro é repatriar 900 brasileiros, em pelo menos seis voos da Força Aérea Brasileira. Até o momento, 2,7 mil brasileiros manifestaram interesse em retornar ao Brasil.

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Repatriados manifestam alívio ao pisar em solo brasileiro.Chega a Brasília primeiro avião trazendo brasileiros de Israel.A Agência Brasil cobriu a chegada do primeiro voo. Leia as matérias da repórter Andreia Verdélio e confira as imagens do repórter fotográfico Joédson Alves:

 

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Brasil pede apoio ao Egito para retirar brasileiros da Faixa de Gaza

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu o apoio do Egito à operação de retirada dos cerca de 30 brasileiros que vivem na Faixa de Gaza, no Oriente Médio. Vieira conversou com o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, por telefone, na manhã desta quarta-feira (11).

“Pedi que nos apoiasse, nos ajudasse a facilitar a passagem de ônibus com passageiros brasileiros que se encontram na Faixa de Gaza”, informou Vieira, em vídeo. Segundo o ministro, a intenção inicial das autoridades brasileiras é transportar os brasileiros e, em alguns casos, seus parentes próximos, até Rafah, na fronteira entre Gaza e Egito.

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Ataques israelenses atingem casas e escolas de Gaza, diz ONU.Repatriados manifestam alívio ao pisar em solo brasileiro.“Creio que esta será a saída para evacuar os brasileiros que se encontram correndo riscos nesta região conflagrada”, acrescentou o chanceler brasileiro, afirmando contar com o apoio egípcio na liberação da passagem dos brasileiros pelo posto de fronteira, fechado devido à escalada da violência na região em função do atual confronto militar entre Israel e o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

Ônibus

Pouco após a divulgação do vídeo, o Itamaraty realizou uma coletiva de imprensa para fornecer a jornalistas mais informações a respeito da situação dos brasileiros em Israel e na Palestina e sobre a operação de repatriação dos que solicitaram apoio governamental para retornar ao Brasil.  

 Secretário de África e de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Sérgio Sobral Duarte e diretor do Departamento Consular, Aloysio Gomide Filho, em entrevista. Foto: – Antonio Cruz/ Agência Brasil

 

De acordo com o diretor do Departamento Consular do Itamaraty, Aloysio Mares Dia Gomide Filho, servidores do escritório de representação do Itamaraty em Ramala, na Palestina, já estão em contato com os 30 brasileiros e também já contrataram ônibus para transportar o grupo até o Egito tão logo o governo egípcio autorize o ingresso dos brasileiros no país. “Isso já está sendo organizado e, diante do atual cenário, apesar dos riscos, este é o plano principal. Claro que qualquer outra possibilidade mais segura que surgir ao longo do tempo será avaliada”.

Até o momento, 2.733 brasileiros já responderam ao formulário que a embaixada brasileira em Tel Aviv, em Israel, disponibilizou na internet. Segundo Gomide Filho, nem todos, no entanto, manifestaram intenção de deixar a região neste primeiro momento.

“O formulário foi disponibilizado para os brasileiros que estão na região preencher não apenas por interesse na repatriação, mas também para a embaixada saber onde eles estão e qual sua situação, para poder oferecer algum outro tipo de apoios além da repatriação. Vários não querem partir”, explicou Gomides Filho, acrescentando que, entre os 2.733 formulários entregues à embaixada, há cadastros repetidos.

“Verificamos o fenômeno de duplo, até triplo registro. Algumas pessoas estão se inscrevendo mais de duas vezes, em alguns casos. Estamos revendo esta lista, fazendo um pente-fino”, afirmou Gomides Filho, frisando que, entre os 2.733 formulários, estão os entregues pelos primeiros 211 brasileiros que desembarcaram.

Turistas

A maioria dos brasileiros em Israel é composta por turistas que visitavam Tel Aviv e Jerusalém quando, no último sábado (7), o Hamas deflagrou um ataque coordenado, por ar e terra, contra o território israelense, atingindo civis e militares, indistintamente. Seguiu-se, então, uma forte reação militar de Israel, que passou a bombardear a Faixa de Gaza – um estreito pedaço de terra de cerca de 41quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, banhada pelo Mar Mediterrâneo, onde vivem cerca de 2,2 milhões de palestinos e que é controlado pelo Hamas, grupo islâmico de resistência ao avanço israelense sobre o território palestino.

O governo brasileiro já mobilizou outros cinco aviões para a operação de resgate dos brasileiros. A segunda aeronave, um KC-30, com capacidade para transportar até 230 passageiros, chegou a Tel Aviv no início da manhã desta quarta-feira, levando a bordo, além da tripulação, dois médicos, dois enfermeiros e uma psicóloga da Aeronáutica. A previsão é de que o voo chegue ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, esta noite.

“Estamos priorizando os brasileiros que não residem [na região] e, por estarem em hotéis, aguardando por um voo de volta, tem menos condições que os residentes. Além disso, naturalmente, há todos os grupos vulneráveis: idosos, mulheres grávidas, crianças. Estes [grupos] têm prioridade e, logicamente, a lista é grande”, disse Gomides Filho.  

Fonte Agência Brasil – Read More

InfoGripe alerta para aumento da covid-19 no Centro-Sul

Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta quarta-feira (11), aponta manutenção de sinal de crescimento do número de novos casos semanais de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) associados à covid-19, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. A pesquisa é referente à semana epidemiológica 40, de 1° a 7 de outubro.

Os estados que apresentam aumento nas internações por covid-19 e requerem mais atenção são Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal. Em relação às capitais, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo indicam crescimento em decorrência da covid-19.

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Vacinação protege crianças de sequelas da covid-19.Número de pessoas internadas com covid-19 aumenta 28% em SP.Quanto aos casos gerais de SRAG no país, detectou-se sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). Para os vírus da influenza A e para o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o cenário é de estabilidade ou queda na maioria dos estados brasileiros. O quadro de rinovírus também apresenta desaceleração em boa parte do país.

Mesmo com o crescimento mais restrito aos estados do Centro-Sul do país, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, reforça o apelo à população para manter a vacinação da covid-19 em dia. “Mantemos a nossa convocação para a vacinação. É fundamental que a população esteja vacinada de acordo com as doses especificadas para cada faixa etária”, afirmou, em nota, Gomes.

Fonte Agência Brasil – Read More

Romeiro morre ao ser atropelado no caminho para Aparecida

Um romeiro de 67 anos morreu atropelado na madrugada da última segunda-feira (9) na Rodovia Presidente Dutra durante o percurso para o Santuário Nacional de Aparecida para as celebrações do Dia da Padroeira do Brasil, na quinta-feira (12). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu por volta das 4h, no km 178, na região de Guaratema. O romeiro, que caminhava pela faixa de rolamento e não pelo acostamento, morreu na hora. De acordo com a PFR, chovia quando a vítima foi atingida por um carro.

Operação especial

Entrou em vigor à 0h desta quarta-feira (11) e prossegue até as 23h59 de domingo (15) a Operação Nossa Senhora Aparecida, da PRF. O objetivo é garantir a segurança das rodovias federais. Nos cinco dias da operação, a PRF terá reforço na fiscalização de ultrapassagens em locais proibidos, além de organização e orientação para o fluxo seguro de pessoas e veículos em todo o país. 

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Operação Nossa Senhora Aparecida 2023 da PRF começa nesta quarta-feira.Operação ajudará peregrinos que visitarão Aparecida no feriado.Hoje é Dia: semana celebra criança, nordestino e feriado de Aparecida .“Em São Paulo, onde há grande concentração de romeiros que se deslocam até o Santuário de Aparecida, as equipes da PRF vão acompanhar parte do trajeto feito pelos fiéis nos deslocamentos a pé ou em veículos”, diz a PRF.

A Polícia Rodoviária Federal recomenda que os motoristas mantenham a atenção redobrada pela presença de pedestres; respeitem os limites de velocidade e sinalização da via; não usem celular durante a condução do veículo; se beberem, não dirijam; sempre usem cinto de segurança e utilizem as cadeirinhas e assentos de elevação para as crianças. Em caso de emergência, a orientação é ligar para o 191.

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Brasil tem credencial para negociar com Israel e Palestina

Professores das universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) consideram que o Brasil tem credenciais para atuar como mediador entre israelenses e palestinos. Para eles, além do papel histórico de Oswaldo Aranha – que presidiu sessão da Assembleia Geral da ONU em 1947 para discutir a criação de dois Estados, um para os judeus, outros para os árabes – o país mantém relações diplomáticas com Israel e Palestina, tradicionalmente defende o respeito às leis internacionais e busca soluções pacíficas.

“Oswaldo Aranha foi importante nesse processo, porque não se limitou a presidir de maneira indiferente a votação. Ele se empenhou para que a divisão fosse reconhecida e aquela situação fosse resolvida, de modo que cada povo fosse acomodado e construísse o seu Estado. Portanto, Oswaldo Aranha agiu todo o tempo de boa-fé, interessado em resolver o conflito envolvendo os dois Estados”, explica Williams Gonçalves, professor de relações internacionais da Uerj. 

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Netanyahu e oposição concordam com governo de emergência em Israel.Lula faz apelo em defesa de crianças palestinas e israelenses.Repatriados manifestam alívio ao pisar em solo brasileiro.Segundo Fernando Brancoli, professor de Segurança Internacional e Geopolítica da UFRJ, Oswaldo Aranha é visto dentro de Israel como figura importante por seu papel na solução de dois Estados. 

Histórico

Em 1947, a pedido do Reino Unido, a Organização das Nações Unidas foi provocada a encontrar uma solução para a região da Palestina. A área, que por séculos pertencera ao Império Otomano, e havia três décadas estava sob controle dos britânicos, vinha recebendo milhares de imigrantes judeus, procedentes de várias partes do mundo. 

Os judeus passaram de 10% para 30% do total da população na Palestina nas três décadas de domínio britânico. A recomposição demográfica passou a gerar conflitos entre os dois grupos: os judeus e os árabes-palestinos. 

Sem conseguir resolver os conflitos, com ataques de ambos os lados, o poder colonial se preparava para deixar o local e esperava uma solução para a Palestina. Para isso, deixou a questão com a ONU.  

O assunto foi levado à Assembleia Geral das Nações Unidas, em abril daquele ano. Para presidir a sessão aberta para discutir a questão, foi eleito o representante brasileiro, Oswaldo Aranha.

Sob a coordenação de Aranha, nascia, nas Nações Unidas, a solução para a região: a divisão da Palestina em dois estados, um para os judeus e outro para os árabes. O Brasil foi um dos países que defendeu a proposta. 

Soluções amigáveis

“O Brasil historicamente se constrói como um país que tenta encontrar soluções amigáveis e um meio-termo entre os diversos adversários. O Brasil reforça o papel do direito internacional ao longo de sua história. Nós somos o país que mais participa do Conselho de Segurança da ONU como membro não permanente. Construímos historicamente, aos trancos e barrancos, a ideia de um país que é mediador, e a gente já atuou em diversos momentos a respeito disso, principalmente aqui na América Latina”, explica Brancoli. 

Segundo Gonçalves, a diplomacia brasileira tem credibilidade internacional para participar da solução de conflitos. “O Brasil não é uma grande potência, então não gerou inimizades, não tem conflito com os seus vizinhos. Outro fator que favorece a intermediação, no meu ponto de vista, é que o Brasil sempre teve a posição de defesa da existência dos dois Estados. O Brasil reconhece o Estado de Israel, mas reconhece o direito dos palestinos de ter seu próprio Estado”, afirma o professor da Uerj. 

Participar da mediação do conflito, no entanto, não depende apenas de credenciais diplomáticas. Como presidente rotativo do Conselho de Segurança da ONU, o Brasil deu o primeiro passo para tentar evitar um aumento dos confrontos entre Israel e o Hamas (grupo político e militar que controla a Faixa de Gaza). 

Ainda no sábado (7), logo depois do ataque do Hamas a cidadãos israelenses, o Brasil convocou reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para discutir o conflito. 

Brancoli acredita, no entanto, que, neste momento, dificilmente o Brasil terá algum papel mais efetivo na interrupção do conflito. “A gente está hoje no pior momento, entre Israel e Palestina, do ponto de vista de tentativas de mediação em 40 anos. Neste momento, é impossível. Ninguém consegue efetivamente mediar um acordo de paz imediato, até mesmo cessar-fogo. Acho que pouquíssimos países conseguiriam”, disse.

Segundo ele, o que o Brasil pode fazer neste momento é contribuir com ajuda humanitária e com a retirada de civis da área de conflito.

Na visão de Gonçalves, qualquer acordo entre as partes não depende apenas de mediadores. É importante que os dois lados tenham boa vontade de negociar e estejam dispostos a fazer concessões. .

“Quando falamos em negociação, falamos necessariamente de concessões. Não pode haver negociação em que as duas partes são intransigentes, em que as duas partes não admitam qualquer concessão. Aí não há negociação, não há intermediário que agrade a ninguém”, conclui o professor da Uerj. 

Fonte Agência Brasil – Read More