Dicas para curtir o verão e as festas de fim de ano sem descuidar da alimentação

Com o aumento da temperatura, as gestantes precisam ter mais atenção com a saúde e com a alimentação, pois qualquer imprudência pode representar alguma alteração no funcionamento do organismo. A preferência a alimentos mais saudáveis e a alimentação a cada três horas são lembranças essenciais para a gestante.  A nutricionista da Pro Matre Paulista, Luciana da Costa, orienta que a grávida tenha uma alimentação bem variada e colorida, incluindo cereais integrais, frutas, legumes e verduras, além de carnes, leite e derivados, além de dar preferência a água e sucos.

Como as altas temperaturas facilitam a desidratação, é importante não descuidar da ingestão de líquidos, bebendo muita água para manter a hidratação. ‘’Essa bebida fundamental deve ser consumida preferencialmente gelada, pura ou saborizada sem açúcar com limão, hortelã, erva doce, maçã e canela, especiarias como gengibre, cravo e canela, casca de laranja ou abacaxi e cubos de gelo preparados com morangos ou frutas cítricas”, afirma especialista.

Outro cuidado é em relação à ingestão de bebidas como refrigerantes e cervejas. O valor calórico é altíssimo e gestantes e lactantes não estão permitidas a ingerirem bebida alcoólica, que pode ser prejudicial ao bebê.

Nas refeições, é melhor optar por pratos frescos e ingredientes cozidos, mesmo nas festas de fim de ano. Alimentos que não foram refrigerados – como saladas e maioneses – ou que ficaram muito tempo fora da geladeira devem ser evitados. Colocar gelo nas bebidas também ajuda a refrescar, mas é bom evitar consumi-los em locais públicos, porque nem sempre são armazenados de maneira correta e podem aumentar o risco de contaminação de doenças.

A nutricionista Luciana da Costa recomenda que os alimentos não fiquem expostos sob temperatura ambiente por mais do que 30 minutos. “O cuidado com a higienização dos alimentos deve ser redobrado. Higienizar bem frutas, legumes e verduras antes de consumi-los é essencial. Ao menor sinal de deterioração dos alimentos, descarte-os”, aconselha a profissional da Pro Matre Paulista. Também é importante a higienização das mãos antes de manusear os alimentos, prevenindo assim muitas doenças infectocontagiosas comuns nesta estação.

“Barracas de praia podem apresentar condições inadequadas de higiene de alimentos, dos utensílios e das mãos dos manipuladores de alimentos, os alimentos ficam armazenados em recipientes de isopor, que é um material de difícil higienização, ou ficam sob temperatura ambiente, e a água pode ser de origem desconhecida. Todos esses fatores contribuem para a disseminação de doenças”, explica.

Nessa época do ano, também é importante estabelecer um horário para comer. ‘’Com as idas frequentes à praia, é muito comum passarmos horas apenas petiscando, gerando um consumo excessivo de calorias. É importante planejar as refeições e levar consigo potinhos com frutas e lanchinhos naturais’’, recomenda a especialista.

A profissional finaliza indicando uma saída para as grávidas que não conseguem abrir mão de um bom doce. “Elas podem substituir as guloseimas mais calóricas por gelatinas feitas com frutas, pois com um toque especial se tornam ótimas opções de sobremesa. Uma sugestão é preparar a gelatina de abacaxi conforme as instruções da embalagem e bater com iogurte desnatado. Picar abacaxi em calda e colocar em taças, completando com a gelatina batida com iogurte e colocar para gelar. Fica uma delícia, é muito refrescante e mais saudável’’, recomenda a nutricionista.

Low Carb ou Low Fat? Muitos mitos

Você sempre seguiu a dieta da moda? Dê adeus aos mitos e saiba se vale a pena cortar carboidratos ou se é melhor consumir alimentos com baixo teor de gordura.

Esqueça a ideia de que comer a cada três horas emagrece. Certamente você já deve ter ouvido falar que se alimentar várias vezes ao dia com pequenas porções é a fórmula mágica para emagrecer. “Mito”, afirma o nutrólogo e especialista em medicina esportiva, Dr. Flavio Madruga.

O hábito tem uma relação muito mais próxima ao senso comum do que à uma recomendação médica. “Na verdade, esse mito de comer de 3 em 3 horas, além de não auxiliar no emagrecimento, não sacia o organismo e acaba deixando a pessoa com mais fome durante todo o dia e aumenta as chances de que desenvolva uma compulsão alimentar, afirma Madruga.

Acelerar o metabolismo está muito mais relacionado ao tipo de alimento ingerido do que ao período entre as refeições. O ideal é fazer uma alimentação completa, com boas fontes de gorduras, proteínas e vitaminas (dos vegetais) para se sentir saciado por mais tempo, ao invés de almoçar já pensando no café da tarde. Que tal comer bem, direito, saudável e não ficar pensando em comida o dia inteiro?

Uma dieta que teve seu auge nos anos 2000 e hoje  é muito estudada e indicada por grande parte dos nutrólogos, é a low carb. Uma dieta que está apresentando resultados surpreendentes e que visa o emagrecimento saudável e o aumento de qualidade de vida por meio da baixa ingestão de carboidratos e o aumento do consumo de proteínas e gorduras boas.

De acordo com o Dr. Flávio Madruga, existem comprovações científicas sobre a eficiência da dieta low carb e os vários benefícios que ela pode trazer para a saúde como: o emagrecimento, baixa dos triglicerídeos, do colesterol LDL, da pressão arterial, além de melhorar a glicemia e, em alguns casos, até curar a diabetes tipo 2.

“Óleos, que têm triglicerídeos de cadeia média, como o óleo de cocô, deixam a pessoa bem saciada, sem causar os impactos que os carboidratos em excesso costumam ter no organismo: engordar ou aumentar a insulina”, enfatiza o nutrólogo.

 Você deve estar pensando: como vou emagrecer ingerindo gorduras?

A obesidade sempre teve uma ligação direta ao consumo de gorduras, porém inúmeras pesquisas que estão sendo realizadas nos últimos anos apontam os carboidratos e açúcares como os verdadeiros vilões. A gordura boa, a ingerida na dieta low carb, é a gordura saudável e não a que entope veias e artérias. Já o açúcar e o excesso de carboidrato podem fazer esse papel, pois eles se transformam em gordura localizada e desregulam o índice glicêmico e isso dificulta o emagrecimento. Cortar carboidratos simples como pães, massas, tudo que contenha farinha branca, ajuda o corpo a queimar a gordura em excesso, regula os níveis de insulina e diminui os índices de triglicérides e colesterol.

 Por que é preciso reduzir a insulina no organismo?

A insulina é um hormônio anabólico (hormônio de “construção”- leva nutrientes para ser armazenado nos tecidos), secretado pelo pâncreas, principalmente após o consumo de carboidratos. Quanto maior o consumo de alimentos ricos em carboidratos, maior a quantidade de glicose na corrente sanguínea e maior a secreção de insulina para levar a glicose para as células e menor a utilização da gordura como fonte energética no tecido adiposo. A insulina também estaria relacionada ao aumento da fome.

Calma, os carboidratos não estão totalmente proibidos.

“A primeira pergunta que meus pacientes fazem quando eu indico a dieta low carb é: ‘eu tenho que cortar os carboidratos totalmente? ’. A resposta é: não!  O ideal é investir em carboidrato com baixo índice glicêmico, como batata doce, inhame e mandioca em quantidade adequada. A dieta low carb, cujo nome significa baixo carboidrato, é uma dieta com baixo consumo de carboidrato. Geralmente, começamos com a ingestão máxima de 100g de carboidratos por dia, porém pacientes que precisam reduzir muitos números na balança podem chegar a consumir no máximo 10 gramas. O importante é que os pacientes sigam sempre as orientações, pois cada dieta é desenvolvida de acordo com as necessidades e restrições de cada paciente’, afirma o especialista.

Por que não devo seguir a dieta low fat?

A dieta low fat, que restringe a gordura de origem animal, foi muita famosa no final da década de 80 e início de 90. Ela consiste na redução da ingestão da carne, e outros produtos de origem animal, como manteiga, queijo e até o leite. Surgiu a partir da descoberta do grande vilão do coração e artérias – o colesterol. Daí surgiu um modismo alimentar, dos alimentos com baixo teor de colesterol ou livres de gordura trans, e com eles os produtos denominados ´Light´ e ´Diet´. Produtos que perderam o sabor e ganharam sódio e açúcar. Como resultado, podemos analisar a porcentagem de pessoas obesas nos dias de hoje.

A dieta de restrição de alimentos de origem animal, reduz os níveis de colesterol, mas não é eficaz na redução de peso e gordura localizada, devido à grande ingestão de carboidratos, que são armazenados em forma de gordura corpórea. Aos poucos percebemos que o colesterol, não era o único vilão, mas tínhamos um ´trio´ de vilões compostos por gorduras ruins, carboidratos e açúcares. De acordo com o Dr. Flavio Madruga, a melhor escolha é diminuir os carboidratos e seguir as recomendações de um profissional da área.

 O nutrólogo Flávio Madruga preparou uma lista dos alimentos mais indicados para quem quer seguir a dieta low carb. Fica a dica!

  • Verduras e legumes: não são todas as verduras e legumes que são low carb. As principais que se caracterizam pela baixa quantidade de carboidratos são: abobrinha, brócolis, couve-flor, acelga, cogumelos, aipo, tomate cereja, couve, agrião, pimentão, aspargos, abobrinha, berinjela, espinafre, pepino, cebola, chuchu, vagem, rúcula, escarola, alho-poró, aipo e alface. Já a abóbora e a batata doce, apesar de parecerem low carb, não são. Isto porque apesar de contar com um baixo índice glicêmico, ou seja, os açúcares entram aos poucos no organismo, eles têm alta carga glicêmica, ou seja, muitos carboidratos.
  • Frutas: nem todas as frutas são low carb, isto porque algumas delas possuem grande quantidade de frutose, uma fonte de carboidrato. As principais frutas low carb são: abacate, morango, pêssego, melão e coco. A forma de consumo das frutas também interfere na dieta. É importante reduzir a velocidade com que essa fonte de carboidrato irá entrar no organismo. Procure comer furtas acompanhadas com uma fonte de fibras, como por exemplo, semente de chia ou linhaça. Também é bom consumir a fruta com o bagaço, como no caso da mexerica ou laranja.
  • Proteínas: os alimentos ricos em proteínas como carnes, peixes, ovos, leite e derivados, soja e quinoa, também são low carb. As proteínas são nutrientes importantes ao organismo, uma vez que fornecem ao nosso corpo aminoácidos e estes são importantes para funções estruturais, motoras e metabólicas. Eles também são componentes essenciais dos músculos e da formação de colágeno. Além disso, as proteínas auxiliam na produção de hormônios, enzimas e na regulação das funções imunológicas (células imunes). Os alimentos mais ricos em proteínas e que apresentam todos os aminoácidos essenciais são os de origem animal como peixes, aves, carne bovina, ovos e laticínios. Devemos dar preferência às proteínas mais magras como peixes e aves sem pele, carnes magras como patinho, filé mignon, alcatra, leites desnatados e queijos brancos.