Febre amarela: especialista explica a doença e como evitá-la

Transmitida por mosquito, a enfermidade pode ser evitada com vacinação e alguns cuidados especiais em regiões de alto risco

A febre amarela tem chamado a atenção de várias regiões do País nos últimos dias. A doença infecciosa, que é transmitida por mosquitos e que pode causar hemorragia de órgãos do corpo, é chamada de “febre amarela”, porque em casos graves, a pele fica de cor amarela.

A febre amarela é transmitida aos seres humanos pela picada de mosquitos infectados, principalmente, das espécies Aedes aegypti (o mesmo da dengue em áreas urbanas, na forma doméstica) e Haemagogus (em áreas florestais, na forma silvestre). Ambas são causadas ​​pelo mesmo vírus. A febre amarela silvestre acontece quando insetos de áreas florestais se infectam picando primatas portadores da doença (como o macaco, por exemplo) e podem transmitir a um humano que visite esse ambiente. Já a urbana ocorre quando um humano infectado anteriormente pela febre amarela silvestre a transmite para pernilongos urbanos, como o Aedes aegypti, que a espalham.

A infectologista Christianne Takeda, do Hapvida Saúde, diz que os sintomas da febre amarela devem ser observados. “A pessoa doente pode ter febre, dor de cabeça, icterícia (amarelidão do corpo), dor muscular, náuseas, vômitos e fadiga.   Uma pequena proporção de pacientes que contraem o vírus apresentam sintomas graves e aproximadamente metade deles morre no período de 7 a 10 dias”, explica.

A especialista ressalta que, além da vacinação, medidas de prevenção de picadas de mosquitos devem ser tomadas. Os insetos que transmitem a febre amarela geralmente são ativos durante o dia. Por isso, algumas medidas podem ser tomadas em regiões de alto risco:

  • Use um repelente de mosquitos contendo DEET ou icaridina;
  • Use roupas de cor clara e de mangas compridas quando estiver ao ar livre;
  • Evite que os mosquitos entrem em sua acomodação mantendo as portas / telas fechadas;
  • Use um mosquiteiro à noite se pernilongos estiverem presentes.

Vacina

A febre amarela é prevenida por uma vacina extremamente eficaz, que é segura e acessível. Uma única dose é suficiente para proteção ao longo da vida. A vacina é segura e oferece proteção efetiva de 90% em 14 dias e 99% em 30 dias para pessoas vacinadas.   Com poucas exceções, a vacinação é recomendada para todos os viajantes para países ou áreas onde há alto risco de transmissão da febre amarela ou para moradores de regiões em que estejam vivendo “surtos” da doença.

Tratamento

Atualmente, não existe um medicamento antiviral específico para tratar a febre amarela, mas cuidados específicos para combater a desidratação, insuficiência hepática e renal, e febre melhoram os resultados. “Nos casos de pacientes infectados, o tratamento de suporte precoce feito em hospitais melhora as taxas de sobrevivência”, explica a infectologista.

FEBRE AMARELA: DICAS PARA A PREVENÇÃO DA DOENÇA

A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores, que pode ocorrer tanto em regiões urbanas como também em ambientes silvestres. Quando disseminada nas cidades, é denominada Febre Amarela Urbana e é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti – o mesmo que transmite a dengue. Vale esclarecer que não existe, até o momento, a forma de transmissão de febre amarela entre pessoas, somente por meio do mosquito. Por isso, qualquer pessoa não vacinada que resida ou viaje para as áreas onde a doença estiver disseminada corre o risco de contraí-la.

Normalmente, a maioria das pessoas que adquire o vírus não apresenta sintomas. Os indícios mais comuns são: febre baixa, dores musculares, dor de cabeça e nas articulações, náuseas, vômitos e fraqueza. Alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, como febre alta, pele amarelada (icterícia), vômitos com sangue, urina escura, sangramentos e olhos avermelhados. Por isso, separei algumas dicas para a prevenção da doença:

1. Vacine-se: recomendada nas ações de rotina em grande parte do país, a vacina da febre amarela deve ser aplicada em residentes da Área de Recomendação da Vacina (ACRV) ou em viajantes que se deslocam para essas regiões. O Ministério da Saúde passou a adotar dose única da vacina para as áreas com recomendação de vacinação em todo o país e reforça que a dose fracionada é tão eficaz quanto a vacina na dose padrão, sendo a única diferença o tempo de proteção de, pelo menos, um ano.

Esse medicamento é composto por vírus vivos moderados do Cepa 17D. O frasco contém substâncias desidratadas acompanhadas por soro fisiológico. Realizar a vacinação previne doenças – em humanos e outros vertebrados – causada pelo vírus da família dos Flavivírus. Atualmente, a pessoa deve administrar duas doses com um intervalo de dez anos entres ambas vacinas. Fora do Brasil, a Organização Mundial da Saúde recomenda uma dose;

2. Consulte o médico caso tenha sintomas: os sintomas costumam surgir de três a cinco dias após a picada do transmissor. A taxa de mortalidade da doença pode chegar até 80%, podendo ser comparada com a de vírus como o ebola e Marburgo e outras infecções virais hemorrágicas. Caso sinta um dos sintomas já citados, procure imediatamente ajuda médica para receber o tratamento adequado e não agravar seu estado de saúde;

3. Use repelente: o uso de repelentes de insetos é uma boa alternativa para se proteger do mosquito transmissor. O ideal é aplicar periodicamente o produto nas áreas expostas do corpo como pescoço, braços, pernas e mãos, de três em três horas. Em estações mais quentes, em que o contato com o sol é inevitável, é importante usar protetor solar e o repelente simultaneamente;

4. Remova possíveis focos de reprodução do mosquito: evite manter recipientes com água parada no interior e exterior da sua casa. Geralmente, os insetos depositam seus ovos em locais com água parada, como por exemplo, baldes, poças de água, esgotos, jarros, pneus velhos e bebedouros de animais. Com a umidade, os ovos desenvolvem-se e dão origem a larvas e, consequentemente, a novos insetos. Coloque os resíduos domésticos como lixo, por exemplo, em sacos plásticos fechados ou em baldes com tampa;

5. Não acredite em mitos: a vacina contra a febre amarela é 100% segura e de elevada eficácia. Os efeitos colaterais são poucos e controlados. O médico responsável pela aplicação da vacina pode esclarecer qualquer tipo de dúvida sobre o assunto. Não existem evidências clínicas de que a vacina provoque disfunções sexuais, amputações ou outras doenças súbitas. Não dê crédito a esses tipos de mitos.