Entidades médicas se unem em campanha nacional de combate à Hepatite C

Na próxima terça-feira, 28 de julho, às 11h, quando é comemorado o Dia Mundial de Combate às Hepatites, será lançada uma campanha nacional de combate à Hepatite C, que mata mais de 9 mil pessoas por ano no Brasil. Criada pela Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a ação conta com apoio da AMB para um dos principais diferenciais de 2015: o foco na conscientização e engajamento massivo de médicos de diversas especialidades em todo o país no combate à doença.

Para o público leigo, a iniciativa contará com distribuição de folderes e um projeto piloto realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, para utilização de unidade móvel que beneficiará centenas de pessoas que  desconhecem ser portadoras da doença.   Além de agilizar o diagnóstico serão fornecidas as orientações e encaminhamento para tratamento. O projeto percorrerá todo o estado de São Paulo, visitando várias cidades, em todas as diferentes regiões.

No evento, o presidente da SBH, Dr. Edison Roberto Parise, também apresentará dados de uma pesquisa inédita encomendada pela entidade ao Datafolha em 2015, que mostra o desconhecimento da população sobre a Hepatite C e o seu subdiagnóstico.

Além do presidente da SBH, o lançamento oficial da campanha contará com as presenças do coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Marcus Boulos; do diretor Científico da AMB, Dr. Giovanni Guido Cerri, que explicará sobre a participação e engajamento de médicos e das sociedades de especialidades associados à entidade e do presidente da SBI, Dr. Érico Arruda, explanando sobre as oportunidades de tratamento e as consequentes taxas de cura da infecção.

A Hepatite C é uma doença perigosa, porque ataca o paciente de forma silenciosa e pode evoluir para cirrose ou câncer de fígado. Ela é a causa mais frequente (65%) de transplante hepático, tanto por insuficiência hepática, como pelo carcinoma hepatocelular.

Saiba mais sobre a Hepatite e aprenda a se prevenir

A maioria das pessoas já ouviu falar sobre hepatite ao menos uma vez na vida. A doença, que pode ser transmitida de diversas formas, costuma ser silenciosa e pode levar anos até ser diagnosticada. No Brasil, estima-se que haja cerca de 170 milhões de pessoas com hepatite C. Segundo Dr. Jaime Rocha, especialista em infectologia que integra o corpo clínico do Delboni Medicina Diagnóstica, a vacina é a medida de prevenção mais segura e eficaz contra a hepatite B e hepatite D.

“Há muito tempo o Brasil vivencia uma epidemia de hepatite. A maioria das pessoas não se vacina e acaba só descobrindo a doença quando faz o exame anti-HBsAg, seja porque o médico percebeu os sintomas da doença ou porque está fazendo um check-up rotineiro”, explica o especialista.

Transmissão

As hepatites mais frequentes são as causadas pelos vírus tipo A, B e C. Muitos também acabam contraindo a doença devido ao abuso do consumo de álcool. Segundo o infectologista, a hepatite A é contraída por infecção fecal-oral, principalmente decorrente de alimentos mal lavados e água contaminada. Este tipo de hepatite costuma ser um pouco mais leve nas crianças e mais grave nos adultos, podendo até levar a óbito. O quadro típico apresenta náusea e vômito, mal-estar, febre, perda de apetite, fezes mais claras e um amarelão no corpo e nos olhos.

Já a hepatite B é transmissível por vírus pelo sangue ou sexualmente. No Brasil, alguns estudos estimam que 15% da população já foi contaminada pela doença. A hepatite C é transmitida principalmente através do contato com sangue contaminado (hemotransfusões, seringas contaminadas em usuários de drogas, material cirúrgico não estéril). Outras formas de contágio, tais como sexual e vertical (mãe para o filho durante gestação/parto) ainda não foram comprovadas, entretanto, não podem ser totalmente descartadas.

Prevenção

Para quem quer ficar longe da hepatite, a vacinação ainda é a melhor saída. Existem três opções de vacina. A primeira é apenas para a hepatite A, com duas doses, intercaladas num período de seis meses a um ano. Com a segunda dose, a pessoa adquire a imunidade definitiva.

A segunda opção é a vacina somente para a hepatite B. São aplicadas três doses, com intervalo de um mês e seis meses. Para as crianças, esta vacina faz parte do calendário do governo. A terceira opção é a vacina que contempla a hepatite A e B conjuntamente. São recomendadas três doses, no mesmo intervalo da vacina contra hepatite B. As vacinas são intramusculares e podem ser aplicadas no braço, nádegas ou coxa.