7 benefícios e mudanças que acontecem no corpo durante a caminhada

Todos sabem a importância de ter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas. No entanto, 100 milhões de brasileiros ainda são sedentários, segundo pesquisa divulgada pelo IBGE.  A obesidade entre os brasileiros também vem aumentando e já pode ser considerada uma epidemia em adultos e crianças.

A obesidade altera totalmente o funcionamento do corpo, sendo a causa para inúmeros problemas como hipertensão, alteração no colesterol, diabetes tipo 2, depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico, enxaqueca e dores de cabeça, miopia transitória, problemas cardiovasculares e até desenvolvimento de câncer.

Para reverter esse quadro, uma atividade simples pode ser incluída na rotina diária: a caminhada. É uma maneira fácil de sair do sedentarismo, combater a obesidade e pode ser praticada por crianças, jovens e adultos sem restrição.  

“Abandonar o sedentarismo não é uma tarefa fácil. Para começar, é necessário ter uma dose extra de determinação, força de vontade, criar metas, ter foco e realizar, pelo menos, 150 minutos de atividade durante a semana, ou seja, 30 minutos. Inicie com uma caminhada leve, faça respirações longas, recupere o fôlego e continue a atividade. Vida saudável significa longevidade.

Os resultados são infinitos e valem para a vida toda. Nunca é tarde para começar”, alerta Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech Company.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, é fundamental gastar em média 300 calorias por dia para sair do sedentarismo. Pequenas atitudes diárias também contribuem para mudar hábitos: deixar o elevador e a escada rolante e optar por subir e descer escadas físicas ou mesmo saltar do ônibus um ponto antes do habitual, aumentando assim o tempo de caminhada. Essas atitudes diminuem em aproximadamente 30% as chances de doenças cardiovasculares.


O fisiologista Jakson Couto, coordenador técnico da Bodytech Santana, lista sete benefícios e mudanças que acontecem no corpo durante a caminhada.

1) Melhora a circulação (o retorno venoso é aprimorado com a ajuda da bomba muscular – coração, ajustando a circulação arterial) e a função respiratória (ventilação nos pulmões);

2) Combate a osteoporose – vários estudos comprovam que os pequenos impactos no momento da caminhada são benéficos para os ossos;

3) Dose extra de ânimo: durante a atividade, o corpo libera endorfina – hormônio responsável pela sensação de prazer e bem estar;

4) Diminui a sonolência e melhora a insônia: o cansaço causado pela caminhada ajuda o corpo a relaxar e adormecer mais rápido;

5) Previne doenças cardíacas: ao controlar a pressão arterial é possível prevenir a grande maioria das doenças do coração. O corpo e o coração ficam com as funções vitais mais equilibradas;

6) Melhora a diabetes: o exercício aumenta a circulação e o fígado e o pâncreas recebem mais sangue. Em uma caminhada forte o corpo produz mais insulina. Este benefício vale também para pessoas que possuem alguma disfunção no fígado ou pâncreas;

7) Relaxamento muscular: ao praticar qualquer tipo de atividade física diversos hormônios são liberados pelo corpo. Um deles é a serotonina, responsável pela sensação de prazer pós-exercício e ajuda a relaxar a musculatura do corpo.

Obesidade: uma doença grave e de difícil tratamento

Atualmente no Brasil, o excesso de peso foi registrado em mais da metade da população, enquanto a obesidade foi constatada em 18,9%, segundo dados do sistema de Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde. Um relatório divulgado pela World Obesity Federation revelou que os custos anuais com os problemas de saúde ocasionados pelo excesso de peso subirão de US$ 16,7 bilhões em 2014 para US$ 34 bilhões em 2025.

O relatório aponta que nos próximos oito anos, a estimativa é de gastos de US$ 252 bilhões. Ainda se estima que em 2025 existirão 2,4 bilhões de adultos com sobrepeso e 800 milhões de obesos no mundo.

Com este cenário, os procedimentos bariátricos se tornam opções para o paciente com obesidade, que a partir dos mesmos consegue uma janela terapêutica, ou seja, emagrecer e permanecer magro por um bom tempo, variando de acordo com o modelo cirúrgico ou endoscópico utilizado. Mas será que a cirurgia bariátrica pode ser encarada como um recurso definitivo contra a obesidade?

Acredito que o importante quando se deseja tratar o peso é justamente, não tratar somente o peso, pois esse é apenas um sintoma do problema. Temos que discutir a síndrome da obesidade, debatendo suas causas, que acabam por levar ao ganho de peso. Independente da técnica utilizada para a perda de peso, o fundamental é abordar a obesidade como síndrome que é, abordando seus fatores desencadeantes, com boa psicoterapia, reeducação alimentar, incorporando a atividade física no dia a dia, e aceitando a necessidade da mudança de estilo de vida.

É muito comum, que o paciente procure realizar a cirurgia bariátrica pensando que o procedimento irá resolver seus problemas com o peso e que o mesmo nunca mais vai precisar se preocupar ou fazer nada a respeito. Recentemente, se constatou que alterações hormonais podem contribuir para o reganho de peso, mas sua participação é pequena em vista da relevância de um bom tratamento multidisciplinar. O tratamento para o emagrecimento deve ser iniciado em uma consulta, onde se avalia qual o método ideal para cada paciente, seja pelo método clássico baseado em dieta e atividades físicas; método farmacológico; método endoscópico; ou método cirúrgico.

Os métodos farmacológicos de emagrecimento embora tentadores, pois, aparentemente não são invasivos, podem causar um desequilíbrio bioquímico que dificulta significativamente a fase de estabilização do peso, levando o paciente quase sempre a um efeito sanfona intenso.  O ideal seria que o paciente conseguisse emagrecer somente com o método clássico, com nutrição, e atividades físicas, mas este se mostra ineficiente na prática, tendo quase sempre como resultado final o abandono do tratamento após dois ou três meses.

O ser humano moderno é em geral ansioso e anseia por resultados imediatos. Ao perceber que suas ações não estão surtindo mudanças rápidas, os pacientes costumam abandonar o tratamento. Observo que neste processo, os procedimentos bariátricos e endoscópicos (balão intragástrico e a gastroplastia endoscópica), podem contribuir dando respostas mais palpáveis e impulsionando o tratamento multidisciplinar, que por sua vez irá assegurar a estabilização do peso.

Na maioria dos casos, os pacientes podem ir para casa no mesmo dia de ocorrência destes procedimentos. No entanto, os mesmos devem iniciar a alimentação seguindo uma dieta líquida e leve e ainda seguir orientações de uma equipe multidisciplinar formada por um cirurgião bariátrico, endocrinologista, psiquiatra, psicólogo, nutricionista e preparador físico, para que um novo estilo de vida seja adotado.

É recorrente que pacientes que passaram por procedimentos cirúrgicos e não se preocuparam em fazer um tratamento multidisciplinar adequado, comecem a engordar novamente e tenham a longo prazo, a recidiva da obesidade. Percebo, que é de grande importância que a obesidade seja entendida como uma doença grave e de difícil tratamento, necessitando de controle constante, mesmo em casos em que o paciente opte pelo tratamento cirúrgico.

11 de Outubro – Dia Mundial da Obesidade

Até 2014, era uma data nacional, mas a partir de 2015, passou a ser uma data mundial. Continuamos a ter o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade, em 11 de outubro, mas este dia também passou a ser o Dia Mundial da Obesidade.

Obesidade é uma doença crônica que tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo. No Brasil (2013), quase 60% da população tem excesso de peso – na faixa de sobrepeso e obesidade.

Além de reduzir a qualidade de vida, a obesidade pode predispor a doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, asma, gordura no fígado e alguns tipos de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 30 milhões pessoas adultas são obesas.

Recentemente (20/09/2017), Dra. Maria Edna de Melo, presidente da ABESO e o Dr. Fábio Trujilho, presidente da SBEM, estiveram em audiência com o Ministro da Saúde Ricardo Barros solicitando a inclusão de uma linha de atendimento ao paciente com obesidade no SUS, que atualmente disponibiliza apenas a cirurgia bariátrica. Na ocasião, o ministro concordou e a equipe técnica do ministério deve iniciar nos próximos dias um grupo de discussão com a participação dos especialistas. Na opinião da Dra. Maria Edna de melo, essa linha de tratamento vai corrigir uma deficiência grave no atendimento ao paciente com obesidade. “Atualmente, o SUS não oferece o tratamento clínico antes da cirurgia, nem polivitamínicos aos pacientes operados”, afirma.

“Tratar obesidade reduz diabetes, hipertensão e várias doenças associadas. Isso tem impacto nos gastos com doenças crônicas e, principalmente, na saúde e qualidade de vida do paciente”, conclui.

Informações adicionais:

NO BRASIL (2013) – Quase 60% da população tem excesso de peso (na faixa de sobrepeso e obesidade).

NO MUNDO – A projeção é que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com excesso de peso, sendo mais de 700 milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.

 

 

 

Como tratar a obesidade infantil?

Em 1999, o Governo Federal instituiu a data de 11 de outubro como o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. Uma das grandes preocupações do país é a obesidade infantil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente uma em cada três crianças no Brasil está acima do peso ideal para a idade e altura. “Existem diversas causas que levam ao sobrepeso infantil, como maus hábitos alimentares, sedentarismo, influências de familiares e colegas de escola, além de alimentos industrializados que são de fácil preparo e os fast foods”, alerta a nutricionista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Carolina da Cruz Marques.

 

Conforme a profissional, a obesidade infantil é causada pela combinação de fatores genéticos, má alimentação e sedentarismo. Também doenças hormonais e uso de medicamentos com corticoide podem aumentar o peso da criança. “Para reverter essa condição, é importante o incentivo dos pais que também devem ter uma alimentação saudável. Os pais são os exemplos que as crianças geralmente seguem, por isso precisam deixar de lado os alimentos industrializados e consumir mais alimentos naturais, com menos sal, gordura e açúcares”, aconselha. Outros hábitos que podem ser influenciados pelos pais são as atividades físicas. O ideal é que se evite passar muitas horas na frente da TV e computador, optando por brincadeiras que gastem calorias, como pular corda, pega-pega, entre outras.

 

A nutricionista explica ainda que as crianças tem o paladar diferente dos adultos, tendo normalmente preferência por doces. No entanto, alguns estudos mostram que o paladar é formado de acordo com o hábito alimentar da família, da região em que vivem e condições financeiras. “Não é tarefa fácil introduzir novos alimentos na dieta habitual, porém com insistência e criatividade é possível. Não precisa proibir os doces, mas fazer com que a criança entenda que deve ser consumido moderadamente e numa dieta equilibrada”.

 

A obesidade tem cura, mas precisa ser tratada. “Alguns casos mais radicais, se não tratados na infância com dieta e exercício físico, poderá na fase adulta ser necessário procedimentos cirúrgicos em que se diminui o tamanho do estômago para perder peso”, adverte.

 

 

Obesidade Infantil x Bullying

 

A obesidade infantil pode estar associada a distúrbios psicológicos, como a ansiedade, depressão, estresse, situações de traumas significativos, entre outros. “Quando a criança apresenta obesidade, situações de discriminação podem ocorrer, fazendo com que se sintam cobradas por elas mesmas ou pelos pais, afetando sua maneira de se relacionar e sociabilizar. Esse possível isolamento pode ser uma via para que a criança projete suas angústias ainda mais na alimentação incorreta, gerando dificuldades com o peso e contribuindo para o surgimento de patologias no âmbito emocional”, explica a psicóloga do Grupo São Cristóvão Saúde, Aline Melo.

A especialista ressalta que os pais precisam ter sensibilidade para perceber alterações emocionais na criança acima do peso, que podem ser consequência de bullying. “Os principais sinais são tristeza, evitar frequentar locais em que passa por essa situação, auto cobrança, auto depreciação, entre outros sintomas. Ao identifica-los, os pais e a escola precisam trabalhar juntos no fortalecimento dessa criança para enfrentar o problema, bem como orientar os outros alunos sobre respeitar as diferenças”. Também a criança que provoca o bullying pode estar fragilizada de certa maneira e um acolhimento emocional pode ser necessário.

Portanto, para tratar a obesidade infantil, além de acompanhamento médico e nutricional, é necessário cuidar da mente. “Devemos tentar compreender se há algum transtorno emocional presente na vida dessa criança e contribuindo para a obesidade, o que pode ser feito por meio da psicoterapia, do autoconhecimento e das reflexões geradas”, finaliza a psicóloga.