O que fazer quando os olhos lacrimejam sem parar?

Lacrimejar sem chorar. Essa é uma queixa relativamente comum nos consultórios de oftalmologia. Epífora é o nome que se dá quando os olhos espontaneamente vertem lágrimas que ficam escorrendo no canto dos olhos sem qualquer explicação aparente e não têm nada a ver com choro. Ao invés de todas as lágrimas serem drenadas para o sistema nasolacrimal, há algum bloqueio que induz a lágrima a escorrer pelo rosto. De acordo com o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, todos precisamos de lágrimas para lubrificar a superfície ocular – o que contribui para manter a saúde dos olhos e a clareza da visão. “Esse lacrimejamento espontâneo pode ser tratado com sucesso na maioria dos casos. Mas é preciso identificar a causa, que tanto pode ser o bloqueio de um ducto lacrimal, quanto uma excessiva produção de lágrimas”.

De acordo com o especialista, como os recém-nascidos geralmente não têm ductos lacrimais plenamente desenvolvidos, o diagnóstico de epífora é muito comum antes de o bebê atingir um ano de idade. Neste caso, o problema costuma desaparecer nas primeiras semanas de vida. “Em adultos, é mais comum encontrarmos ductos bloqueados ou muito estreitos. Além do lacrimejamento espontâneo, e às vezes excessivo, o paciente fica mais suscetível a infecções oculares”.

Mas há também irritações que podem aumentar a produção de lágrima, como uma   tentativa de o corpo lavar e se livrar do que o está incomodando. “A conjuntivite alérgica ou infecciosa costuma aumentar a produção de filme lacrimal durante a fase crítica da doença. O mesmo ocorre quando a pessoa leva alguma bolada ou pancada no olho, e até mesmo quando entra em contato com químicos, fumaça ou cebolas – que são altamente irritantes por conta do gás liberado na hora em que se corta o alimento. Outra causa comum é a fotofobia (reação à claridade excessiva) e o crescimento de cílios no sentido oposto ao que deveria crescer, ou seja, eles nascem para dentro e acabam irritando os olhos, favorecendo o lacrimejamento”.

Neves afirma que há várias outras causas a serem investigadas, como ceratite (infecção da córnea), úlcera, terçol, e até mesmo o uso de certos medicamentos que favorecem a síndrome do olho seco. “A síndrome do olho seco provoca vários tipos de desconforto, desde uma leve irritação, até coceira em excesso, sensação de queimação e dor. Essas alterações também podem estimular a produção de lágrima, fazendo com que o paciente se queixe de lacrimejamento excessivo. Sendo assim, a primeira medida é avaliar cuidadosamente o olho do paciente, a fim de checar se o lacrimejamento ocorre em apenas um olho, se está associado a uma lesão, infecção, acidente, ou a qualquer outro fator. Com o diagnóstico em mãos, o oftalmologista pode dar sequência ao tratamento, que pode incluir a desobstrução do ducto lacrimal ou até mesmo a criação de um novo canal nasolacrimal”.

 

Fonte: Dr. Renato Neves, cirurgião-oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo – www.eyecare.com.br

Dicas para ter olhos saudáveis

Só quem já enfrentou algum problema ocular sabe do desespero que é não conseguir enxergar bem. Órgão responsável pelo sentido da visão, o olho deve receber mais atenção das pessoas. É o que pensa o médico oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo. O médico aponta dez dicas para manter a saúde dos olhos.

  1. Conheça o histórico familiar de saúde. “Muitas doenças oculares são hereditárias, desde altos graus de miopia até glaucoma ou catarata. Sendo assim, vale a pena conversar com avós, pais e irmãos para saber se enfrentam ou já enfrentaram doenças oculares. Dependendo do que contarem, é importante procurar um oftalmologista e relatar o fato. Afinal, prevenção é palavra-chave na saúde ocular”.
  2. Pare de fumar ou nem comece. “O fumo compromete a circulação sanguínea da retina, reduz a quantidade de antioxidantes presentes no sangue e afeta a visão em qualquer fase da vida. Mesmo quem parou de fumar há quinze ou vinte anos apresenta mais chances de sofrer de doenças oculares do que quem nunca fumou. Portanto, o ideal é nem começar a fumar. Para os fumantes, o ideal é parar o quanto antes, a fim de reduzir as chances de desenvolver catarata, glaucoma e degeneração macular relacionada à idade (DMRI)”.
  3. Controle o peso. “O sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de desenvolver várias doenças, entre elas o diabetes – que pode levar à perda da visão no longo prazo. Sendo assim, quem está ganhando peso em excesso deve buscar ajuda médica e adotar uma reeducação alimentar”.
  4. Adote uma alimentação saudável. “Abandone aqueles maus hábitos alimentares, como excesso de fritura, sal, açúcar e carne vermelha, e adote refeições saudáveis. Durante o dia, é importante consumir frutas variadas, legumes, verduras frescas e castanhas. A ideia é aumentar a ingestão de vitaminas, minerais, proteínas saudáveis, ômega-3 e luteína, já que os alimentos antioxidantes oferecem grandes benefícios à saúde ocular, retardando doenças como catarata e degeneração macular”.
  5. Use óculos de proteção no esporte e no trabalho. “Assim como cada prática esportiva tem seus equipamentos de proteção, também os olhos merecem ser protegidos durante o esporte, as atividades de lazer e até mesmo durante alguns serviços. Uma bolada forte nos olhos pode, por exemplo, resultar no descolamento da retina e ser responsável pela perda parcial ou total da visão. Sendo assim, vale a pena avaliar os riscos a que se está submetido e adotar essa medida preventiva.”
  6. Ajuste os eletrônicos. “A luz azul violeta visível tem o potencial de causar danos aos nossos olhos, mesmo tendo menos energia do que a luz ultravioleta. Ela está nos escritórios e escolas (luz espiral), nos aviões, nos dispositivos móveis que acessamos o tempo todo. A exposição continuada à tela do computador, do tablet, leitor digital, telefone celular etc. pode impactar a saúde ocular de muitas formas. O primeiro problema é uma redução significativa na produção de lágrimas – o que provoca o estresse ocular, responsável por imagens com pouca definição, meio sem foco e borradas. Além disso, episódios de dor de cabeça e enxaqueca podem se tornar mais frequentes. Sendo assim, é importante ajustar a luminosidade emitida pelo computador e outros aparelhos eletrônicos, além de adotar lentes com tecnologia para filtrar a luz azul violeta. Esse filtro diminui os riscos da exposição exagerada em ambientes de estudo ou trabalho”.
  7. Dê um tempo para seus olhos. “A regra 20/20 é clara: a cada vinte minutos, pare de interagir com a tela do computador/notebook/leitor/celular e olhe durante 20 segundos para algo que esteja longe. Essa medida simples evita o estresse ocular e o ressecamento dos olhos – responsáveis por vários tipos de irritação e desconforto ocular. Além disso, quem passa muito tempo enxergando somente o que está perto, acaba tendo dificuldade para enxergar ao longe – a conhecida miopia”.
  8. Lave sempre as mãos. “As mãos são responsáveis pela propagação de grande parte das doenças. Uma mão contaminada pela conjuntivite, por exemplo, poderá propagar a doença para muitas outras pessoas até três dias depois de ter tocado uma maçaneta ou o corrimão de um ônibus. Daí a importância de lavar sempre bem as mãos ao chegar no trabalho, em casa ou num restaurante. Principalmente, nunca se deve coçar os olhos com as mãos sujas, sob pena de contrair uma infecção ocular”.
  9. Cuide bem das lentes de contato. “Além de higienizar diariamente as lentes conforme instruções do fabricante, bem como limpar regularmente a caixa em que elas são armazenadas, jamais vá para a cama sem antes retirá-las com cuidado. Por mais cansada que a pessoa esteja, é preciso garantir um mínimo de asseio antes de ir para a cama. Isto porque durante o sono o nível de lubrificação dos olhos diminui bastante e as lentes podem ressecar junto com o globo ocular e desencadear uma série de problemas, que vão desde uma irritação ocular até uma úlcera ou infecção”.
  10. Use bons óculos de sol, sempre. “A exposição sem proteção aos raios solares pode causar, no mínimo, nove doenças oculares: câncer de pele, câncer da conjuntiva (membrana mucosa e transparente que reveste e protege o globo ocular), pinguécula (espessamento da conjuntiva), pterígio (fibrose da conjuntiva), ceratite (inflamação da córnea), catarata (opacificação do cristalino), degeneração do vítreo (responsável por manter a forma esférica do olho), retinopatia solar (queimadura da retina) e degeneração macular (deterioração da visão central). Para se proteger dessas radiações, todos devem fazer uso diário de protetor solar para pele e óculos de sol com filtro ultravioleta nas lentes. Vale ressaltar que é fundamental que os óculos bloqueiem entre 99% e 100% dos raios UVA e UVB. Ou seja: não adianta optar por modismos ou por óculos piratas que não ofereçam nenhuma garantia nesse sentido”.

Óculos escuros vão além da estética e do conforto

·         Acessório previne lesões e doenças oculares

·         Cuidados com lentes de má qualidade devem ser redobrados, pois estas ampliam a entrada da radiação ultravioleta 

A utilização de óculos escuros é fundamental para blindar os olhos da radiação solar. Indispensável em qualquer período do ano, devido à contínua emissão dos raios solares UVA e UVB, é principalmente no verão que o acessório não pode ser deixado de lado. Nesta época de elevadas temperaturas a exposição ao sol é maior, por ser um momento em que muitas pessoas estão de férias, aproveitando praias, piscinas e ambientes abertos.

Expor-se ao sol, sem proteção, pode causar uma série de lesões oculares. Entre elas, as ceratites, o aparecimento de pterígio e a precocidade da catarata.

Caracterizada pela inflamação na córnea, primeira estrutura ocular acometida pelos raios solares, a ceratite pode gerar desconforto, dor, fotofobia e embaçamento visual, existindo a possibilidade do acometimento de estruturas mais profundas como o cristalino e a retina, sendo outras regiões dos olhos rapidamente afetadas. Sem tratamento, a ceratite pode levar a uma queda na capacidade visual e até mesmo à perda da visão quando associada a cicatrizes definitivas.

Já o pterígio consiste no crescimento de uma membrana fibrovascular sobre a córnea, avançando em direção ao centro do olho, e que pode atingir a região sobre a pupila, ocasionando ardência, lacrimejamento, fotofobia e a perda visual reversível. Por fim, a catarata trata-se da opacificação do cristalino, fisiológica, mas antecipada pela exposição solar excessiva, o que resulta na diminuição progressiva da visão e pode levar à cegueira reversível.

Lentes de baixa qualidade oferecem riscos

Ao comprar um par de óculos escuros, é importante verificar a qualidade das lentes, que devem possuir um selo que atesta a proteção UV. “Utilizar modelos de procedência duvidosa, comercializados por ambulantes, falsificados, sem garantias e sem nota fiscal é mais crítico do que não usar nada. Cobrir os olhos com este tipo de acessório faz pupila dilatar, devido à baixa luminosidade, permitindo a entrada de maior quantidade de raios nocivos. Por isso, é fundamental procurar uma óptica de confiança  para adquirir o acessório ou pedir a um oftalmologista a indicação de um local adequado”, ressalta o Dr. Pedro Antonio Nogueira Filho, médico do H. Olhos – Hospital de Olhos Paulista.

Outros pontos também devem ser considerados em relação às lentes:

·         Filtrar entre 99% e 100% de toda a radiação UV (abaixo dos 400 nm). Se possível, filtrar a chamada radiação azul (entre 400 e 500 nm);

·         Cobrir a região ao redor dos olhos, para ajudar no combate ao envelhecimento, por danos à pele e pálpebras, causados pelo sol.

·         Os benefícios continuam. Além de ser uma barreira contra o vento, evitando o ressecamento dos olhos, mais uma vantagem da utilização de óculos escuros é o bloqueio contra poeira e partículas, que podem causar irritação e vermelhidão.

Crianças podem e devem usar

O que muitos pais desconhecem é que os óculos de sol também são indicados para os filhos pequenos. “Os olhos das crianças são mais sensíveis que os do adulto. A partir dos 3 anos de idade, quando a exposição ao sol é maior e é possível que a criança permita o uso do equipamento de proteção,  a utilização se faz necessária, pois muitas ficam expostas à luz solar brincando em parques, playgrounds e demais locais abertos, o que pode acarretar em lesões a longo prazo”, complementa o Dr. Pedro Antonio.

Sobre o H. Olhos

O Hospital de Olhos Paulista é o mais moderno centro de saúde ocular de São Paulo e um dos maiores do Brasil. O prédio possui 13 andares, sendo dois inteiramente destinados à cirurgia ocular, com equipamentos oftalmológicos de última geração. É um complexo hospitalar completo: consultórios, centro de diagnóstico, de auxilio óptico, visão subnormal e cirúrgico, ala infantil, apartamentos para internação, pronto socorro, adaptação de lentes e espaço para eventos.

Para mais informações acesse www.holhospaulista.com.br.

 

Férias escolares: cuidado com a Conjuntivite

Especialista indica cinco medidas práticas para evitar a propagação de conjuntivite

 

Muitas crianças entram em férias escolares já no fim de junho e passam todo o mês de julho sem se preocupar com notas, matérias e professores. Independentemente de viajar ou ficar em casa, valem algumas dicas para que o descuido não coloque em risco a saúde ocular e a diversão. Na opinião de Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP), as férias de julho podem representar um perigo bem maior às crianças do que as férias do início do ano, quando geralmente estão acompanhadas dos pais ou parentes próximos também em férias do trabalho.

“Quem viaja, seja para acampamentos ou hotéis, corre risco de machucar os olhos em áreas de playground e piscina. Tanques de areia não tratada representam sempre um risco a mais para crianças, já que muitas costumam levar a mão aos olhos enquanto brincam. Por isso, pais ou responsáveis devem adverti-las a não repetir esse gesto, já que podem ser contaminadas pelas fezes ou urina de animais. Com relação às piscinas de hotéis e clubes, o risco é maior quando há muitos frequentadores, água não-tratada ou excesso de cloro”, diz Neves.

Outra dica do médico é checar se a praia frequentada é considerada segura ou imprópria para banho de mar, já que, nesse caso, não oferece a mínima segurança à saúde em geral, muito menos para os olhos. Deixar de usar óculos de sol é outro erro muito comum mencionado pelo especialista. “As pessoas pensam que sol de inverno não queima, mas estão bastante enganadas. Mesmo em dias nublados pode haver forte intensidade de raios ultravioleta (UVA e UVB), o que é muito prejudicial para os olhos. Vale lembrar que os danos provocados pelo sol são cumulativos e esse descuido pode levar a doenças degenerativas da retina, como catarata e queimaduras na córnea, por exemplo. Por isso, quem vai à praia deve sempre levar um kit composto de garrafa de água, toalha limpa, protetor solar e óculos de sol de boa procedência”.

Neves chama atenção que mesmo as crianças que ficam em casa durante as férias não estão totalmente seguras. “A maioria dos acidentes envolvendo crianças acontece dentro do lar, geralmente por descuido dos adultos. Os olhos costumam ser muito afetados nos acidentes com aerossol, quando a criança está tentando utilizar ou brincar com desodorantes, perfumes, produtos de limpeza, tintas, repelentes ou até mesmo com o protetor solar. Quando a criança aponta o spray em sua própria direção, as irritações são as consequências mais frequentes, seguidas de queimaduras químicas, arranhões e ferimentos no globo ocular provocados por coceira. Os danos dependem do produto borrifado nos olhos. Por isso, dependendo da gravidade, é importante enxaguar bem os olhos da criança e se dirigir a uma clínica especializada, tomando o cuidado de levar a embalagem do produto para que o médico saiba exatamente que medida tomar”.

De todas as doenças de inverno que se propagam facilmente durante o mês de julho, a conjuntivite costuma se agravar quando crianças e adultos em férias se aglomeram em ambientes fechados – como cinemas, teatros e lanchonetes –, bem como quando compartilham piscinas, toalhas e roupas. São cinco os tipos mais comuns de conjuntivite: viral, bacteriana, alérgica, tóxica e química. “A viral pode provocar pontos de hemorragia, lacrimejamento constante e sensação de um corpo estranho na vista. Casos graves de conjuntivite adenoviral, por exemplo, podem evoluir para a formação de cicatrizes na córnea, reduzindo a visão do paciente. A conjuntivite causada por bactéria provoca uma secreção amarelada e é comum o paciente acordar com os olhos ‘colados’. Nesse caso, é necessário o tratamento com um colírio de antibiótico por uma semana”, diz o médico.

Neves indica cinco medidas práticas para evitar a propagação de conjuntivite:

  1. O paciente com conjuntivite deve se afastar do convívio social por uma semana, pelo menos. Isso inclui cancelar passeios, deixar de brincar com os colegas do prédio, ou ainda evitar receber parentes e amigos em casa;
  2. Pessoas saudáveis devem evitar ao máximo frequentar ambientes fechados nesta época do ano, onde os vírus da conjuntivite e da gripe são transmitidos mais facilmente;
  3. Motivo de várias campanhas, é muito importante lavar mãos e rosto várias vezes ao dia;
  4. Evitar a automedicação, já que alguns colírios à base de cortisona podem agravar ainda mais o quadro caso não sejam prescritos por um médico;
  5. Visitar um oftalmologista assim que começar a sentir que a vista está embaçando, lacrimejando ou ficando avermelhada.