A alegria revela o que há no coração…

Todos somos convidados a viver na alegria e no amor. Muito embora todos nós tenhamos
sentimentos de angústia e de frustração, porque a vida também é feita de perdas e ganhos. É
importante que nós, a partir daquilo que vamos vivendo, nos percebamos como seres
humanos e busquemos saber onde está a nossa alegria.

Quais são os motivos para nossa
alegria? A alegria tem um alto valor diagnóstico, pois revela aquilo que há no coração. O que é
um diagnóstico? Quando um médico faz um diagnóstico, ele vai percebendo os motivos que
nos levam a estar num estado saudável ou não. O diagnóstico revela o nosso estado de saúde
e a alegria tem um alto valor de diagnóstico, pois revela aquilo que há no coração. Indica onde
habita o seu coração, onde estão os motivos que te fazem feliz.

Se queres saber quem és, o que tens no coração, o que se tornou importante para ti, onde
habita para ti o sentido da vida, interroga-te acerca de tuas alegrias, presentes e passadas.
Observa o quanto estás contente, pergunta-te o que deve acontecer para que sejas feliz. Por
isso, caro leitor, essa compreensão é muito importante. Eu, muitas vezes, pergunto às pessoas:
“Quais os motivos que você tem para ser feliz? O que te deixa alegre?” Algumas pessoas não
conseguem responder.

Você, neste momento, pode se fazer essa pergunta. Se você consegue
encontrar, e é importante encontrá-los, você vai sentir mais alegria. Normalmente, em alguns
momentos, tem pessoas que criam um sentimento muito negativo a respeito de si mesmas e
da sua vida. Isso faz com que elas não percebam mais os motivos que elas têm para ficarem
contente e alegres. Isso vai diminuindo a vida.

É importante perguntar-se: eu tenho motivos para ser feliz? Certamente você tem. A alegria,
quando ela é duradoura e profunda, revela que o caminho de busca do sentido está no rumo
certo. A alegria também é um sinal que dá autenticidade ao caminho de crescimento que nós
fomos buscando. Uma pessoa que busca crescer como ser humano, na relação com família e
amigos, no seu relacionamento com Deus, manifesta uma alegria verdadeira, e a alegria é
como que a síntese de tudo aquilo que a pessoa buscou.

A alegria também vai revelando o grau da nossa maturidade psicológica, espiritual e humana. Por isso, viva com alegria. Busque
em tudo motivos para ser alegre.

Não há felicidade perfeita…

Nós, muitas vezes, ouvimos a declaração de que o dinheiro não traz felicidade. E esta ideia traz
implícita a questão de que alguma outra coisa irá trazer a felicidade, embora não saibamos o
que realmente essa coisa séria.

A maioria de nós está procurando “essa coisa” ilusória, seja
através do dinheiro, do amor, do trabalho das buscas espirituais ou, se as coisas ficarem muito
difíceis, através até mesmo do álcool ou das drogas, porque tudo é busca de felicidade. Olhe
para a sua própria vida por um momento e veja se encontrar essa coisa que o fará feliz é o que
te impulsiona?

O fato é que nós não temos a receita de felicidade e também não temos a
receita da felicidade perfeita, que é aquilo que muitos pensam ser possível conquistar.
O que queremos dizer com felicidade? Normalmente ela representa um certo estado
emocional, um sentimento de paz de alegria, contentamento, satisfação que podemos ter
experimentado em breves momentos de nossas vidas e que desejamos experimentar
permanentemente.

Mas acho que, de certa forma, isso é um mito, um conto de fadas que nos
mantém correndo em círculos, tentando atingir uma meta que é inatingível, ou seja, a da
felicidade permanente, a da felicidade perfeita. Mesmo rodeado por tudo que um dia você
possa precisar, você pode ainda experimentar estados emocionais sobre os quais você não
tem controle e essa é uma ideia importante.

Nós não controlamos a vida como a gente quer,
mesmo se você se isolasse em um lugar maravilhoso, rodeado por tudo que um dia você
precisa e deseja, e meditasse todas as horas em que estivesse acordado, seus hormônios
poderiam ainda desencadear estados emocionais sobre os quais você não teria controle e
provavelmente você se sentiria triste e sozinho.

A questão é: nossa experiência emocional não é algo que possamos controlar completamente
e ainda assim a maioria das pessoas da nossa cultura acredita inquestionavelmente que a meta
definitiva é ser feliz 24 horas por dia e sete dias por semana. Se é assim que nós definimos o
nosso sucesso, estamos provavelmente nos preparando para o fracasso. A felicidade está
sempre misturada com tristeza, angústia, sofrimentos…

Felicidade tem que rimar com tudo
aquilo que acontece na vida. Quem pensa em encontrar uma felicidade perfeita está, também,
pensando que pode controlar-se e controlar tudo. E isso não é verdade. Reflita sobre isso!
Desejo que seja feliz aprendendo a lidar com tudo o que acontece!

Quais as vantagens de fazer o bem?

O que se ganha fazendo o bem? O que eu ganho fazendo o bem? O honesto é sempre o bobo?
Quem é honesto cuida da sua própria honra e da honra dos seus concidadãos. O desonesto
despreza, em última análise, a si mesmo, e isso não lhe faz bem. Desonestidade para com os
outros cria em mim discórdia.

Quem mente para os outros mente para si mesmo. E quem
engana os outros se prejudica. Quem engana, a ele aparecem quimeras, fantasmas interiores,
não consegue sossego com facilidade. De noite, manifestam-se os fantasmas e aparecem as
consequências de seu engano.

Muitas vezes, não tenho vantagem quando faço o bem, pelo
contrário, às vezes até perco vantagens momentâneas. Talvez eu não consiga o emprego que
desejo, ou seja, sou mal visto pessoalmente quando digo a verdade, quando admito que
esqueci alguma coisa; sou alvo de críticas.

Mas com o tempo isso me fortalecerá. Quem admite
um erro, ao invés de empurrar sempre para cima dos outros, vai conquistar amigos a longo
prazo. Os vizinhos e amigos sabem que se pode confiar naquela pessoa.

Ela não vai iludir ou decepcionar os outros. Faz o que está ao seu alcance e quando chega ao seu limite, fica firme.
Mas o mais importante é que essa pessoa honrada e que faz o bem sente-se bem melhor.
Naturalmente, nessa sua atitude não deve elevar-se sobre as demais pessoas. Mas quando fica
firme em suas questões de honestidade aumenta sua postura pessoal. Assim se vive bem
melhor do que curvando-se sempre para causar boa impressão externa. Não faço bem para ser
visto de admirado pelos outros, mas porque desejo o bem e desejo ajudar alguém.

Há pessoas que não sentem o mínimo remorso, mesmo quando são desonestas. Mas elas se
prejudicam a si próprias com o tempo. Pois algum dia vão depender de outras pessoas e essas
não lhe darão créditos quando descobrirem sua desonestidade. E a pessoa desonesta vai
isolar-se a si mesma.

Até empresas já sentiram isso. Podem comprar momentaneamente
alguma vantagem praticando suborno ou fazendo falcatruas, mas com o tempo vão colocar-se
a descoberto diante do público e vão ter dificuldades de conseguir encomendar honestas e
realizar negócios decentes. Não é à toa que diz o ditado: a mentira tem pernas curtas. Ela não
conduz a vida a logo prazo. Por isso, caro leitor, sejamos bons, sejamos honestos, porque a
desonestidade é um engano que eu faço a mim mesmo. Pense nisso.

Acolha a vida com intensidade…

A vida se passa no tempo. No tempo se dão os momentos, os instantes, as
oportunidades de experimentarmos o sabor da vida. No tempo há acontecimentos que
marcam, que mudam ritmos, que constroem a vida, que marcam pela luz ou pela
sombra. Nós queremos viver uma vida iluminada. Não queremos as trevas, muito
embora elas apareçam e também façam parte da vida.

A boa notícia que surge no tempo é de que a Luz é sempre mais forte. Ela vem para
salvar. O nosso coração anseio por essa luz que ilumina o mundo. É uma luz que
transmite amor e faz perceber a beleza da vida. Essa luz quer iluminar a todos nós.
Essa luz aparece no tempo da história e abre a esperança para o mundo.

Para nós cristãos, a luz é Jesus. Ele se encarna no tempo, para dar sentido aos nossos
dias. Com jesus nós vamos crescendo, apreendendo e superando os problemas. Ele dá
sentido aos dias do ano. Porém, tudo precisa de tempo. O tempo possibilita o
crescimento.

O livro o Pequeno príncipe nos ensina isso: “espere pelo milagre como o jardineiro
pela primavera”. O milagre maior acontece todos os dias. Percebemos que podemos
respirar, que estamos vivos para buscar o melhor e amar.

O milagre e a beleza da vida acontecem quando vamos acolhendo a vida com toda
intensidade. Agradeça pela vida, pelo tempo, pelos dias do ano e os instantes. Nosso
tempo esteja envolvido pela luz. A luz nos dá a confiança para caminhar e manter viva
a esperança, de que a cada novo dia, o melhor acontecerá.

A vida é um caminho …

Todos nós temos as nossas marcas na vida, de histórias, de superações de sofrimentos, de
alegrias e elas nos construíram até aqui e nos tornaram o que somos, nos deixando mais
sábios por passar pelas experiências, ou dependentes, nas prisões emocionais que surgiram no
caminho. Dependências que, por vezes, inconscientemente, travam o andar da vida.

Na trajetória da vida se manifestam os nossos desejos e inquietudes, os sonhos e as realidades
humanas.

Caminhar, buscar, persistir em cada situação e em cada desejo e necessidade, faz parte da
construção da vida humana e ninguém fará isso por nós, senão nós mesmos. Precisa atitude.
Cada um de nós precisa ter consciência de si e por vezes até buscar ajuda para isso.

Construir a nossa história é bonito! Ainda mais, construída com consciência.
Conquistar os próprios sonhos exige disciplina. Não podemos deixar de persegui-los, devido às
dificuldades ou percepções de incapacidade. Todos nós podemos. Com certeza podemos
perseguir os nossos sonhos, desejá-los e realizá-los e seguir, sentido à felicidade, mas é preciso
caminhar. Se ficarmos parados, nada acontece. A vida precisa fluir…

A vida é caminho e é preciso motivação, coragem e também reconhecer com gratidão o dom
da vida.

Saber agradecer cada etapa, cada conquista, cada dia de nossa vida é uma atitude que
desperta uma energia muito poderosa em nós.

Criemos consciência da vida, desejemos, persigamos nossos sonhos, valorizemos cada instante
e sejamos felizes, do jeito que podemos ser felizes.

Padre Ezequiel Dal Pozzo
contato@padreezequiel.com.br

Paz pessoal e paz social

O ser humano deseja paz. No fundo de nossas buscas queremos paz e
tranquilidade. Podemos ter mais trabalho, mais dinheiro, mais sucesso, mas tudo isso
tem que estar acompanhado com preenchimento da alma. A alma precisa da minha
atenção.


A paz pessoal também precisa estar acompanhada com a paz social. Ninguém
vive somente para si mesmo. Somos seres de relação. O relacionamento com os outros
nos constrói e, ali, juntos, encontramos sentido pra vida e vamos melhorando a
sociedade. A espiritualidade sempre tem a perspectiva da transformação pessoal e
social.


Se o relacionamento com os outros é fundamental, então precisamos construir
o relacionamento através do respeito, do diálogo, do debate de ideias, da acolhida da
diferença, mantendo uma perspectiva sempre aberta de aprendizagem e de evolução
mútua.


A paz verdadeira é a paz do respeito, da tolerância, da fraternidade, do amor
pelo ser humano e pela vida, independente de religião, de partido, de opções pessoais,
ou de qualquer outra diferença.


Todos querem paz, mas a paz se faz junto. Cada um com sua busca pessoal, que
conecta com o transcendente, com Deus, mas sintoniza profundamente com todos os
outros seres humanos, no respeito mútuo, na mútua ajuda e no desejo de evolução
para o melhor.


Encontre a sua paz interior. Ela refletirá na paz social!

Padre Ezequiel Dal Pozzo
contato@padreezequiel.com.br

A tranquilidade do coração

Você sente a tranquilidade do seu coração? O caminho para a tranquilidade é extremamente
atual, porque hoje em dia a intranquilidade se tornou uma doença do nosso tempo. Muitas
pessoas são intranquilas, nós todos vivemos momentos de intranquilidade. Inúmeras pessoas
se queixam da falta de tranquilidade.

A sabedoria dos monges antigos diz que nós não
alcançamos a tranquilidade simplesmente pelo fato de trabalhar menos. Encontrar a
tranquilidade do coração é um caminho longo, que passa pelo autoconhecimento, pelo auto
encontro sincero e leva finalmente a Deus, o único ponto em que o nosso coração está
tranquilo, como dizia Santo Agostinho: “Nos fizeste para Vós, ó Senhor, e o nosso coração está
inquieto enquanto não repousa em Vós”. Nele nós encontramos a paz verdadeira e plena.

Nos últimos tempos se tem notado que as pessoas buscam muitas formas de encontrar a
tranquilidade. Se ouve muito pessoas se queixarem que não têm tranquilidade. Existem as
preocupações que roubam a tranquilidade e até o sono. Várias pessoas simplesmente não
conseguem dormir porque se preocupam com os filhos, com os problemas deles, com a
educação, com os caminhos que eles trilham. Existe a preocupação com a situação financeira
da família, o desemprego, a violência, as drogas… São muitas as preocupações diárias.
Preocupamo-nos com o que o outro vai pensar de nós. Se fazemos tudo certo, se não
desagradamos com nosso comportamento.

Alguns também se torturam pensando o que o
outro pode achar deles. Às vezes essa preocupação se torna até doentia.
Pessoas que ocupam uma posição de responsabilidade também se tornam intranquilas, há
sempre alguém exigindo algo, elas refletem se estão corretas o tempo todo, se as decisões
tomadas são úteis à empresa ou se apontam na direção errada. Quando voltam para casa, à
noite, anseiam por um momento de paz, mas não conseguem se tranquilizar porque
simplesmente não sabem se desligar.

Viajam de férias e mesmo assim não encontram
tranquilidade. Ficam pensado se tudo que fizeram estava realmente em ordem, quais as
consequências disso para elas… e esse pensamento corrói o tempo todo. Como não
encontram paz interna, nem as melhores férias lhe dizem alguma coisa. Estressadas, cheias de
tensão, voltam das férias e o rolo compressor continua. Um dia elas entram em colapso com
tanta sobrecarga.

Amigo leitor, muitas pessoas estão assim, nesse ritmo de intranquilidade. Se você estiver
assim, busque ajuda. É preciso administrar a vida de um jeito diferente. Não dá para deixar
que esse rolo compressor nos esmague. É preciso ver os sinais de quando isso está
acontecendo, para encontrar soluções adequadas de vida e de tranquilidade. Reflita sobre
isso.

Padre Ezequiel Dal Pozzo
contato@padreezequiel.com.br

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Aprender a silenciar!

Vivemos em meio ao barulho. Os sons poluem nossos ambientes. Dificilmente em meio às grandes
cidades temos tempo e condições para o silêncio. A corrida do trabalho afeta a nossa vida. Também
nossa interioridade é afetada pela ausência de silêncio. Ele tem a capacidade de nos colocar em contato
com nossa alma. Na alma encontro a verdade que sou e que posso me tornar. Muitas pessoas ficam
longe de si mesmas devido à falta de silêncio interior.

Sua mente não está límpida. Está poluída por tudo. Silenciar é trazer a mente ao nosso controle. Os pensamentos se unificam em torno de nosso interior. Ali sinto que estou em casa. Os pensamentos vão se unindo em torno de uma única ideia. Até mesmo se unem em torno de ideia alguma. Isso esvazia o pensamento. A poluição já não me habita. As muitas ideias que me levam longe de mim, longe de casa, longe do contato com a minha alma perdem
sua força. Já não existem. Agora estou em torno de uma única ideia.

Atualmente as pessoas são jogadas para lá e para cá pela força dos pensamentos. Estão em contato com
diferentes realidades, cada qual exigindo sua dose de energia. Gastam sua energia e muitas vezes ficam
esgotadas. Eu preciso perceber quando estou enredado nesse turbilhão de coisas. Devo me perguntar,
onde me leva tudo isso. Se minha vida precisa passar por todas essas atividades, posso encontrar tempo
para, no silêncio, esvaziar o pensamento?

A rapidez das informações faz com que o mergulho nesse mundo polua a mente e faça o coração perder
a tranquilidade. Há pessoas que se perdem nesse cenário e já não conseguem ter foco. Diante disso se
perde a noção do que é importante. Dá para questionar onde me leva tantas informações. O que elas
ajudam para a qualidade de vida? Preciso de todas essas informações? Algumas pessoas compreendem
que não podem ficar desconectadas. Essa compreensão existe. Mas, o que ela traz? Seria bom pensar
também em quantas informações que recebo ou acesso que não me acrescentam nada.

Existe hoje aquilo que Augusto Cury chama de síndrome do pensamento acelerado. Significa ocupar o
pensamento o tempo todo sem descanso. Estar sempre mergulhado no turbilhão das ideias. Meu
pensamento é bombardeado por todos os lados pelas informações que vem de fora, pelas minhas
preocupações com a realidade que me envolve e com as moções interiores que nem sempre conheço
bem. Compõe o conjunto de minhas reflexões e ideias. Por vezes, isso se apresenta como um rolo
compressor que esmaga.

E perceber que isso pode estar acontecendo isso comigo é o primeiro passo para a mudança. Dar-se
conta de que podemos estar mergulhados nesse turbilhão que nos engole. 
O exercício de parar, fazer silêncio, ajuda muito. Mas é um exercício. Preciso aprender a praticar.
Encontrar no meu dia momentos em que eu possa estar comigo mesmo. Reduzir os pensamentos ao
vazio que me conecta com a alma. Ali me sinto inteiro. Ali os pensamentos não me jogam por todos os
lados, sem direção. 

Padre Ezequiel Dal Pozzo
contato@padreezequiel.com.br

O fracasso traz aprendizagem

O fracasso em si não tem sentido, mas nós podemos dar-lhe um sentido. Nem tudo na vida dá
certo logo, de saída. Muitas tentativas dão certo no começo e depois vem o fracasso. Nas
relações humanas também é assim. Embora sempre haja esforço para fazer as relações darem
certo, o fracasso pode acontecer, os conflitos vêm e nem sempre se consegue sair deles com
sucesso. No trabalho, no casamento, no namoro, nos projetos de vida, tudo é uma construção
que pode dar certo ou não.

Todo fracasso pode passar por um exame detalhado para vermos por que aconteceu. Isso traz
aprendizagem para fazer melhor posteriormente. Os caminhos possíveis sempre existem e o
desafio é manter forças para trilhá-los. Ocorre, que ao fracassar um projeto ou um
relacionamento, o que não pode é que nós fracassemos junto. O “eu” não pode ruir,
desmoronar. Preciso distinguir entre aquilo que eu sou e os projetos que tenho. Embora, tudo
o que faço tenha um pouco ou muito de mim, há uma diferença entre a pessoa e o seu
projeto.

Além disso, o outro aspecto é perceber que o fracasso pode revelar que os projetos que ruíram
não faziam parte da minha essência. Assumi algo que não era meu, não era de minha vontade,
não revelava o meu desejo mais honesto e profundo. Não estava de acordo com a minha
natureza. Por isso, o fracasso também quebra em mim alguma coisa no qual eu havia colocado
minha esperança, mas nem sempre estava em conformidade comigo mesmo.

Algumas pessoas quebram quando quebram seus projetos. Existem muitas concepções de
vida, visões de mundo, jeitos de compreender a realidade que podem se quebrar. Como o ser
humano é uma construção contínua, isso faz parte. Muitas vezes posso me considerar muito
competente, muito criativo e empreendedor e o fato de fracassar me faz assumir uma nova
visão. Quebro as ilusões e expectativas que fiz a respeito de mim mesmo. Outras vezes, as
expectativas podem ser depositadas nos outros. Acredito que os outros podem me trazer
muitos benefícios e depois percebo que esperei muito neles, pois os benefícios não vieram.

Os fracassos podem assim me abrir para uma vida mais verdadeira. Percebo com mais
honestidade quem eu sou, quem são os outros e me abro para Deus. Às vezes as nossas
concepções de vida precisam ruir para que possamos assentar-se mais na realidade, na
verdade. Nesse momento Deus pode, com seu amor, nos ajudar a reconstruir nossa verdadeira
casa, de acordo com nossa essência. Na bíblia aparecem muitas histórias de reconstrução a
partir de ruínas, de quedas e fracassos. Dos escombros, das cinzas, Deus faz brotar o novo.

Deus está sempre criando e reconstruindo. Por isso, também não posso manter sentimento de
culpa pelo meu fracasso, pelo meu erro. Se fizer isso fico sem energia para reconstruir. O meu
fracasso pode me fazer encontrar o cerne mais autêntico de mim mesmo e isso também é
libertador.

Detalhes fazem a diferença

Nós temos uma vida muito corrida, com muito trabalho, com muitas preocupações e às vezes
esquecemos que os pequenos gestos, as pequenas gentilezas, fazem muito bem. Um sorriso,
um beijo, um abraço, uma flor, um dizer “eu te amo”, um “você é importante para mim”,
“você me faz bem”, “gosto da sua companhia”, tudo isso faz a diferença no caminho de quem
pratica estes pequenos gestos e também para quem os recebe.

A pessoa, se não cuidar, pode se tornar um simples fazedor de tarefas. Sem essas pequenas atitudes, os relacionamentos em casa, na família, na empresa, na escola, no nosso ambiente, todos, vão se tornando menos
humanos e frios.

Nós precisamos aprender continuamente a ser humanos de verdade. O indivíduo pode se considerar uma pessoa bem educada e o melhor motorista do mundo, mas se fechar um cruzamento isso demonstrará sua falta de educação e sua falta de civilidade.
Alguém pode se dizer preocupado com a ecologia, com o futuro do planeta, mas se jogar um
pedacinho de papel no chão, aí estará demonstrando exatamente o contrário.

Muitas pessoas casadas há anos, apesar de levar uma vida conjugal tranquila, nem mesmo se
lembram de quando foi a última vez que disseram ou ouviram que amam ou são amadas.
Tentemos nos lembrar de quando foi a última vez que elogiamos alguém? Elogio sincero e não
uma crítica disfarçada.

Talvez muitos de nós tenhamos dificuldades de nos lembrar de quando
elogiamos alguém pela última vez. É bom ressaltar que é importante dizer, é importante
praticar ações bem intencionadas, fazer pequenas gentilezas. Só nos fará bem! Uma pessoa
pode estar de mau humor, mas não ficará pior se lhe desejarmos um bom dia com um sorriso
sincero.

Ou dizer-lhe você “é importante para mim”, “você é importante para a empresa”.
Como nos falta isso!

Sorrir sempre! É claro que nem sempre estamos bem e nem sempre estamos dispostos a
sorrir. Mas fazer um esforço, sendo positivo, olhar nos olhos, ser sincero, cumprimentar as
pessoas, são pequenos gestos de carinho que produzem grande satisfação no coração.

São atitudes que fazem diferença na vida de ambos, de quem pratica e de quem recebe. O que
queremos é que as pessoas nos vejam quando olham para nós. Por isso, caprichar nos
detalhes, nas pequenas gentilezas, nos pequenos gestos, pode não mudar o mundo, mas muda
o mundo a nossa volta e a vida. E os nossos dias começam a ficar muito melhor, com muito
mais sentido.