Meu filho não se adaptou a escolha, e agora?

Especialista fala sobre o processo de adaptação e os cuidados que os pais devem tomar nesse caso 

 

As aulas começaram e uma das maiores preocupações dos pais e responsáveis é em relação à adaptação das crianças na escola. Afinal, estar adaptado ao meio é parte fundamental no processo de aprendizado dos pequenos. Uma criança adaptada não apresenta históricos de choro, insegurança ou queixas. Consegue permanecer no ambiente com os colegas e professores. Além disso, ela consegue contar com tranquilidade como foi seu dia quando perguntada. 

Segundo explica a psicopedagoga, especialista em educação especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, os responsáveis podem contribuir na adaptação dos filhos ao compreender as reações e atitudes que eles têm ao chegar à escola e encontrar a professora e os colegas. “É importante que os pais estejam atentos e transmitam segurança aos seus filhos neste momento, caso contrário, pode haver uma resistência em ficar sozinho e participar das atividades sugeridas na escola”, comenta.  

Para Ana Regina, os pais e responsáveis devem estar atentos às reações diárias da criança. O primeiro passo é conversar com a criança e entender o que ela passa de sentimentos sobres os dias na escola. Caso ela revele alguma queixa é válido conversar com a equipe pedagógica e verificar como isso pode ser resolvido. Agora, caso o problema não seja resolvido, ou a criança ainda assim, não consiga se adaptar ao ambiente, pode-se considerar a necessidade da mudança de escola. No entanto, a educadora alerta que tal decisão deve ser tomada com cuidado.

“A mudança de escola deve ser pensada com cautela, todo o contexto deve ser analisado antes da tomada de decisão, pois se a criança já estabeleceu algum vínculo, por menor que seja, é preciso uma reflexão anterior. Antes de matricular os pequenos na escola, é relevante que os pais ou responsáveis, considerarem a metodologia e filosofia da instituição, se ela está de acordo com o que a família procura neste momento educacional para os seus filhos. Evitando ao máximo essa troca brusca de ambiente”, finaliza a especialista.

10 pontos importantes na hora de escolher uma escola de educação infantil

Confira as dicas da diretora de educação infantil do Colégio Oswald de Andrade, Maria Antonieta Giovedi, na hora de buscar uma escola para seu filho. 

1-   Atenção ao número de alunos por sala. Classes com 35 alunos e somente um professor interferem na eficácia do ensino dedicado aos pequenos. O ideal são 20 alunos por sala e no mínimo dois professores presentes.

2-   É na educação infantil que se abrem as melhores oportunidades de a criança ter estimulada a assimilação de diversas linguagens, tendo em vista sua evolução nos ciclos seguintes da aprendizagem.

3-   Muitas práticas da educação infantil ainda se preocupam mais com os cuidados básicos necessários às crianças, e bem menos com a educação delas. É um equívoco, além de preconceito, acreditar que criança pequena não aprende muita coisa.

4-   Cuidado, portanto, ao matricular seu filho em escolas que não contam com uma proposta pedagógica clara.

5-   O professor da educação infantil tem de estudar bastante, saber matemática, geografia, artes plásticas, música. Tudo isso é indispensável para sua interação com a criança.

6-   A escola deve estimular a capacidade de reflexão de seus professores e produzir registros escritos e fotográficos de atividades, matérias-primas para pesquisas e estudos de suporte ao ensino, que ajudam o grupo pedagógico a entender mais sobre como as crianças se relacionam.

7-   O projeto pedagógico tem de ser conduzido por uma equipe com formação continuada, incluindo assessoria de profissionais especializados em diferentes áreas.

8-   Observe se a escola oferece ambiente adequado ao protagonismo do aluno: ambientes provocativos, criados para a criança questionar experiências e expressar-se à sua maneira, sem que seja podada.

9-   Crianças não aprendem dissociadas de um momento histórico e de uma cultura. É indispensável haver na proposta pedagógica a interação entre cultura e educação infantil, pela bagagem que o educador leva à sala de aula: criação de eventos temáticos como semanas literárias e de artes plásticas, mostras culturais, sessões musicais e outros.

10  – Pesquise se a escola valoriza as diferentes maneiras de brincar, independentemente da faixa etária dos alunos e se promove intercâmbios com as   famílias e entre os alunos que estudam em diferentes séries ou níveis de ensino.

Fonte: Maria Antonieta Giovedi, diretora de educação infantil do Colégio Oswald de Andrade